Família diz que medicamento foi aplicado em excesso e estava errado, pois tinha concentração acima da recomendada
Recém-nascido passou por duas cirurgias após a falha, mas pode ter sequelas na visão, segundo médicos
Um recém-nascido teve os olhos queimados após uma enfermeira aplicar colírio logo depois do parto, no Hospital do Servidor Público Municipal (na região central de São Paulo), na última quarta-feira. A criança corre o risco de ter a visão prejudicada.
Segundo familiares do bebê, além de o colírio ter sido aplicado em excesso, a medicação estava errada, pois tinha concentração acima da recomendada.
De acordo com os pais da criança, o hospital informou que foi usado um medicamento à base de nitrato de prata. Esse tipo de colírio previne a bactéria que causa gonorreia -doença sexualmente transmissível- e deve ser aplicada em todo recém-nascido, com concentração de 1%.
Logo após receber o colírio, a criança ficou com os olhos bastante inchados e roxos.
O músico Samuel Alves da Silva, 23, pai do bebê, diz que o médico do hospital afirmou que houve falha da equipe.
"Eu estava na sala acompanhando o parto e presenciei que as enfermeiras se excederam quando colocaram a substância. Uma delas comentou com a outra que tinha colocado demais e tentaram limpar o excesso com uma gaze", conta.
No mesmo dia, o bebê foi transferido para o Hospital São Paulo, onde passou por duas cirurgias para lavagem e raspagem dos olhos.
"O bebê ficou chorando desde que recebeu o colírio. Só tomaram providências em relação ao erro horas depois, quando teve a troca de equipe no hospital", disse Silva.
A mãe do bebê, Maiara Cunha, 19, está revoltada. "É um erro que não pode acontecer com ninguém."
Os médicos ainda não sabem a gravidade das sequelas.
Segundo a oftalmologista Denise de Freitas, do Hospital São Paulo, o colírio provocou uma alteração química nos olhos do bebê. Para ela, a criança pode ter a visão afetada, mas ainda é cedo para avaliar. O excesso de medicação ou a concentração superior pode ter causado o problema.
Os pais registraram ontem um boletim de ocorrência no 5º DP (Aclimação) contra o hospital.
Profissionais foram afastados, afirma Secretaria de Saúde
A Secretaria Municipal da Saúde informou que afastou todos os profissionais envolvidos no atendimento do recém-nascido.
Foi criada uma comissão para apurar a responsabilidade do ocorrido.
A direção do Hospital do Servidor Público Municipal disse que está à disposição dos familiares, para todos os esclarecimentos solicitados, e que já conversou com o pai.
De acordo com o Hospital São Paulo, foram feitas duas intervenções no bebê para retirar o produto dos olhos e ele passa bem.
Na próxima segunda-feira será feito um novo procedimento para avaliar os danos causados na visão, informou o hospital.
De acordo com a oftalmologista Denise de Freitas, que acompanha a criança, a queimadura pode provocar sequelas na visa do bebê. Ainda não há previsão de alta hospitalar do bebê. (TATIANA SANTIAGO E FABIANA CAMBRICOLI - Folha de S.Paulo-15.10)
Recém-nascido passou por duas cirurgias após a falha, mas pode ter sequelas na visão, segundo médicos
Um recém-nascido teve os olhos queimados após uma enfermeira aplicar colírio logo depois do parto, no Hospital do Servidor Público Municipal (na região central de São Paulo), na última quarta-feira. A criança corre o risco de ter a visão prejudicada.
Segundo familiares do bebê, além de o colírio ter sido aplicado em excesso, a medicação estava errada, pois tinha concentração acima da recomendada.
De acordo com os pais da criança, o hospital informou que foi usado um medicamento à base de nitrato de prata. Esse tipo de colírio previne a bactéria que causa gonorreia -doença sexualmente transmissível- e deve ser aplicada em todo recém-nascido, com concentração de 1%.
Logo após receber o colírio, a criança ficou com os olhos bastante inchados e roxos.
O músico Samuel Alves da Silva, 23, pai do bebê, diz que o médico do hospital afirmou que houve falha da equipe.
"Eu estava na sala acompanhando o parto e presenciei que as enfermeiras se excederam quando colocaram a substância. Uma delas comentou com a outra que tinha colocado demais e tentaram limpar o excesso com uma gaze", conta.
No mesmo dia, o bebê foi transferido para o Hospital São Paulo, onde passou por duas cirurgias para lavagem e raspagem dos olhos.
"O bebê ficou chorando desde que recebeu o colírio. Só tomaram providências em relação ao erro horas depois, quando teve a troca de equipe no hospital", disse Silva.
A mãe do bebê, Maiara Cunha, 19, está revoltada. "É um erro que não pode acontecer com ninguém."
Os médicos ainda não sabem a gravidade das sequelas.
Segundo a oftalmologista Denise de Freitas, do Hospital São Paulo, o colírio provocou uma alteração química nos olhos do bebê. Para ela, a criança pode ter a visão afetada, mas ainda é cedo para avaliar. O excesso de medicação ou a concentração superior pode ter causado o problema.
Os pais registraram ontem um boletim de ocorrência no 5º DP (Aclimação) contra o hospital.
Profissionais foram afastados, afirma Secretaria de Saúde
A Secretaria Municipal da Saúde informou que afastou todos os profissionais envolvidos no atendimento do recém-nascido.
Foi criada uma comissão para apurar a responsabilidade do ocorrido.
A direção do Hospital do Servidor Público Municipal disse que está à disposição dos familiares, para todos os esclarecimentos solicitados, e que já conversou com o pai.
De acordo com o Hospital São Paulo, foram feitas duas intervenções no bebê para retirar o produto dos olhos e ele passa bem.
Na próxima segunda-feira será feito um novo procedimento para avaliar os danos causados na visão, informou o hospital.
De acordo com a oftalmologista Denise de Freitas, que acompanha a criança, a queimadura pode provocar sequelas na visa do bebê. Ainda não há previsão de alta hospitalar do bebê. (TATIANA SANTIAGO E FABIANA CAMBRICOLI - Folha de S.Paulo-15.10)
Nenhum comentário:
Postar um comentário