Por José Fontoura pai da pequena Bruna Giovana De Siqueira Fontoura
Nesta cidade em que moro, existem valores sociais,que não combinam com os meus.
Sendo morador, desta cidade tenho que seguir com a dor da perda, de minha filha Bruna, e a culpa por ter fracassado como pai. Até hoje ainda me questiono como fui capaz de seguir regras, respeitar as leis deste pais e procurar manter um comportamento que afetasse o mínimo os dois "médicos" prepotentes, arrogantes e negligentes que tiraram a vida de minha filha e ainda procurar justiça para a atrocidade feita.
Ficou provado o erro primário e negligente nos nossos depoimentose no laudo do auto de necropsia emitido pelo IGP do Rio Grande Do Sul.
Enfrentei o descaso, o desânimo, muitas pessoas me diziam "deixa pra lá" isso não vai trazer sua filha de volta. Não, eu não poderia, não se deixa pra lá uma sociedade de corporativistas e cínicos, arrogantes e negligentes.
(Hospital municipal De Novo Hamburgo) E como teve cínicos, para tentar tripudiar com minha dor. Posso citar o nome do Dr.Leonardo Hoffe, na época, diretor do Hmnh, o qual no dia do falecimento de minha filha falei com ele por celular, pedi pra ele para liberar o prontuário médico de minha filha para levar para o IML e ser feita a necropsia para eu poder fazer o sepultamento de minha filha.
Bruna Giovana De Siqueira Fontoura faleceu no dia 26/03/2008 e só pude fazer o sepultamento no dia 28/03/2008 e sabem o que o Dr.Leonardo Hoff me disse?! Que não podia fazer nada, era norma do HMNH. Cinco meses depois recebi emails do Dr.Leonardo pedindo apoio para sua candidatura à vereador em Novo Hamburgo.."cinismo "
Posso citar também o nosso ilustre prefeitoTarcisio Zimermann, duas semanas antes das eleições encontrei-o fazendo campanha pra prefeitura de Novo Hamburgo do ano de 2008, cobrei dele que tinha mandado um e mail, para o seu gabinete em Brasília e não tive resposta, lhe contei o que tinha acontecido e ele prontamente me deu seu mail pessoal, e disse que estaria a minha disposição pra ajudar no que fosse possível,no sábado antes das eleições de 2008 ele mandou seu acessor Sr. Eliseu Flores ir até minha casa, ouviu o que tinha acontecido, ouviu as gravações que eu tinha feito, me disse que isto era um assassinato e que faria uma denuncia no CMS e que iriam até o fim junto comigo..depois das eleições não consegui mais contato com eles, o único contato que tive foi com Sr.Tarcisio Zimermann que me mandou um email chamando a minha atenção que eu não podia citar em meus emails a direção do HMNH que não tinha nada a ver com o acontecido, puro cinismo e corporativismo de todos.
A certeza que tenho é que a morte de minha filha, cedeu por imperícia, negligência e imprudência. Homicídio culposo, o corporativismo gritou alto e toda a minha dor, as provas que eu como Denunciante tive que buscar, todas, todas eu consegui..porque todos os médicos que trataram da minha filha me disseram a mesma coisa, quem tem que lhe dar explicações são os dois"médicos" que fizeram o parto..com as enfermeiras, nos dizendo nós sabemos de muitas coisas mas não podemos falar, quando lacraram a janela da UTI neo porque diziam que minha filha não tinha respiração espontânea, mas quando espiávamos pela tal janela as enfermeiras tiravam o tubo de oxigênio dela, lavavam ela na pia, mas uma noite quando espiávamos vimos o aparelho de saturação escapar do dedinho dela e ficou por mais de 30 minutos, desligado e não podíamos bater na janela e avisamos as enfermeiras, depois disto lacraram a janela.
Sei que eles mataram a minha filha, quando ela foi para a UTI os pediatras me disseram que não sobreviria no máximo uma semana porque ela pegaria uma infecção por causa do tubo de oxigênio, ela nunca teve febre, nunca teve infecção até o dia 26/03/2008. O que eles não contavam é que ela sobreviveria, ela cresceu demais estava mais grande que as caminhas da UTI, estava criando anticorpos próprios, ela não podia ficar mais com os recém nascidos, teria que ser removida da UTI. A médica conversou conosco e disse que teríamos que tirá-la da UTI e que tipo de aparelhos t r. mas certamente isto teria um custo, a responsabilidade por todo o acontecido seria de quem?? É muito fácil pagar uma indenização para uma morta, do que para alguem sequelada numa cama sabe -se lá por quanto tempo!
A dor da perda de minha pequenina Bruna, a injustiça da justiça, dos poderes dos poderosos. Num inquérito que durante todo o seu desenrolar não tive uma informação, no processo no ministério publico que também não tive um esclarecimento sobre todo o acontecido, num processo esclarecido, julgado, arquivado e ponto..Mas julgado pra quem? Esclarecido pra quem? Aquivado certamente para alguem! E diante disso tudo eu vi ruir todos os conceitos e preceitos que tanto e sempre respeitei.
E os esclarecimentos e as respostas que busquei junto aos orgãos competentes? Quem vai me responder? Fiz a denuncia para ter respostas, não para ficar alienado como uma marionete, guiado por cordões e acordões!
Isso tudo termina num vasinho de flores molhado de lágrimas de dor e saudade diante um túmulo solitário onde infelizmente não podemos dar um abraço e nem um beijo carinhoso em nosso pequeno anjo Bruna.
Com indignação: José Fontoura e Vanda Fontoura, pais de Bruna Giovana da Siqueira Fontoura
Do Ocorrido
O caso está sendo investigado pela 1ª DP de Novo Hamburgo que está colhendo depoimentos e solicitou perícia nos documentos do prontuário para saber se houve negligência no atendimento da criança no Hospital Municipal
Desde 26 de março de 2008, o casal José Danúbio Fontoura e Vanda da Siqueira Fontoura busca esclarecer as circunstâncias em que morreu a bebê Bruna, de três meses. Na certidão de óbito de Bruna Giovana da Siqueira Fontoura consta “causa da morte ignorada” e o prontuário médico foi liberado apenas no início de agosto, depois de uma longa e sofrida peregrinação dos pais por órgãos públicos e veículos de comunicação. A criança nasceu e ficou internada no Hospital Municipal de Novo Hamburgo.
Como havia dúvidas sobre o falecimento da criança, o pai registrou ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo e a certidão de óbito foi emitida pelo Registro Civil para que fosse possível fazer uma necropsia e sepultar o bebê. Um inquérito policial foi aberto por orientação do Ministério Público para apurar as circunstâncias em que o bebê Bruna morreu.
Segundo Fontoura, o objetivo deles é esclarecer o que realmente aconteceu. “Nós não vamos trazer nossa filha de volta, mas queremos que tudo seja esclarecido”, desabafou.
Nascimento
A médica que acompanhou a gestação de Vanda indicou que deveria ser feito uma cesariana, pois o bebê poderia ser grande para as condições físicas da mãe e dificultar o parto normal. Após um trabalho de parto sofrido, segundo o pai da criança, Bruna Giovana nasceu em 28 de dezembro de 2007 no Hospital Municipal de Novo Hamburgo. O bebê nasceu parado, praticamente morto, ficou alguns minutos sem oxigênio e teve que ser reanimado.
Fontoura não se conforma em não ter sido realizado a cesariana. “Com aquele receituário na mão eu insisti que deveria ter sido feito a cesariana. A Bruna era nossa segunda filha, e no primeiro parto a Vanda já havia tido problemas de falta de dilatação, por isso a médica indicou a necessidade da cesariana”.
Bruna teve que ser internada na UTI neonatal onde permaneceu por 88 dias (até 26 de março deste ano). Fontoura relata que ao contrário da previsão dada pelos médicos, o bebê estava apresentando bons resultados, recebendo a dieta e fazendo as necessidades fisiológicas sem a ajuda de aparelhos.
“Levamos um choque ao chegar no hospital para a visita da tarde e descobrir que a Bruna estava com uma infecção tão grave que não respondia aos antibióticos, sendo que poucas horas antes ela estava bem. E essa foi a causa que os médicos deram para a morte dela, uma infecção”, conta o pai.
Investigação
Após alguns meses de espera, o hospital disponibilizou o prontuário médico a pedido do Ministério Público, no início de agosto, e a família da criança teve acesso as cópias do documento. José Fontoura examinou o prontuário e o levou até a promotoria, que emitiu um atestado de que o prontuário que ficava no leito da criança “Controle de enfermagem do paciente pediátrico” possui alguns erros como a ausência do dia do óbito, páginas datadas antes do nascimento do bebê, entre outros.
A advogada do casal, Dora Luisa Jahn, disse que o inquérito esta nas mãos do delegado. “Os documentos para o andamento do caso agora estão com a DP. Quem atrasou a investigação foi o Hospital Municipal, que parece que não teve interesse em esclarecer o caso”, salienta.
Segundo o delegado que está cuidando do caso, Joeberth Nunes, o inquérito está tramitando. “Estamos ouvindo os médicos que fizeram o atendimento da criança, depois os pais serão ouvidos e ao final o diretor do hospital também deverá prestar depoimento. A polícia também investiga quesitos complementares para saber se houve ou não negligência no atendimento do bebê, e será feita uma perícia em cima do prontuário que foi entregue. Esses resultados são bem importantes para a conclusão da investigação.”
Divergências de informações
Durante o período que a criança esteve internado, os pais já buscavam informações que justificassem que a bebê Bruna, após uma gestação normal, apresentasse diversos problemas. Em conversas informais com os médicos, o pai de Bruna gravou um diálogo onde uma médica do Hospital Municipal, diz que os problemas que a criança apresentava eram decorrentes dos problemas do parto.
Em uma reunião solicitada pelos pais com a médica que fez o parto e com o médico plantonista que também atendeu Vanda, um trecho da gravação com a fala da médica, ela diz ter a consciência tranqüila de que fez o melhor, que ela não poderia fazer uma cesariana só porque uma outra médica havia mandado um bilhete dizendo que a paciente tinha suspeita de macrosomia. O diagnóstico do hospital foi outro e que eles também ficaram surpresos de o bebê ter nascido parado.
José Fontoura informou na ocorrência a existência das gravações, e diz que elas estão à disposição se a justiça quiser ouvi-las. “Eu espero que as investigações prossigam, e que se encontrarem culpados, que estes sejam responsabilizados”, concluiu.
A diretoria do Hospital Municipal, procurada pela reportagem do novohamburgo.org através de sua assessoria de imprensa, não quis se manifestar sobre o assunto.