terça-feira, 25 de outubro de 2011

Em dia de protesto de médicos no RJ, pacientes reclamam em hospital

Parentes e acompanhantes de pacientes se queixam da falta de médicos.


'Atendimento estava regular nesta terça-feira', informou secretaria.

Lilian Quaino

Do G1 RJ



Comente agoraEm dia de protestos de médicos na Assembleia Legistativa, no Centro do Rio, na manhã desta terça-feira (25), parentes de pacientes reclamavam do atendimento no Hospital Municipal Souza Aguiar, também no Centro, na tarde desta terça. Os profissionais pedem melhores salários e condições de trabalho nos hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS).



Enquanto em outros estados a categoria paralisou as atividades nesta terça, os profissionais do Rio optaram apenas pela manifestação para não prejudicar a população, segundo explicou Erika Monteiro Reis, 2ª vice-presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremerj).



Inês do Rosário Ferreira, educadora social do abrigo Raul Seixas, na Praça da Bandeira, na Zona Norte do Rio, se preparava na tarde desta terça para, depois de horas de espera, deixar o Souza Aguiar com dois meninos do abrigo que não conseguiram atendimento: Patrick, de 16 anos, que machucou o braço na aula de capoeira, e Maicon, também de 16, que chegou ao abrigo na segunda-feira com dores na barriga.



Inês iria procurar outro hospital para levar os meninos porque, no Souza Aguiar, segundo ela, não tinha nem ortopedista nem clínico geral. "Vou desistir, não tem atendimento aqui", disse ela.



Procurada pelo G1 a assessoria da Secretaria municipal de Saúde informou, por meio de nota no final desta tarde, que "o atendimento nesta terça-feira estava regular, e por tratar-se de unidade com perfil de emergência de alta complexidade, recebe casos graves simultâneos, dando prioridade a este tipo de atendimento. O hospital orienta os familiares a procurarem a direção da unidade para receber qualquer esclarecimento necessário".



Já Alcione Alves de Jesus aguardava desde as 9h o marido ser atendido. Ele precisa de um exame de ultrassom, mas, até as 14h, segundo Alcione, o profissional não havia chegado.



A maior reclamação dela, porém, era não poder fazer companhia ao marido, que ela nem sabia em que setor do hospital estava.





O motorista Robson mostra os documentos que

precisam ser assinados pelo homem que ele

atropelou e que ele não consegue ver

(Foto: Lilian Quaino/G1)Outro que aguardava do lado de fora do hospital tentando visitar um paciente era o motorista de van Robson Alves da Silva, que, no último dia 10, atropelou um homem na Avenida Brasil, na altura do Caju.



"Estava chovendo muito, o carro derrapou, não deu para evitar", disse.



Ele socorreu o ferido, que machucou o joelho, e, segundo disse, desde aquele dia aguarda por uma cirurgia que ainda não foi realizada.



"Sei disso porque de manhã encontrei a esposa dele aqui e ela me disse que ele ainda não foi operado", contou ele na tarde desta terça.



Robson reclama que não consegue ver o paciente e precisa da assinatura dele para dar entrada no seguro DPVAT (Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Aotomotores de Via Terrestre) a que o acidentado tem direito.


"Ele está sendo muito prejudicado. O seguro é um direito dele", disse Robson.



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