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terça-feira, 23 de julho de 2013
Secretário nega negligência ou erro médico em morte de bebê no DF
O secretário de Saúde em exercício do Distrito Federal, Elias Miziara, negou na manhã desta segunda-feira (22) que tenha havido erro médico ou de tratamento no atendimento ao bebê de quatro meses que morreu neste sábado (20) após ser diagnosticado com uma virose no Hospital Regional do Gama, no Distrito Federal. Ele também negou que a falta de leitos na UTI Neonatal do hospital tenha contribuído para a morte da criança. A causa da morte da criança ainda está sob investigação.
"A vaga de UTI não representaria nenhuma diferença de atendimento porque a evolução da doença depende muito mais do estado imunológico do paciente do que os tratamentos que se possa dar, que em geral são tratamentos de suporte", disse Miziara.
Segundo o secretário, há 64 leitos na UTI Neonatal da rede pública do DF e 11 crianças aguardando vaga. Segundo ele, a doença da criança evoluiria "de qualquer maneira" e a criança já estava internada na 'sala vermelha', que equivale ao leito de uma UTI Neonatal.
Não havia razão para internação no dia anterior porque o que ela apresentava era um quadro viral, mas de uma virose comum, o que acontece hoje aos milhares, ainda mais nesta época do ano"
Elias Miziara, secretário de Saúde em exercício do Distrito Federal
A criança Ana Laura Fontenele deu entrada no hospital às 21h de sexta-feira (19) com tosse e falta de ar. Após a realização de radiografias e de um exame de sangue, ela foi medicada com nove gotas do remédio Berotec e liberada em seguida.
A criança, no entanto, piorou ao chegar em casa e, além de febre alta, teve dificuldade para respirar. A família voltou ao hospital e o bebê foi diagnosticado com uma síndrome respiratória aguda.
Segundo a família, os médicos queriam internar a criança na UTI, mas não havia leito disponível no hospital. “Eles tentaram, mas não conseguiram porque tinha que tentar UTI ou no Hospital de Santa Maria, ou no Hospital de Base, ou no HMIB [Hospital Materno Infantil de Brasíliax]”, disse a mãe da criança, Ana Aline Fontenele.
O bebê sofreu paradas cardíacas e morreu no hospital no fim do sábado. A família acusa a equipe médica de negligência e erro na prescrição de medicamento.
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Segundo o secretário, a causa da morte foi a rápida evolução da doença no organismo da criança, o que é comum em bebês prematuros, menores de seis meses de idade ou que tenham cardiopatia congênita.
"Não havia razão para internação no dia anterior porque o que ela apresentava era um quadro viral, mas de uma virose comum, o que acontece hoje aos milhares, ainda mais nesta época do ano", disse Miziara.
A família se diz "indignada" com a declaração do secretário. "Ela morreu no box [incubadora], eles só furavam ela, não deram atendimento, não entubaram, não tentaram reanimar ela do jeito que tinha que ser, não tinha medicação para baixar os batimentos cardíacos", disse a tia Léa Gomes. "O coração dela parecia que ia sair do peito para fora."
A tia nega que a criança tivesse algum problema de saúde congênito. "Ela [a mãe] fez todos os exames durante a gravidez, tem todas as ecografias da neném, a neném era perfeita, nasceu no tempo certo, mamou quando nasceu, foi feito o teste do pezinho", disse.
Remédio
A família acredita que a dosagem do remédio Berotec, indicado para tratamento de crises agudas de asma, tenha sido a causa da morte da criança. "Ela tomou nove gotas do remédio em três sessões, no período de duas horas", disse a tia. "Depois começou a passar mal."
Ela morreu no box [incubadora], eles só furavam ela, não deram atendimento, não entubaram, não tentaram reanimar ela do jeito que tinha que ser, não tinha medicação para baixar os batimentos cardíacos. O coração dela parecia que ia sair do peito para fora"
Léa Gomes, tia da menina de quatro meses que morreu após ser medicada no Hospital do Gama
O G1 consultou a bula do remédio que diz que a indicação para crianças menores de um ano é de 5 ml de duas a três vezes ao dia. As nove gotas, no entanto, totalizam 2,25 ml.
"Ela entrou lá para morrer. Não deixaram nem a medicação fazer efeito e mandaram ela ir embora para casa. Ela chegou lá com um pouquinho do nariz entupido e tossezinha seca. Depois do Berotec, ela não mamava, fazia xixi cristalizado", disse.
A família disse que já entrou com uma ação contra os dois médicos que atenderam a criança e não fizeram o diagnóstico correto da doença, segundo os pais da menina. "Simplesmente enrolaram ela no pano quando ela morreu", disse.
Velório
O velório de Ana Laura será na casa da tia, no fim da tarde desta segunda, em Cidade Ocidental. O enterro está marcado para a manhã desta terça-feira (23).
"Ela vai ser enterrada parecendo uma princesa. A mãe dela escolheu a roupa, não vai nem deixar tirar o brinco", disse a tia, emocionada. "Ela vai usar um macacão rosa e uma faixa de cabeça rosa. O caixão é todo branquinho com flores brancas e tem um um anjinho."
A necropsia, que deve ficar pronta em 30 dias, vai apontar o motivo da morte da criança.
Hospital do Gama
Na sexta-feira (19) o G1 divulgou um vídeo de um médico do Hospital Regional do Gama que foi filmado observando uma mulher desmaiada na porta do consultório sem que ele levantasse da cadeira para atendê-la (veja vídeo ao lado).
O G1 tentou entrar em contato com o médico, que é clínico geral no Hospital do Gama, mas a instituição informou que ele entrou de férias nesta quarta-feira (17).
A mulher acabou sendo carregada no banco para dentro do consultório. A secretaria disse que vai investigar o caso e que "negligência médica é inadmissível" e que tomaria “as medidas cabíveis”.
Segundo o vice-diretor do Conselho Regional de Medicina (CRM), Dimitre Gabriel Omar, o CRM ainda não tem o nome do médico, mas informou que assim que receber informações sobre o caso, vai abrir uma sindicância para investigá-lo.
Fonte G1http://glo.bo/1aErQX3
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