segunda-feira, 1 de julho de 2013

Polícia investiga denúncia contra médico de Bauru por assédio sexual

01/07/2013 A Polícia Civil e o Conselho Regional de Medicina investigam uma denúncia feita por uma comerciária de Bauru (SP) contra um médico da cidade por assédio sexual. O suposto crime teria ocorrido durante uma consulta de rotina. Os órgãos investigam a conduta do médico. No relato, a comerciária conta que procurou o centro médico com sintomas de gripe, como coriza e bronquite, e foi atendida pelo plantonista. Logo no início do atendimento, o médico insinuou que ela seria usuária de drogas inalantes, como cocaína, e chegou a convidá-la para "cheirar algo juntos", segundo o depoimento da mulher. Em seguida, ele teria feito vários elogios à aparência da paciente e, sob o pretexto de examiná-la, agarrou-a e chegou a tentar beijá-la. "Cheguei a pensar em não denunciar, mas lembrei que outras pessoas também podem ser vítimas de uma ação constrangedora como essa", disse a mulher, que teve a identidade preservada. Segundo o delegado Carlos Crepe, da Central de Polícia Judiciária (CPJ), denúcias como essa são de difícil apuração, mas que os investigadores já estão ouvindo as partes envolvidas e procurando mais indícios para encaminhar a denúncia à Justiça. "É difícil se provar, mas não é impossível. Geralmente não há testemunhas, mas é levado em conta o comportamento da pessoa e seu histórico. A sociedade está abrindo os olhos e não está aceitando essa situação como se fosse comum. Cabe à polícia investigar o que realmente aconteceu", explica Crepe. O Conselho Regional de Medicina (CRM) admite que há uma crescimento assustador do número de denúncias de abuso sexual em atendimentos médicos. Segundo Carlos Alberto Monte Gobbo, conselheiro do CRM-São Paulo, em 2011 a entidade recebeu 33 denúncias de assédio; no ano passado, foram 58 casos relatados e, até abril desses ano, já existem 14 denúncias registradas. "Estamos notando um aumento exponencial das denúncias porque as pessoas estão exercendo seu poder de cidadania, seu poder de reclamar", acredita. Diante deste aumento de casos, o CRM criou uma câmara de assédio sexual para julgar essas denúncias. Segundo Gobbo, nos últimos dez anos, o órgão chegou a cassar o registro de 164 médicos e suspendeu outros 218 profissionais. Gobbo também ressalta as dificuldades de se apurar tais denúncias, mas lembra que o assediador sempre "deixa um rastro". "Por ser compulsiva, esse tipo de pessoa deixa um histórico de sua conduta e o CRM leva em conta também a semelhança dos ataques, o que muitas vezes nos leva a ter a convicção de que o acusado é um assediador", afirma o conselheiro do CRM. Para a entidade médica o caso é tão preocupante que ela mesma chega a orientar as mulheres a entrarem nos consultórios médicos acompanhadas de pessoas de confiança. "O assédio sexual é algo que o CRM entende como inaceitável e, quando detectado e comprovado, em geral há uma tendência de se afastar o médico do exercício da profissão", destaca Gobbo. Fonte:G1 LINKhttp://glo.bo/12aehb4

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