O Ministério da Saúde informou que apenas um transplante de fígado foi feito numa criança este ano. O órgão admitiu que a equipe de médicos foi reduzida e que a central de transplante está desativada por falta de profissionais capacitados. Agora, o drama de crianças do Rio que precisam de um rim ficou ainda maior, como mostrou reportagem do RJTV neste sábado (16).
Apesar da pouca idade, Daiana, 10 anos, e Claiton, 12, têm uma rotina cansativa e desgastante. Eles fazem quatro horas de hemodiálise três vezes por semana no Hospital Geral de Bonsucesso.
“Tem vezes que eu não tenho nem dinheiro de passagem, e ela passa muito mal, fica ruim mesmo, corro o risco até de um perder minha filha”, desabafou a mãe de Daiana, Diana de Souza.
A vida das crianças é cheia de restrições e as famílias sofrem. “Não é a aquela criança que pode fazer tudo o que quer. É aquela luta, não pode comer, nem aula direito pode assistir”, explica a avó de Taís, Suely Santos.
Drama
Do lado de fora, o péssimo estado de conservação do Hospital Geral de Bonsucesso é visível. Mas lá dentro, os problemas da área de saúde se revelam ainda mais urgentes.
Segundo médicos e a Associação de Renais Crônicos do Rio, desde o fim do ano passado, nenhum transplante foi feito no Hospital Geral de Bonsucesso em adultos ou crianças. Mas, no caso das crianças, a situação é mais grave porque este era o único centro transplantador de rim e fígado em todo estado.
Na sexta-feira (15), uma menina em Macaé, no Norte Fluminense, morreu na fila de espera por um rim. Segundo o Ministério da Saúde, não havia doador compatível. E mesmo se ela conseguisse um, nada poderia ter sido feito.
“Quando a gente vê uma criança na maca, morrendo, a gente fica entristecido. É um crime o que está se fazendo neste estado, paralisando tanto de criança como de adulto”, afirmou o presidente da Associação dos Renais Crônicos, Roque Pereira Da Silva.
Dificuldade no transplante
O diretor do Sindicato dos Médicos denuncia ainda que mesmo quem tem doador não consegue fazer o transplante.
“Tem duas crianças que estão prontas para realizar o transplante renal, os doadores são os pais. E essas estão em risco de vida, e não conseguem fazer o transplante porque o Hospital Federal de Bonsucesso está parado”, disse Roque Pereira da Silva.
O governo do estado disse que em abril o Hospital da Criança, em Vila Valqueire, na Zona Oeste, vai passar a fazer transplantes de rim e fígado.
“fica sem ir pra escola, fica sem fazer atividades, andar de bicicleta, bola....chora”, contou a mãe do menino Claiton, Fabiana da Silva.
A central de transplante do governo do estado informou que este ano providenciou o transplante de rim, em uma criança de sete anos. Ela foi levada para São Paulo, onde fez a cirurgia.
O problema também é grave para as crianças que esperam por um transplante de fígado. O Ministério da Saúde informou que este ano só foi feito no Hospital Federal de Bonsucesso um único transplante deste tipo em uma criança com mais de 40 quilos. O Ministério também prometeu que em 15 dias vai recompor as equipes e que os transplantes de rim e fígado voltarão a ser feitos normalmente no hospital.
Fonte:G1
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