Fonte:G1 Veja a reportagem no link ao lado:http://glo.bo/102CXm8
A família do empresário Pedro José Ribeiro Porto Filho, de 36 anos, uma das três pessoas que morreram após realizar exame de ressonância magnética no Hospital Vera Cruz, em Campinas (SP), em janeiro, recebeu um boleto de cobrança pelos custos do procedimento e também do atendimento do paciente depois que ele passou mal. A fatura recebida pelo pai da vítima, Pedro Ribeiro Porto, tem valor total de R$ 1.055,68. "Mataram e mandaram a conta. É ultrajante. Total falta de respeito", diz.
Considerado o único caso na história da medicina no mundo, o caso ocorreu no dia 28 de janeiro deste ano. Os três pacientes tiveram parada cardiorrespiratória depois de realizarem exame de ressonância magnética com o uso de contraste - substância que ajuda na visualização dos órgãos durante o procedimento - na clínica Ressonância MagnéticaCampinas (RMC), instalada dentro do hospital.
Mataram e mandaram a conta"
Pai de morto após ressonância
O empresário Pedro Porto Filho, a administradora de empresa Mayra Cristina Augusto Monteiro, de 25 anos, e o zelador Manuel Pereira de Souza, de 39 anos morreram depois de passarem mal após passarem pelo procedimento.
Sobre a cobrança enviada à família de Pedro Porto Filho, o Vera Cruz informou que a fatura é de responsabilidade da clínica RMC, que realiza o exame. A assessoria de impresa da Ressonância Magnética Campinas confirmou que o caso foi um equívoco e que a cobrança é gerada automaticamente após cada procedimento. A clínica garantiu que entrará em contato com a família da vítima para esclarecer o ocorrido.
Família reclama de demora em investigação
Até o momento, nenhum laudo divulgado pelos institutos envolvidos na investigação confirmam a causa da morte. Desde a abertura do inquérito, pelo menos 20 pessoas foram ouvidas pela Polícia Civil. A reconstituição dos exames e do atendimento prestado às três vítimas no pronto-socorro do Vera Cruz também foram feitas.
Até o momento, nenhum laudo divulgado pelos institutos envolvidos na investigação confirmam a causa da morte. Desde a abertura do inquérito, pelo menos 20 pessoas foram ouvidas pela Polícia Civil. A reconstituição dos exames e do atendimento prestado às três vítimas no pronto-socorro do Vera Cruz também foram feitas.
Durante a apuração do caso, a hipótese de crime doloso, quando há a intenção de matar, foi descartada e a principal suspeita da polícia é de que tenha ocorrido erro humando em alguma etapa do procedimento ou ainda falha nos equipamentos de ressonância magnética.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, José Carlos Fernandes, a investigação é complexa e por este motivo a demora na conclusão do inquérito é compreensível. "Não existe na história da medicina nenhum fato semelhante. Foi necessário desenvolver uma metodologia própria pelos institutos envolvidos para fazer os exames e obter os resultados esperados. Por esse motivo, é que demanda um tempo considerável na conclusão dos trabalhos periciais", afirma Fernandes.
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O delegado explica que a investigação envolve diversas equipes multidisciplinares, como a Vigilância em Saúde de Campinas, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Instituto Médico Legal (IML), Instituto Adolfo Lutz, Instituto de Criminalística (IC), além de escrivães e investigadores da Polícia Civil.
A família do empresário José Ribeiro Porto Filho, um dos pacientes mortos, reclama da demora na divulgação dos laudos. "Estão demorando. Sem a causa morte, não é possível darandamento a vida da família do meu filho. Não se movimenta inventário, as coisas ficam travadas. Até agora não me deram nenhuma satisfação. Nem a mim e nem ninguém. O que está havendo parece que é uma demora proposital. Eu imploro que seja agilizado. É preciso que isso seja esclarecido", pede o pai do empresário, José Ribeiro Porto.
Indício
Os hemogramas dos três pacientes reforçam a hipótese de que a causa das mortes está relacionada à intoxicação química. A informação é do secretário de Sáude de Campinas, Cármino de Souza, que apontou expressiva redução do número de plaquetas, componente do sangue fundamental no processo de coagulação, e hemólise, que é a quebra dos glóbulos vermelhos.
Os hemogramas dos três pacientes reforçam a hipótese de que a causa das mortes está relacionada à intoxicação química. A informação é do secretário de Sáude de Campinas, Cármino de Souza, que apontou expressiva redução do número de plaquetas, componente do sangue fundamental no processo de coagulação, e hemólise, que é a quebra dos glóbulos vermelhos.
Omissão de dados
Após ser autuada pela Vigilância em Saúde, por falhas no preenchimento dos prontuários das vítimas, a Ressônacia Magnética Campinas apresentou em fevereiro os documentos solicitados pelo órgão. A avaliação ficará a cargo do departamento jurídico da Prefeitura e, caso o recurso não seja aceito, a empresa de ressonância pode ser multada.
Após ser autuada pela Vigilância em Saúde, por falhas no preenchimento dos prontuários das vítimas, a Ressônacia Magnética Campinas apresentou em fevereiro os documentos solicitados pelo órgão. A avaliação ficará a cargo do departamento jurídico da Prefeitura e, caso o recurso não seja aceito, a empresa de ressonância pode ser multada.
O caso
Três pessoas morreram entre a tarde e a noite do dia 28 de janeiro de 2013 após realizarem exames de ressonância magnética no hospital particular Vera Cruz, em Campinas. A Vigilância em Saúde interditou o setor responsável pelo procedimento da unidade de saúde por tempo indeterminado.
Três pessoas morreram entre a tarde e a noite do dia 28 de janeiro de 2013 após realizarem exames de ressonância magnética no hospital particular Vera Cruz, em Campinas. A Vigilância em Saúde interditou o setor responsável pelo procedimento da unidade de saúde por tempo indeterminado.
Entre as vítimas estão a administradora de empresa Mayra Cristina Augusto Monteiro, de 25 anos, que deixa uma filha de 4 anos. Também morreu o paciente de Santa Rita de Cássia, o zelador Manuel Pereira de Souza, de 39 anos, casado e pai de uma filha de 6 anos. O terceiro paciente é Pedro José Ribeiro Porto Filho, de 36 anos.
Segundo a assessoria do Hospital Vera Cruz, no mesmo dia foram realizados outros 83 exames de ressonância, sendo que o contraste foi aplicado em 30 avaliações. Nestes casos não foram encontradas reações adversas.
As vítimas tinham situações clínicas diferentes e não foram diagnósticados com doenças em estágio avançado, segundo o diretor administrativo do hospital, Gustavo Carvalho. Após a constatação das mortes, a direção do hospital acionou a polícia. As salas e os materiais utilizados durante os procedimentos foram lacrados, de acordo com a direção da unidade.
Ainda segundo a direção do hospital, são realizados 2 mil exames por mês e nenhum registro de ocorrências desse tipo foi registrado na unidade. A unidade médica também informou que está colaborando com os órgãos competentes.
Polícia Civil faz reconstituição de exames de ressonância magnética no Vera Cruz (Luciano Calafiori/G1)
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