Thays Oliveira conta que ao lado do quarto de Emily tinha outro bebê que se chamava Evelin. "A hora que a enfermeira entrou no quarto ela falou assim ‘Quem é Evelin?’. Eu disse que a Evelin estava no outro quarto. Ela passou direto com a bandeja de remédio. Depois ela voltou e disse ‘A Emily tem medicamento agora’. Daí eu falei que ela não tinha remédio, pois tomou os medicamentos na parte da manhã e o médico falou que era só à noite. Então, a enfermeira disse: ‘Está escrito no prontuário que ela tem que tomar esse remédio aqui para melhorar a tosse dela’", lembra Thays.
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A mãe de Emily disse ainda que, antes da profissional dar o medicamento, chegou a suspeitar que a enfermeira pudesse estar enganada ao aplicar na filha um remédio de cor amarela em vez de branca, como era de rotina.- Bebê internado morre após tomar injeção e pais acusam erro médico
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"Acho que foi medicamento errado, não tem lógica. A minha filhinha estava boa, brincando, rindo. Só foi aplicar o remédio na veia dela, ela roxeou a boca, virou os olhos. Ela caiu", lembra Thays.
Procurada pela reportagem, a direção do Hospital da Criança de Anápolis informou que só vai se pronunciar sobre o caso depois que sair o laudo do Instituto Médico Legal (IML). O documento deve ficar pronto em 30 dias.
Velório
Os pais de Emily estavam muito abalados durante o velório da menina nesta quarta-feira, em Goianápolis. Emily era filha única do casal, que lutava há dois anos para engravidar.
O pai, Thiago Oliveira, ficou o tempo todo ao lado do corpo do bebê, debruçado no caixão. Já a mãe acompanhou o velório sentada, pois não conseguia ficar em pé.
Na certidão de óbito de Emily consta que a morte ainda não foi esclarecida. A polícia investiga se houve erro médico. "É um caso muito complexo. Para definir a responsabilização criminal do médico, do hospital ou da enfermeira há que se esperar o laudo do IML", afirma o delegado Manoel Vanderic. O responsável por investigar o caso informou ainda que já foi instaurado inquérito policial na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.
Pai não saiu ao lado do corpo da filha durante o velório (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Emily Vitória foi internada na segunda-feira (11), com princípio de pneumonia. Um dia depois, quando já estava melhor, uma enfermeira do hospital aplicou uma injeção e, imediatamente, a bebê começou a passar mal, contou a mãe da menina.Segundo Thays, a enfermeira teria dito que aplicaria um antibiótico na criança. No entanto, a mãe acredita que ela tenha aplicado o remédio errado.
Aos prantos, o pai da criança, Thiago Souza, relatou como Emily Vitória foi levada ao hospital: “Ela estava só com uma dorzinha no peito. Estava gripada, resfriada e minha esposa trouxe ela para cá”.
Sem UTI
Com o hospital não tem Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) teve de ser acionado. Pacientes contam que ligaram inúmeras vezes, mas o socorro não apareceu.
“Muitas pessoas ligaram e eles [Samu] não vieram. Foi negligência da enfermeira, mas foi negligência deles também, que tinham a aparelhagem e não deram o socorro”, diz a administradora Raiane Ferreira Rocha.
Quase uma hora depois da morte da menina, uma ambulância chegou ao hospital, mas para atender a mãe da criança, que havia desmaiado. A família pede justiça.
O diretor-geral do Samu, Sérgio Marques, disse que o serviço não fez o transporte da criança porque ela estava em parada cardíaca e a unidade não pode transportar pacientes em reanimação. Informou também que o Samu ofereceu um médico para ajudar na reanimação, mas a menina morreu antes do hospital responder sobre a proposta.
Pais choram na porta do hospital; Thays, de vermelho, desmaiou (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Fonte : G1
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