Anny Ribeiro, Cíntia Cruz e Fernanda Alves
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Dentre as centenas de reivindicações dos cartazes de manifestantes nos protestos ocorridos na semana passada no Rio, uma é recorrente: melhoria na saúde pública. Neste domingo, o EXTRA percorreu 12 unidades de saúde — oito na capital e quatro na Baixada Fluminense — e constatou que os problemas encontrados em hospitais e UPAs não são resolvidos, apesar das denúncias constantes.
No Hospital Municipal Pedro II, em Campo Grande, reinaugurado há um ano após um incêndio, a paciente Severina Feliciano da Silva, de 66 anos, está internada desde sábado numa poltrona, com suspeita de tuberculose, por falta de leitos.
A UPA da Tijuca, sem pediatras de plantão, não atendia às crianças doentes trazidas pelos pais.
— Parece que a pediatra está de férias, e não tem ninguém para substituir — reclamou a esteticista Inalva Pereira, de 36 anos, que tentaria atendimento para a filha em Botafogo.
Em Duque de Caxias, a UPA de Sarapuí estava sem clínicos na tarde de ontem. Só havia pediatra e dentista. Quem procurava atendimento tinha que ir para a UPA do Parque Lafaiete ou para o Hospital Moacyr do Carmo, onde também havia problemas. Lá, o o vendedor Wellington Dias, de 32, foi informado que o centro cirúrgico não estava funcionando.
— Fomos para o Hospital de Saracuruna, onde ele ficou internado — disse o amigo que o acompanhava.
Fabrícia de Azevedo, 28 anos, dona de casa e nora de Severina Feliciano
“Até eu chegar ao hospital, lá pelas 10h de ontem, nenhum médico, fora o do primeiro atendimento, tinha ido vê-la. Então, fui atrás de uma assistente social. Não tinha nenhuma. Disseram que não podem afirmar que é tuberculose, pois não há especialista. Até agora, ela só tomou uma dipirona. Isso é remédio para quem tem anemia ou tuberculose? É um descaso imenso”.
Vanderlei Dias Junior, 28 anos, taxista e morador de Paquetá
“Eu tive que vir aqui para a UPA do Centro, com a Beatriz, minha filha de 1 ano, porque o posto de saúde de Paquetá não tem como fazer um exame de raios X, pois o aparelho está quebrado. Além disso, várias vezes a energia elétrica cai e não tem gerador. É uma vergonha. Um hospital tem de ter mais do que médicos. O posto está sucateado e os políticos só fazem promessas, mas não cumprem nada”.
A resposta dos hospitais
A direção do Hospital Pedro II afirmou que está com demanda acima da capacidade e que a unidade trabalha com classificação de risco, priorizando os atendimentos de urgência.
A coordenação da UPA da Tijuca disse que falta pediatra no plantão da manhã e da tarde de domingo, mas os casos mais graves são atendidos pela equipe de clínicos.
A Secretaria estadual de Saúde informou que o clínico geral da UPA do Sarapuí escalado para o plantão deste domingo não compareceu por motivo de saúde, mas o atendimento seria normalizado às 19h.
O subsecretário de Saúde de Duque de Caxias, Sílvio Costa Júnior, afirmou que vai apurar o caso. Já a Unidade Integrada de Saúde Manoel Arthur Villaboim informou que o aparelho de raios X já foi reparado.
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Fonte: jORNAL EXTRA
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