08/05/2013 17h24 - Atualizado em 08/05/2013 21h16
A Polícia Civil ouviu durante cinco horas, nesta quarta-feira (8), o depoimento de Adilson Prando, médico e sócio da RMC. A empresa é responsável pelos exames de ressonância magnética no Hospital Vera Cruz, onde três pessoas morreram, em janeiro, após passarem pelo procedimento.
Segundo os delegados responsáveis pelo caso, ainda estão previstos os depoimentos do médico e também proprietário da Ressonância Magnética Campinas (RMC), José Luis Cury Marins, além de Patrícia Prando e Marcos Marins, médicos e filhos dos sócios.
O delegado José Carlos Fernandes preferiu não confirmar se vai indiciar alguém após os depoimentos desta quarta-feira. Segundo a Polícia Civil, há a possibilidade de duas, das quatro oitivas previstas, serem adiadas.
Causa das mortes
A conclusão da Polícia Civil, divulgada em abril, é que uma auxiliar de enfermagem, de 20 anos, preparou uma solução com perfluorocarbono, em vez de soro, que foi aplicada por outras duas profissionais nas vítimas. A substância, usava indevidamente, causou a morte dos três pacientes.
A auxiliar pode ter sido induzida ao erro, já que os produtos têm aspectos semelhantes e a RMC reutilizava bolsas de soro para guardar o perfluorcarbono. Os materiais ficavam em gavetas diferentes e sem identificação, segundo o delegado José Carlos Fernandes.
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Mais depoimentos
Na segunda-feira (6), a polícia ouviu o diretor técnico do Vera Cruz, Vitório Verri, que alegou desconhecer o uso do perfluorocarbono. O advogado Rodrigo de Almeida Pimentel, que representa a unidade médica, negou a responsabilidade do hospital no caso, já que os exames são feitos pela RMC.
O diretor administrativo do hospital, Gustavo Carvalho, também prestou depoimento e reiterou que a RMC era a única responsável pelas operações no espaço da ressonância. "A participação que o hospital tem é apenas econômica, como na compra de equipamentos e no resultado econômico da empresa”, justificou.
Contudo, o advogado da RMC Ralph Tórtima, sugere que a empresa e o hospital têm responsabilidades iguais sobre o incidente, uma vez que há uma sociedade entre a unidade médica e a empresa responsável pelas ressonâncias, segundo ele. "Eles são sócios com 50% da parte de um e 50% da parte do outro. Dizer que são terceirizados como ocorreu por aí não é verdade", defendeu.
Vítimas
A administradora de empresa Mayra Cristina Augusto Monteiro, de 25 anos, foi uma das vítimas e deixou uma filha de 4 anos. Também morreu um paciente de Santa Rita de Cássia, o zelador Manuel Pereira de Souza, de 39 anos, casado e pai de uma filha de 6 anos. O terceiro paciente era Pedro José Ribeiro Porto Filho, de 36 anos.
Fonte G1
http://glo.bo/1700Xxs
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