A juíza Patrícia Suárez Pae Kim, da 1ª Vara Criminal de Campinas (SP), aceitou, na tarde desta terça-feira, a denúncia do Ministério Público (MP) contra sete pessoas acusadas de envolvimento nas três mortes após exames de ressonâncias magnéticas no Hospital Vera Cruz, em janeiro. A clínica RMC é responsável pelo procedimento na unidade médica. Não há informação sobre o início do julgamento.
O MP fez a denúncia no dia 24 deste mês. Para o promotor Carlos Eduardo Ayres de Farias, os responsáveis pelas mortes foram os quatro médicos e sócios da Ressonância Magnética Campinas (RMC), além de três funcionários da clínica.
Todos vão responder por homicídio culposo - quando não há intenção de matar. Os sócios da RMC e a enfermeira também são acusados por fraude processual. Estão entre os denunciados os médicos e sócios da clínica José Luiz Cury Marins, Adilson Prando, Patrícia Prando Cardia e Marcos Marins; além de uma enfermeira e dois auxiliares de enfermagem.
O indiciamento da Polícia Civil foi por homicídio com dolo eventual - quando o risco é assumido -, e a promotoria alterou a tipificação antes de enviar à Justiça.
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O advogado que representa os quatro sócios da RMC, Ralph Tórtima Stettinger, disse que já esperava essa decisão e que agora vai trabalhar na defesa dos clientes. A defesa dos três funcionários não foi localizada.
Conclusão da polícia
A Polícia Civil concluiu que os pacientes tiveram uma substância chamada perfluorocarbono aplicada na veia, ao invés de soro. Segundo os delegados do caso, uma auxiliar de enfermagem, de 20 anos, foi induzida ao erro e preparou a solução com o produto que causou as mortes. As vítimas tiveram embolia pulmonar.
Os produtos têm aspectos semelhantes e a RMC reutilizava bolsas de soro para guardar o perfluorcarbono. Os materiais ficavam em gavetas diferentes e sem identificação, de acordo com o titular do 1º Distrito Policial de Campinas, José Carlos Fernandes.
A auxiliar que preparou a solução com o produto errado não está entre os denunciados pelo MP. De acordo com a promotoria, ela não agiu culposamente, porque não podia imaginar que no interior da bolsa de soro fisiológico havia material químico letal.
Vítimas
A administradora de empresa Mayra Cristina Augusto Monteiro, de 25 anos, foi uma das vítimas e deixou uma filha de 4 anos. Também morreu um paciente de Santa Rita de Cássia, o zelador Manuel Pereira de Souza, de 39 anos, casado e pai de uma filha de 6 anos. O terceiro paciente era Pedro José Ribeiro Porto Filho, de 36 anos.
Fonte G1
http://glo.bo/18xu21v
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