Luana Mesquita, 8 anos, morreu no último dia 17 no Hospital do Satélite, Zona Leste de Teresina, após receber soro glicosado na veia. A família da menina diz que não sabia que Luana era diabética e culpa a direção do hospital pelo falecimento.
A garota deu entrada no hospital às 15h12, com um quadro de desidratação e vômitos, e faleceu por volta das 20 horas. De acordo com Socorro Soares, mãe da criança, a filha nunca apresentou sintomas da doença e aponta erros no atendimento à filha.
“Ninguém da família tinha conhecimento. A gente achou que foi alguma coisa que ela comeu que fez mal. Colocaram soro com glicose aplicado por uma médica e os exames só começaram a ser feitos depois de 5 horas da entrada no hospital”, afirmou.
Segundo ela, o exame de glicemia só foi feito depois que Luana já havia recebido o soro glicosado. A mãe disse ainda que durante o atendimento, o hospital estava sem energia e o procedimento foi realizado á luz de velas. Ela conta que um algodão chegou a pegar fogo perto de Luana. “Estava calor, foi tudo feito às escuras”, destacou.
A mãe de Luana lamenta a perda da única filha e pede que o suposto erro não se repita.
De acordo com a Fundação Hospitalar de Teresina (FHT), a menina Luana deu entrada no hospital no último dia 17 deste mês com um quadro grave de vômito e desidratação.
O presidente da Fundação, Aderivaldo Andrade, diz que, como a família não informou nada sobre a menina ser diabética ou não, o médico não tinha como saber a princípio.
Aderivaldo disse ainda que a causa da morte de Luana teria sido cetoacidose diabética, ou seja, uma complicação aguda da doença. O prontuário ainda está sendo aguardado. Em nota, a FHT diz que foi iniciado ontem processo investigatório para apurar se houve falhas por parte dos médicos e do hospital.
Confira a nota da Fundação Hospitalar de Teresina
A Fundação Hospitalar de Teresina, por meio do seu presidente Aderivaldo Andrade, vem prestar esclarecimentos a respeito do falecimento da paciente Luana Mesquita, de 8 anos, no dia 17 de maio de 2013, por volta das 20h, nas dependências do Hospital do Satélite.
Inicialmente, lamentamos o falecimento da criança e somos solidários na dor com seus familiares.
A paciente foi admitida às 15h12 minutos, levada pela avó, com relato de vômitos. O pediatra que deu atendimento inicial caracterizou o diagnóstico como desidratação, tendo iniciado a reidratação com soro glico-fisiológico (contém água, glicose e sal), este é o soro padrão, segundo o pediatra, utilizado nos casos de desidratação. Foi utilizado ainda medicamento para vômito.
Após o fim da primeira etapa do soro foi iniciada uma segunda etapa do mesmo soro. Como a paciente não apresentava melhora, os dois pediatras de plantão levaram a criança para a sala de reanimação para tentar salvá-la.
Durante o período de 18h30min e 20h foram realizados vários esforços pelos pediatras e clínicos para melhor reanimar a criança, entretanto, não obtiveram sucesso, e a paciente foi a óbito.
A partir desse momento, o diretor clínico do Hospital do Satélite, informado sobre a rapidez trágica do quadro apresentado pela paciente, tentou obter, junto à família, informações sobre doenças prévias que pudessem ter ajudado a agravar o quadro, informando aos familiares que um exame de glicemia tinha revelado níveis elevados de glicose no sangue.
Diante da negativa de doenças, o diretor clínico sugeriu a realização de autópsia com a finalidade de obter mais informações, mas a família não concordou com o procedimento.
Desde ontem, 28, foi iniciado processo investigatório a fim de esclarecer possíveis responsabilidades dos médicos e do hospital que possam de alguma forma ter contribuído para esse desenlace trágico.
Fonte G1
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