Maus tratos, erros de diagnóstico e demora no atendimento médico são as principais reclamações de alguns pacientes que passaram pelo Hospital Frei Galvão, em Santos, no litoral de São Paulo, nos últimos anos. Um grupo se reuniu para pedir justiça por problemas enfrentados por eles durante o período entre dezembro de 2011 e fevereiro de 2012.
A assessoria de imprensa do hospital enviou uma nota para explicar todos os procedimentos realizados nos pacientes supostamente prejudicados. Mãe perde filho após cirurgia (Foto: Carolina Ramires) Mãe perdeu o filho após cirurgia (Foto: Carolina Ramires) A costureira Elizabeth Antonio, mãe de um jovem que morreu durante uma cirurgia no hospital, conta que seu filho, Danilo de Antonio Queiroz, de 29 anos, teve um diagnóstico errado da doença. "Meu filho se dirigiu ao pronto-socorro com muitas dores e os médicos falaram que ele estava com gases", lembra. Segundo Elizabeth, as dores continuaram e na madrugada do mesmo dia, Danilo retornou ao local quando foi diagnosticado com apendicite. Após quatro dias, o jovem foi operado. "Por conta da demora, a doença se agravou para uma infecção generalizada. Eu entreguei meu filho andando, e o devolveram dentro de um saco plástico, morto", enfatiza. A outra história é de Victor Ramalho Silva, de 13 anos, que foi internado no Hospital Frei Galvão em fevereiro de 2012, com diagnóstico de apendicite. Segundo o pai da criança Vanderlei Ramalho, o menino ficou horas em uma sala de emergência com fortes dores abdominais aguardando o atendimento de um cirurgião. "Após a operação e a alta médica do hospital, meu filho continuou com os mesmos sintomas, quando decidi encaminhá-lo para um hospital em São Paulo. Lá foi descoberto que o estado de saúde dele era gravíssimo, com uma infecção generalizada por conta de parte do apêndice não ter sido retirado. Meu filho, graças a Deus pôde ser tratado a tempo e atualmente encontra-se recuperado", afirma Vanderlei. Paciente conta que teve diagnóstico errado da doença (Foto: Carolina Ramires) Paciente conta que sofreu maus tratos (Foto: Carolina Ramires) Outro paciente que reclama do hospital é Alexandre da Silva Santos, de 39 anos, que explica que foi ao hospital durante cinco dias consecutivos e os médicos do local constataram que o problema dele não era grave. "Os médicos falaram que eu estava com dores renais e que um chá caseiro resolveria. Após esses dias comecei a evacuar sangue. Só quando eu não estava conseguindo andar e nem respirar direito, o médico me examinou e disse que era uma suposta apendicite. No final de dezembro foi constatado o erro médico, e falaram que a minha doença era diverticulite", conta. Após o diagnóstico, Alexandre ficou internado na Unidade de Terapia Itensiva (UTI). Ele diz ainda que recebeu maus tratos durante esse período. "Um auxiliar de enfermagem me obrigou a tomar banho gelado, ele me xingava e dava beliscões", lembra. Atualmente Alexandre está acamado, e não consegue andar sozinho. O paciente explica que recebeu várias recusas de reversão cirúrgica por médicos do hospital. "Eu precisei pagar por consultas fora do meu plano para outros médicos particulares poderem comprovar que eu preciso de uma cirurgia e que o meu caso é reversível", finaliza. saiba mais Após cirurgia nas pernas paciente corre risco de ter trombose Falso médico que atendia em hospital de Santos está foragido Vereadores de Santos discutem saúde pública em sessão na Câmara Leia mais notícias da Baixada Santista e Vale do Ribeira no G1 Os familiares dos pacientes levaram o caso ao Ministério Público de Santos, à promotoria de infância e juventude, ao Conselho Regional de Medicina e à Agência Nacional de Saúde. Além disso, o pai da criança de 13 anos enviou um pedido de projeto de lei que obrigaria todos os estabelecimentos de saúde a manter exemplares do Código de Ética Médica nos balcões de atendimento, e também obrigaria os postos de saúde a manter, no mínimo, dois médicos em salas individuais para atendimento a pacientes. Segundo ele, a lei está tramitando na Assembleia Legislativa de São Paulo. Situação dos pacientes segundo o hospital Após a reclamação dos pacientes e familiares, o hospital Frei Galvão informou todos os procedimentos adotados em cada situação. Segue abaixo a íntegra das explicações: O Hospital Frei Galvão informa que o paciente Alexandre estava com quadro de abdome agudo perfuratório, submetido a procedimento cirúrgico de urgência, sem intercorrências. Conta ainda que ele permaneceu em acompanhamento na UTI e, posteriormente, em enfermaria, apresentando limitações à movimentação em virtude do longo período em que esteve acamado. Recebeu alta hospitalar com melhora do quadro clínico abdominal, e encontra-se em programa de assistência domiciliar (homecare), desde sua desospitalização. Vem sendo submetido a avaliações pré-operatórias para a complementação do tratamento inicial, bem como para o tratamento das queixas ósteo-musculares, tendo optado a equipe médica assistente adotar conduta conservadora até que o paciente atinja as condições clínicas adequadas para o agendamento das reintervenções. O paciente Danilo foi avaliado pela equipe de Cirurgia Geral que solicitou os exames de imagem e de laboratório indicados para a situação. A avaliação clínica e os exames realizados não foram conclusivos inicialmente. O paciente foi submetido à cirurgia tão logo o quadro clínico se definiu. O paciente apresentou piora do quadro clínico e evoluiu a óbito. O paciente Victor foi internado com quadro de dor abdominal e vômitos. Foi avaliado pela equipe médica do plantão, que solicitou os exames de imagem e de laboratório indicados para a situação. A seguir, foi reavaliado pela Cirurgia Geral, sendo indicada a abordagem cirúrgica. O procedimento operatório foi realizado em seguida, sem intercorrências. O paciente recebeu alta hospitalar, em bom estado geral. Reavaliado posteriormente, o paciente apresentou um novo quadro infeccioso abdominal, que exigiu sua remoção para outra unidade hospitalar com suporte de UTI infantil, onde foi submetido a nova intervenção para limpeza da cavidade, seguida de todos os cuidados necessários até seu pleno restabelecimento.
A assessoria de imprensa do hospital enviou uma nota para explicar todos os procedimentos realizados nos pacientes supostamente prejudicados. Mãe perde filho após cirurgia (Foto: Carolina Ramires) Mãe perdeu o filho após cirurgia (Foto: Carolina Ramires) A costureira Elizabeth Antonio, mãe de um jovem que morreu durante uma cirurgia no hospital, conta que seu filho, Danilo de Antonio Queiroz, de 29 anos, teve um diagnóstico errado da doença. "Meu filho se dirigiu ao pronto-socorro com muitas dores e os médicos falaram que ele estava com gases", lembra. Segundo Elizabeth, as dores continuaram e na madrugada do mesmo dia, Danilo retornou ao local quando foi diagnosticado com apendicite. Após quatro dias, o jovem foi operado. "Por conta da demora, a doença se agravou para uma infecção generalizada. Eu entreguei meu filho andando, e o devolveram dentro de um saco plástico, morto", enfatiza. A outra história é de Victor Ramalho Silva, de 13 anos, que foi internado no Hospital Frei Galvão em fevereiro de 2012, com diagnóstico de apendicite. Segundo o pai da criança Vanderlei Ramalho, o menino ficou horas em uma sala de emergência com fortes dores abdominais aguardando o atendimento de um cirurgião. "Após a operação e a alta médica do hospital, meu filho continuou com os mesmos sintomas, quando decidi encaminhá-lo para um hospital em São Paulo. Lá foi descoberto que o estado de saúde dele era gravíssimo, com uma infecção generalizada por conta de parte do apêndice não ter sido retirado. Meu filho, graças a Deus pôde ser tratado a tempo e atualmente encontra-se recuperado", afirma Vanderlei. Paciente conta que teve diagnóstico errado da doença (Foto: Carolina Ramires) Paciente conta que sofreu maus tratos (Foto: Carolina Ramires) Outro paciente que reclama do hospital é Alexandre da Silva Santos, de 39 anos, que explica que foi ao hospital durante cinco dias consecutivos e os médicos do local constataram que o problema dele não era grave. "Os médicos falaram que eu estava com dores renais e que um chá caseiro resolveria. Após esses dias comecei a evacuar sangue. Só quando eu não estava conseguindo andar e nem respirar direito, o médico me examinou e disse que era uma suposta apendicite. No final de dezembro foi constatado o erro médico, e falaram que a minha doença era diverticulite", conta. Após o diagnóstico, Alexandre ficou internado na Unidade de Terapia Itensiva (UTI). Ele diz ainda que recebeu maus tratos durante esse período. "Um auxiliar de enfermagem me obrigou a tomar banho gelado, ele me xingava e dava beliscões", lembra. Atualmente Alexandre está acamado, e não consegue andar sozinho. O paciente explica que recebeu várias recusas de reversão cirúrgica por médicos do hospital. "Eu precisei pagar por consultas fora do meu plano para outros médicos particulares poderem comprovar que eu preciso de uma cirurgia e que o meu caso é reversível", finaliza. saiba mais Após cirurgia nas pernas paciente corre risco de ter trombose Falso médico que atendia em hospital de Santos está foragido Vereadores de Santos discutem saúde pública em sessão na Câmara Leia mais notícias da Baixada Santista e Vale do Ribeira no G1 Os familiares dos pacientes levaram o caso ao Ministério Público de Santos, à promotoria de infância e juventude, ao Conselho Regional de Medicina e à Agência Nacional de Saúde. Além disso, o pai da criança de 13 anos enviou um pedido de projeto de lei que obrigaria todos os estabelecimentos de saúde a manter exemplares do Código de Ética Médica nos balcões de atendimento, e também obrigaria os postos de saúde a manter, no mínimo, dois médicos em salas individuais para atendimento a pacientes. Segundo ele, a lei está tramitando na Assembleia Legislativa de São Paulo. Situação dos pacientes segundo o hospital Após a reclamação dos pacientes e familiares, o hospital Frei Galvão informou todos os procedimentos adotados em cada situação. Segue abaixo a íntegra das explicações: O Hospital Frei Galvão informa que o paciente Alexandre estava com quadro de abdome agudo perfuratório, submetido a procedimento cirúrgico de urgência, sem intercorrências. Conta ainda que ele permaneceu em acompanhamento na UTI e, posteriormente, em enfermaria, apresentando limitações à movimentação em virtude do longo período em que esteve acamado. Recebeu alta hospitalar com melhora do quadro clínico abdominal, e encontra-se em programa de assistência domiciliar (homecare), desde sua desospitalização. Vem sendo submetido a avaliações pré-operatórias para a complementação do tratamento inicial, bem como para o tratamento das queixas ósteo-musculares, tendo optado a equipe médica assistente adotar conduta conservadora até que o paciente atinja as condições clínicas adequadas para o agendamento das reintervenções. O paciente Danilo foi avaliado pela equipe de Cirurgia Geral que solicitou os exames de imagem e de laboratório indicados para a situação. A avaliação clínica e os exames realizados não foram conclusivos inicialmente. O paciente foi submetido à cirurgia tão logo o quadro clínico se definiu. O paciente apresentou piora do quadro clínico e evoluiu a óbito. O paciente Victor foi internado com quadro de dor abdominal e vômitos. Foi avaliado pela equipe médica do plantão, que solicitou os exames de imagem e de laboratório indicados para a situação. A seguir, foi reavaliado pela Cirurgia Geral, sendo indicada a abordagem cirúrgica. O procedimento operatório foi realizado em seguida, sem intercorrências. O paciente recebeu alta hospitalar, em bom estado geral. Reavaliado posteriormente, o paciente apresentou um novo quadro infeccioso abdominal, que exigiu sua remoção para outra unidade hospitalar com suporte de UTI infantil, onde foi submetido a nova intervenção para limpeza da cavidade, seguida de todos os cuidados necessários até seu pleno restabelecimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário