Garota com hanseníase morre por medicação errada em hospital, diz pai
Pedreiro afirma que filha, de 12 anos, tomou remédio que não poderia.
Unidade nega que tenha ocorrido negligência; Polícia Civil investiga o caso.
O pedreiro Marcos Batista Carvalho, de 38 anos, registrou uma ocorrência para apurar a morte da filha, Larissa Nascimento Batista, de 12 anos, no Hospital Municipal de Cristalina, no Entorno do Distrito Federal, onde a família mora. Segundo ele, o óbito ocorreu depois que a menina, portadora de hanseníase, recebeu uma medicação que não poderia tomar. A direção da unidade de saúde nega que tenha ocorrido qualquer tipo de erro ou negligência.
O pai diz que há sete meses Larissa fazia tratamento para hanseníase no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em Brasília. Na última sexta-feira (20), quando estava em casa, a garota sentiu fortes dores na barriga e foi levada para o hospital municipal.
"Eu levei ela e expliquei para a médica que minha filha fazia tratamento e que não podia tomar alguns remédios. Quando ela disse qual medicamento iria ministrar eu perguntei se não fazia mal e a médica respondeu que não. Minutos depois de ela receber a medicação, ela morreu. Não posso falar que foi erro, mas acredito em negligência, que ela tomou uma medicação que não podia", diz Marcos ao G1.
Em nota, a Secretaria de Saúde do DF informou que não pode repassar informações sobre a enfermidade da paciente. A garota foi enterrada na segunda-feira (23).
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Atendimento normal
O hospital negou que Larissa tenha sido atendida de forma incorreta. Segundo a diretora da unidade, Luciana Ferreira Gomes, a paciente deu entrada no hospital em estado grave e, apesar dos esforços da equipe médica, ela não resistiu.
O hospital negou que Larissa tenha sido atendida de forma incorreta. Segundo a diretora da unidade, Luciana Ferreira Gomes, a paciente deu entrada no hospital em estado grave e, apesar dos esforços da equipe médica, ela não resistiu.
"Não podemos passar muitas informações porque o atendimento é sigiloso. Porém, o que posso falar é que foram realizadas todas as manobras necessárias para atender a paciente, mas, infelizmente, ela não resistiu", diz.
Ainda de acordo com a diretora, a ação dos profissionais foi considerada "dentro da normalidade" que o caso exigia. "Foi um atendimento adequado, nada fora do padrão para um caso como o dela", pondera.
Investigação
O delegado responsável pelo caso, Cássius Zamó, disse que a menina chegou ao hospital já em estado grave e, logo depois, teve uma parada cardíaca. Ele afirma que a suspeita inicial é de que a morte tenha sido natural. O investigador pondera que o caso só será definido com a divulgação do laudo cadavérico, o que deve ocorrem em 30 dias.
O delegado responsável pelo caso, Cássius Zamó, disse que a menina chegou ao hospital já em estado grave e, logo depois, teve uma parada cardíaca. Ele afirma que a suspeita inicial é de que a morte tenha sido natural. O investigador pondera que o caso só será definido com a divulgação do laudo cadavérico, o que deve ocorrem em 30 dias.
"Ninguém foi ouvido ainda e só vou fazer isso até ter acesso ao laudo. Também vou requerer o prontuário médico para juntar aos documentos. Se ficar constatada a morte natural, pedimos o arquivamento do inquérito. Se houver erro médico, o responsável irá responder pelo crime", diz Zamó.
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