Deitado sobre a bancada da sala de reanimação da emergência do Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, um idoso sofre uma parada cardiorrespiratória. Médicos e enfermeiros se desdobram, atendendo pessoas “internadas” em cadeiras de ferro e medindo a pressão de um paciente de pé. Não há mais espaço, e os doentes continuam chegando, amontoando-se nos corredores. O quadro foi flagrado nesta segunda-feira, durante uma vistoria do Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj).
O relatório, enviado à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mostra um idoso amarrado a uma cadeira. A cabeça pende. Em volta dele, macas ficam tão próximas que chegam a se tocar. Um risco potencial de transmissão de infecção hospitalar.
- É nesse ambiente que idosas recebem o banho. Há macas de mulheres coladas às de homens. Acaba com a dignidade de qualquer um. A sociedade civil concorda com essas condições de atendimento? - questiona a presidente do Cremerj, Márcia Rosa de Araujo.
Segundo o conselheiro do Cremerj Sergio Albieri, faltam clínicos, intensivistas, anestesistas e neurocirurgiões nos plantões do Salgado Filho:
- Já existe uma superlotação, mas novos pacientes são encaminhados para a emergência, o que tem resultado em
pacientes nos corredores, falta de médicos clínicos, intensivistas, neurocirurgiões e anestesistas nos plantões. A unidade continua recebendo pacientes graves, sem que a coordenação da emergência possa tomar ciência e liberação de vaga. Essa posição leva ao caos hoje instalado no hospital e pode contribuir para elevação do número de óbitos por falta de assistência aos pacientes ali internados.
Médicos da unidade relataram ao Cremerj que, apesar de o Salgado Filho receber pacientes encaminhados à emergência por meio da central de regulação, esse sistema não oferece o número suficiente de leitos de retaguarda para a transferência de pacientes que necessitam de internações de longo prazo e leitos de UTI.
Secretaria de Saúde diz que investiu no hospital
A Secretaria municipal de Saúde afirma que investiu, em 2012, mais de R$ 6 milhões em obras e equipamentos, melhorando a estrutura do Salgado Filho. Em nota, o órgão explicou que a unidade é referência para a Zona Norte, recebendo demanda de diversas áreas e também da Região Metropolitana. “A unidade trabalha com política de portas abertas, acolhendo e atendendo todos os pacientes que a procuram”, diz o texto.
A secretaria informou que, nos últimos quatro anos, ampliou o atendimento de urgência e emergência em toda a cidade com a abertura de 996 leitos, em função da inauguração de novas unidades hospitalares: quatro Coordenações de Emergência Regionais (CER) e 14 UPAs, além de duas maternidades e do Hospital municipal Pedro II.
O órgão acrescenta que há planejamento para uma nova unidade próxima ao Salgado Filho, no modelo das coordenações de emergência, “que absorverá o atendimento clínico e ampliará a capacidade de atendimento na região, contribuindo para desafogar a grande emergência do hospital”. Além disso, afirma a nota, “a reorganização da atenção primária, com a abertura de 70 clínicas da família, e a implantação de uma rede de urgência, com as UPAs, fizeram com que os hospitais de emergência recebessem somente os casos mais graves, melhorando o fluxo de entrada nestas unidades”.
Fonte:
Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/no-salgado-filho-idoso-sofre-parada-cardiaca-sobre-bancada-da-emergencia-durante-vistoria-do-cremerj-7625843.html#ixzz2LRJLBKHV
O relatório, enviado à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mostra um idoso amarrado a uma cadeira. A cabeça pende. Em volta dele, macas ficam tão próximas que chegam a se tocar. Um risco potencial de transmissão de infecção hospitalar.
- É nesse ambiente que idosas recebem o banho. Há macas de mulheres coladas às de homens. Acaba com a dignidade de qualquer um. A sociedade civil concorda com essas condições de atendimento? - questiona a presidente do Cremerj, Márcia Rosa de Araujo.
Segundo o conselheiro do Cremerj Sergio Albieri, faltam clínicos, intensivistas, anestesistas e neurocirurgiões nos plantões do Salgado Filho:
- Já existe uma superlotação, mas novos pacientes são encaminhados para a emergência, o que tem resultado em
pacientes nos corredores, falta de médicos clínicos, intensivistas, neurocirurgiões e anestesistas nos plantões. A unidade continua recebendo pacientes graves, sem que a coordenação da emergência possa tomar ciência e liberação de vaga. Essa posição leva ao caos hoje instalado no hospital e pode contribuir para elevação do número de óbitos por falta de assistência aos pacientes ali internados.
Médicos da unidade relataram ao Cremerj que, apesar de o Salgado Filho receber pacientes encaminhados à emergência por meio da central de regulação, esse sistema não oferece o número suficiente de leitos de retaguarda para a transferência de pacientes que necessitam de internações de longo prazo e leitos de UTI.
Secretaria de Saúde diz que investiu no hospital
A Secretaria municipal de Saúde afirma que investiu, em 2012, mais de R$ 6 milhões em obras e equipamentos, melhorando a estrutura do Salgado Filho. Em nota, o órgão explicou que a unidade é referência para a Zona Norte, recebendo demanda de diversas áreas e também da Região Metropolitana. “A unidade trabalha com política de portas abertas, acolhendo e atendendo todos os pacientes que a procuram”, diz o texto.
A secretaria informou que, nos últimos quatro anos, ampliou o atendimento de urgência e emergência em toda a cidade com a abertura de 996 leitos, em função da inauguração de novas unidades hospitalares: quatro Coordenações de Emergência Regionais (CER) e 14 UPAs, além de duas maternidades e do Hospital municipal Pedro II.
O órgão acrescenta que há planejamento para uma nova unidade próxima ao Salgado Filho, no modelo das coordenações de emergência, “que absorverá o atendimento clínico e ampliará a capacidade de atendimento na região, contribuindo para desafogar a grande emergência do hospital”. Além disso, afirma a nota, “a reorganização da atenção primária, com a abertura de 70 clínicas da família, e a implantação de uma rede de urgência, com as UPAs, fizeram com que os hospitais de emergência recebessem somente os casos mais graves, melhorando o fluxo de entrada nestas unidades”.
Fonte:
Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/no-salgado-filho-idoso-sofre-parada-cardiaca-sobre-bancada-da-emergencia-durante-vistoria-do-cremerj-7625843.html#ixzz2LRJLBKHV
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