A Polícia Civil investiga o estudante de medicina Ademir Pereira Ribeiro Junior pela morte de um idoso em Bangu, na zona oeste do Rio. A família de Iclair Marcos de Oliveira, de 62 anos, afirma que o estudante se apresentou como médico do hospital São Mateus e atendeu o idoso no sábado (6). Iclair apresentava fortes dores no abdômen e falta de ar, mas não resistiu à entrada na unidade e faleceu.
Rosicler Faria de Oliveira, filha de Iclair, afirma que o estudante se apresentou com outro nome.
— Ele se apresentou como doutor Tiago, disse que era o médico plantonista do hospital naquela noite e que ia atender meu pai.
Policiais da Delegacia de Bangu (34ª DP) instauraram inquérito policial para apurar os crimes de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e exercício ilegal da medicina. A família do idoso quer que o hospital São Mateus e Ademir sejam indiciados por homicídio doloso, quando há intenção de matar.
— Houve intenção de matar. Ele saiu de casa sabendo que não era médico. Sabia que poderia chegar um paciente, como meu pai chegou, e ele não teria como atender.
Todas as pessoas envolvidas no caso já foram ouvidas na delegacia. Em depoimento, o estudante afirmou não ser médico formado e negou ter prestado atendimento ao aposentado. Ademir disse ainda que estaria apenas acompanhando o novo médico da emergência, identificado como Tiago Mansur.
O hospital São Mateus informou que não trabalha com acadêmicos, a menos que estes sejam acompanhados de médicos registrados. Segundo a unidade, este teria sido o primeiro contato de Ademir com a unidade.
O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) afirmou que abrirá uma sindicância para apurar o caso, "pois um aluno de medicina não pode atender um paciente sem que haja um médico preceptor ao lado".
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