O médico nefrologista Álvaro Ianhez rompeu o silêncio de mais de 14 anos para se defender do caso que ficou conhecido como “Máfia dos Órgãos”. Ele é acusado pelo Ministério Público Federal de ser o chefe de uma central clandestina de transplantes que teria provocado a morte de um menino de 10 anos, no ano 2000, em Poços de Caldas (MG). Os órgãos foram retirados e encaminhados para doação. Ianhez diz ser inocente em uma entrevista ao G1, que entrou em contato com uma empresa contratada pelo médico para fazer um trabalho de assessoria de imprensa. As respostas foram dadas por e-mail, uma vez que ele preferiu não atender pessoalmente a equipe de reportagem.
Na entrevista, Ianhez, que será julgado no próximo dia 31, afirma já ter sido absolvido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). “Eu atuei por muitos anos chefiando a equipe de transplantes da cidade e, posteriormente, coordenando a central regional de transplantes do Sul de Minas. Salvei centenas de vidas – e isso não é crime”, comentou.
Salvei centenas de vidas – e isso não é crime"
Álvaro Ianhez
nefrologista
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Questionado sobre a morte do menino Paulo Veronesi Pavesi, que foi hospitalizado depois de cair da janela do apartamento onde morava, o médico afirma que não era possível salvá-lo. “Não havia fluxo de sangue para o cérebro e o quadro era irreversível. Erros burocráticos que também ocorrem nos maiores hospitais do Brasil não invalidam o diagnóstico feito pela equipe”. A resposta para esta questão foi retirada de um vídeo divulgado pelo médico na internet.
As denúncias apresentadas pela promotoria contra o médico apontam ainda que apenas o pai da criança teria assinado a doação de órgãos e que no documento não constaria a assinatura da mãe, mas um acordo verbal entre o profissional e a família. “A família manifestou intenção de doar os órgãos do menino. Fui, então, chamado ao hospital. Expliquei a eles como se dava a doação de órgãos e doação foi feita. Fiz o meu trabalho com dignidade.”
Entenda o Caso Pavesi
As investigações do ‘Caso Pavesi’ já duram quase 14 anos. Na denúncia feita em 2002 consta que cada um dos profissionais cometeu atos encadeados que causaram a morte do menino. Entre eles, a admissão em hospital inadequado, a demora no atendimento neurocirúrgico, a realização de uma cirurgia feita por um profissional sem habilitação legal que resultou em erro médico e a inexistência de um tratamento efetivo e eficaz. A denúncia aponta também fraude no exame que determinou a morte encefálica do menino.
As investigações do ‘Caso Pavesi’ já duram quase 14 anos. Na denúncia feita em 2002 consta que cada um dos profissionais cometeu atos encadeados que causaram a morte do menino. Entre eles, a admissão em hospital inadequado, a demora no atendimento neurocirúrgico, a realização de uma cirurgia feita por um profissional sem habilitação legal que resultou em erro médico e a inexistência de um tratamento efetivo e eficaz. A denúncia aponta também fraude no exame que determinou a morte encefálica do menino.
Ao todo, sete médicos foram acusados de participar dos procedimentos envolvendo o menino Pavesi: Cláudio Rogério Carneiro Fernandes (urologista), Celso Roberto Frasson Scaffi (urologista), Sérgio Poli Gaspar (anestesiologista) – os três já julgados e condenados – José Luiz Gomes da Silva (neurologista), Álvaro Ianhez (nefrologista), José Luiz Bonfitto (intensivista) e Marco Alexandre Pacheco da Fonseca (anestesiologista).
A investigação deu origem a outros sete inquéritos e a Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas perdeu o credenciamento para realizar os transplantes em 2002. O caso foi tema de discussões também no Congresso Nacional em 2004, durante a CPI que investigou o tráfico de órgãos. Vale lembrar que tramitam na Justiça outros oito casos ligados á suposta máfia.
O caso deu origem a outros oito processos de supostas retiradas e vendas ilegais de órgãos envolvendo outros pacientes. Com as investigações que se seguiram a esse caso, descobriu-se a existência da suposta máfia que tinha o objetivo de traficar órgãos de pacientes em Poços de Caldas, sem respeitar a fila única de transplantes existente no país. O caso também provocou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados em Brasília (DF) em 2004, que pediu providências quanto aos casos da suposta máfia na cidade.
Fonte : G1
2 comentários:
é amigos,estes médicos ratos,sim e abutres,retiram orgãos dos corpos com se fossem peças de carros, o pior o conselho de medicina sabe disso,...
sabe nada inocenteee
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