O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) investiga se houve erro médico na morte de uma criança de 1 ano diagnosticada com meningite viral em Franca (SP). Miguel Schentl de Oliveira morreu segunda-feira (18) depois de ficar internado por uma semana na Santa Casa e de ter passado por diferentes atendimentos no pronto-socorro infantil da cidade e em um posto de saúde do Jardim Aeroporto sem que o problema fosse constatado. A Prefeitura informou que somente vai se pronunciar após ter acesso aos relatórios de atendimento.
A técnica em enfermagem Neide Aparecida Schentl afirma que seu neto começou a apresentar febre no começo de julho e que desde então vinha passando por diferentes atendimentos. Em todos eles, segundo ela, os médicos deram pareceres diferentes e superficiais sobre o estado de saúde do menino.
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“A criança chegou a passar pelo pronto-socorro várias vezes, umas três vezes por semana pelo menos. Em uma época era febre. Eles davam amoxicilina, mas quatro, cinco dias depois ele [o bebê] voltava a ter febre e então falavam que era problema de garganta. Outro que era ouvido, outro estomatite. Um médico até desconfiava do outro”, diz a avó.
Segundo ela, somente em um domingo (10), Dia dos Pais, constatou-se que a criança estava com meningite. No mesmo dia, Miguel foi internado na Pediatria às 19h50, segundo informações da Santa Casa, e foi transferido para o CIT Infantil no dia 11. Porém, sete dias depois, a criança não resistiu e morreu às 14h35 desta segunda-feira. As causas da morte, segundo o hospital, foram edema cerebral e encefalite aguda disseminada em função de meningoencefalite, ou seja, meningite.
“Até então diziam que era [meningite] bacteriana, depois foi confirmada que era viral. Só que a meningite causou o edema na cabeça dele, porque, com o passar do tempo, os remédios mascararam a doença. Demoraram a descobrir a doença, deveriam ter feito um exame mais preciso na criança”, lamentou a técnica em enfermagem.
De acordo com o delegado do Cremesp Ulisses Menicucci, a entidade abrirá uma sindicância para apurar se houve falha médica na hora de constatar a meningite, ainda que esta segundo ele, seja de difícil diagnóstico. “Enviamos um ofício aos locais onde a criança foi atendida, solicitamos os prontuários e através desses prontuários convocamos os médicos envolvidos para que façam as manifestações. Depois das manifestações dos médicos fazemos uma conclusão”, afirma.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Prefeitura de Franca comunicou que apenas comentará o caso após analisar todos os prontuários de atendimento ao menino Miguel.
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