A Justiça Federal negou um pedido de liminar, numa ação civil pública movida pelo Conselho Regional de Medicina (Cremerj) contra a Prefeitura do Rio, que requeria a contratação emergencial de médicos para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. Em seu despacho, na última terça-feira, o juiz Bruno Otero Nery, da 7ª Vara Federal, alega que a carência de pessoal suficiente no setor público não é exclusividade da área médica.
“Há notória carência de policiais, professores, enfermeiros, juízes, para citar apenas algumas categorias”, afirma. “Portanto, é certo que o deferimento apressado da tutela antecipada imporia um gasto incalculável aos cofres municipais”, completa o juiz, para em seguida determinar que o município seja citado para apresentar uma resposta.
— Respeitamos o raciocínio do juiz, mas o meu raciocínio de cidadão e de médico é que a contratação de médicos para uma emergência não pode esperar. Sem médico, morre gente que não deveria morrer. E isso vem acontecendo. As demais profissões não são menos importantes, mas a contratação de médicos é questão de vida ou morte — afirma o presidente do Cremerj, Sidnei Ferreira.
Ontem, o EXTRA revelou que, nas oito primeiras semanas do ano, pelo menos quatro boletins de ocorrência foram registrados por médicos clínicos na 23ª DP (Méier) para comunicar o fato de estarem sozinhos na emergência do Salgado Filho. Eles buscam se resguardar de um possível processo por omissão de socorro. O problema vem se repetindo aos domingos, quando a escala do plantão divulgada pela Secretaria de Saúde traz o nome de dois clínicos. Um deles está de licença desde janeiro, se recuperando de um derrame cerebral.
Por nota, a Secretaria municipal de Saúde respondeu que, “apesar de estar com vagas abertas para a contratação de médicos, com salários de cerca de R$ 6 mil por 24 horas de trabalho semanais”, não conseguiu até o agora preencher o quadro de profissionais. A secretraia afirmou que está com processo seletivo aberto para contratação de nove médicos por tempo determinado para o Salgado Filho. Já a direção do hospital alegou que o médico que está de licença desde janeiro passou por avaliação pericial, que determinou a impossibilidade de sua presença no plantão, depois da formulação e publicação da escala.
Fonte :Jornal extra on-line
Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/juiz-alega-que-nao-faltam-so-medicos-no-servico-publico-para-negar-liminar-que-pedia-contratacao-emergencial-para-salgado-filho-11742800.html#ixzz2uipohVAc
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