segunda-feira, 22 de abril de 2013

Santa Casa de Mogi vai abrir sindicância para apurar erro médico


A Santa Casa de Mogi das Cruzes, Região Metropolitana de São Paulo, comunicou nesta quinta-feira (11) que vai abrir sindicância para “apurar os fatos ocorridos” durante o atendimento de um adolescente. O jovem, de 16 anos, fraturou o dedo médio da mão esquerda, mas acabou tendo o dedo anelar operado. O hospital informou que vai ouvir os envolvidos, mas que nenhuma reclamação formal foi registrada na ouvidoria.
O próprio paciente percebeu o erro, avisou a enfermeira e passou por nova cirurgia. O caso foi registrado na delegacia como lesão corporal culposa e o pai do menor não descarta a possibilidade de abrir um processo na Justiça. “Queremos que as pessoas que cometeram o erro sejam responsabilizadas”, diz Carlos Augusto dos Santos, que trabalha como pizzaiolo.
A fratura aconteceu quando Rafael Nogueira dos Santos jogava futebol na tarde do último sábado (6) na Escola Estadual Dagoberto José Machado, no Jardim Bela Vista, enquanto participava das atividades do programa Escola da Família. Porém, foi só à noite que ele se queixou aos pais. “Ele ainda nos ajudou na nossa pizzaria. É ele que bate a massa”, conta o pai.
Depois de passar por um posto de saúde, a família foi orientada a ir para o Hospital Luzia de Pinho Mello ou para a Santa Casa. "Eu preferi ir à Santa Casa. Chegamos às 2h da manhã à Santa Casa e falaram que não tinha médico e era para voltar mais tarde. Voltei de novo às 18h e aí o Rafael foi internado”, relata Carlos.
Segundo a família, no hospital o adolescente foi atendido pelo ortopedista suspeito de erro médico.  “O doutor recebeu o Rafael e diagnosticou fratura no dedo médio esquerdo. Ele foi encaminhado para o centro cirúrgico e foi operado às 7h de segunda-feira”, conta Carlos.
Médico faz cirurgia em dedo errado em Mogi das Cruzes (Foto: Reprodução/TV Diário)Médico faz cirurgia em dedo errado em Mogi das
Cruzes (Foto: Reprodução/TV Diário)
Rafael relata o susto que levou depois que acordou da cirurgia. "Eu vi que o dedo anelar estava enfaixado com o dedo mindinho e que o dedo médio estava exposto e nem tinha sido mexido. Fiquei em pânico. O pior é que se tivesse enfaixado minha mão inteira eu só ia perceber em casa o erro”, conta o adolescente. Ele avisou a enfermeira que o encaminhou novamente ao centro cirúrgico. “Ele passou por outra cirurgia com o mesmo médico, que tirou o pino do dedo bom e colocou no dedo quebrado”, afirma o pai do rapaz.
Carlos dos Santos conta que só foi avisado do erro pelo próprio filho, na tarde do mesmo dia, depois que ele teve alta. “Minha esposa passou a noite no hospital desde domingo e ninguém avisou ela do que estava acontecendo, nos sentimos desamparados”, afirma. Quando foi buscar Rafael, o pai tentou falar com os responsáveis, mas apenas foi orientado a procurar a Ouvidoria da Santa Casa.
Encontro
Na manhã de quarta-feira o pai de Rafael disse que esteve no hospital e conversou com chefe do Centro Cirúrgico da Santa Casa, Pedro Senna. “Senti muita humanidade da parte dele e fiquei surpreso. Ele disse que ia investigar o caso”, afirma.
Os dedos do adolescente estão inchados e doloridos, mas são poucas as possibilidades de sequelas. “O chefe do Centro Cirúrgico disse que ia ver as fichas do Rafael e dar todo o suporte. Ele explicou que a recuperação do dedo deve ser rápida e que o dedo quebrado deve ficar bom mais ou menos em quatro meses.
Outra consulta está marcada para esta sexta-feira (12) com a presença do médico que fez a cirurgia errada no dedo do adolescente.
Outro lado
Em nota, a Santa Casa informou que uma sindicância foi aberta para apurar o caso. As partes serão chamadas para prestar depoimento. A data do interrogatório, no entanto, não foi divulgada.
Na sexta-feira (12), o hospital informou que o paciente formalizou a queixa na Ouvidoria da unidade na tarde de quinta-feira. A Santa Casa ainda completou que "dará todo apoio necessário ao pós cirúrgico para a rápida recuperação do paciente, através de acompanhamento médico e fisioterapia, caso seja necessário. É preciso ressaltar também que a família optou por fazereste acompanhamento pós cirúrgico com o próprio médico que realizou a cirurgiae que o fato ocorrido não deixará seqüelas ou problemas futuros ao dedo."
Fonte: G1

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