sábado, 1 de dezembro de 2012

Ministro anuncia contratação de hospitais particulares para atender pacientes de emergências públicas do Rio

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assina hoje uma portaria que garante verba ao estado e ao município do Rio para contratação de 160 leitos de enfermaria e 65 de UTI em hospitais privados e filantrópicos. Essas vagas serão ocupadas por pacientes atendidos em emergências. O objetivo é acelerar a transferência após a estabilização do doente, liberando os leitos de emergência. A medida faz parte do programa S.O.S. Emergência que, há um ano, vem implementando ações nos hospitais municipal Miguel Couto, na Gávea, e no estadual Albert Schweitzer, em Realengo.
No hospital da Gávea, o número de pacientes que procuram diariamente a emergência caiu de 1.100, em 2009, para 400, em março deste ano. A abertura de UPAs e Clínicas da Família na região ajudaram a reduzir a demanda, segundo o diretor do Miguel Couto, Luiz Alexandre Essinger. E, há quatro meses, desde a inauguração da Coordenação de Emergência Regional (CER), vizinha ao hospital, todos os casos clínicos são atendidos na nova unidade.
- Nossa emergência recebe hoje apenas doentes cirúrgicos, vítimas de traumas. A média caiu para 250 ao dia - diz Essinger.
Um dos principais problemas apontados pelo Cremerj e pelo Sindicato dos Médicos nas emergências do Rio, no entanto, não foi atacado pelo programa de ajuda federal. De acordo com o diretor do Miguel Couto, a verba disponibilizada pelo S.O.S. Emergência não pode ser destinada à contratação de médicos e pessoal de enfermagem para a unidade.
- Foram instaladas câmeras digitais de segurança que permitem ao Ministério da Saúde um monitoramento 24 horas, adquirimos equipamentos e camas elétricas, estamos implementando um sistema de informática que mede o tempo de espera para atendimento, para exames e para alta e vamos começar agora a mudar a gerência de estoque de farmácia. Fizemos um levantamento do que era necessário e a verba é depositada no Fundo Municipal de Saúde. A Secretaria municipal de Saúde faz as licitações e compra os equipamentos. Mas a verba não pode ser usada para contratar médicos - explica Essinger.
Padilha, no entanto, afirma que essa decisão é tomada pelo gestor local, no caso, a prefeitura.
- O S.O.S. Emergência é uma mudança na cultura e no consenso de como se organiza um serviço de urgência e emergência. O gestor identifica onde estão os principais problemas que atrapalham o fluxo na emergência, e pode, se julgar necessário, contratar para suprir a mão de obra nesse gargalo. É o que chamamos de equipe horizontal. Chefiada por um médico, essa equipe acompanha os pacientes que estão em observação, acelerando o fluxo de atendimento e a alta médica. O gestor tem essa autonomia. Se achar necessário, pode promover concurso público. Fica a critério dele - enfatiza o ministro.
De acordo com o ministério, o Miguel Couto já conta com 48 leitos de retaguarda - sendo 15 de UTI - para dar suporte à emergência. Ao todo, a unidade possui 436 leitos, sendo 53 de urgência. Os recursos destinados pelo governo federal ao S.O.S. Emergências somam R$ 3,6 milhões anuais para custear a ampliação e qualificação da assistência da emergência, e mais R$ 200 mil para apoio à informatização. Além disso, o Miguel Couto receberá mais R$ 4 milhões para aquisição de equipamentos. Ao todo, o hospital recebeu R$ 7,8 milhões de recursos para garantir a assistência e ampliação dos serviços.
Demissões na CER do Miguel Couto
Inaugurada em julho com a presença da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a CER do Miguel Couto foi planejada com a estimativa de realizar 600 atendimentos por dia. A nova unidade vem recebendo, no entanto, uma média de 150 pessoas diariamente, segundo o diretor da emergência, Josué Kardec. O resultado foi a demissão, este mês, de 40% dos pediatras, 17% dos clínicos, 50% dos fisioterapeutas e todos os fonoaudiólogos.
- Fizemos uma readequação, de acordo com a demanda da unidade. Diminuímos o número de pediatras no plantão de cinco para três, além de dois que ficam na rotina. Eram seis clínicos por plantão. Agora, são cinco - diz Kardec.
Na UTI da unidade, que conta com 35 leitos, são quatro plantonistas, além de um intensivista na rotina e outro na coordenação.
Os profissionais que trabalham na CER são contratados pela organização social Sociedade Espanhola.
O programa
O S.O.S Emergências é um programa estratégico do governo federal lançado em 2011 para qualificar o atendimento nas principais emergências no país. Além do Miguel Couto e do Albert Schweitzer (RJ), mais dez hospitais de grande porte, localizados em nove capitais, fazem parte do programa: Belém (PA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Brasília (DF), São Paulo (SP), Belo Horizonte (BH), Goiânia (GO) e Porto Alegre (RS). Todos os hospitais selecionados são referências regionais, possuem pronto-socorro e realizam grande número de internações e atendimentos ambulatoriais. A meta é que até 2014 o S.O.S Emergências atinja os 40 maiores prontos-socorros brasileiros, em 26 estados e no Distrito Federal.


Fonte:

Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/ministro-anuncia-contratacao-de-hospitais-particulares-para-atender-pacientes-de-emergencias-publicas-do-rio-6879232.html#ixzz2DsS5VgkY

 

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