A polícia instaurou inquérito para investigar se a morte da jovem Jucélia Aparecida Camargo, de 24 anos, foi causada por erro médico da equipe que atua no posto de saúde municipal de Feliz Natal, a 538 km de Cuiabá, onde ela faleceu logo após receber atendimento, na segunda-feira (9). O delegado da Polícia Civil, Cláudio Alvarez Santana, que atua no caso, disse já ter ouvido três pessoas, o pai da vítima, uma funcionária da unidade de saúde que estava de plantão naquela data, e uma investigadora de polícia que tentou pegar o prontuário médico para verificar a medicação aplicada na jovem que era alérgica, mas foi impedida pelos funcionários do setor.
Ele informou ainda que solicitou a realização de exame para comprovar as causas reais da morte. "O corpo foi encaminhado para autópsia, mas o médico da Politec (Perícia Oficial e Identificação Técnica), de Sinop [a 503 km da capital] me disse que iria ser retirada parte do tecido da vítima para exame e tentar identificar se ela teve uma reação alérgica", explicou Alvarez. Porém, ele frisou que o fato dela ter tomado injeção não significa que houve erro médico.
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Ouvida informalmente pela polícia, a funcionária do posto não deu detalhes do que ocorreu no dia em que Jucélia foi atendida. "Ela confirmou que a paciente já tinha sido atendida outras vezes, mas ela não soube precisar se ela tomou injeção para alergia. No entanto, ela ainda será intimada a depor formalmente no decorrer das investigações", disse o delegado.
O marido de Jucélia também deve ser intimado a depor no decorrer do inquérito. "Me disseram que na noite anterior, ela e o marido tinham brigado, mas até agora não temos nada contra ele", pontuou.
A família de Jucélia alega que ela foi sozinha à unidade de saúde para fazer exame de tireoide e teria recebido medicação errada para alergia, o que teria resultado na morte. O pai dela, Sebastião Teodoro, disse estar inconformado, já que a filha saiu de casa sozinha de motocicleta e morreu. "Ela foi de moto para o posto de saúde sozinha e voltou morta para casa. Alguém que estava no posto disse que aplicaram uma injeção nela e, em seguida, ela morreu", afirmou. Ele contou que a filha tinha alergia e que fazia tratamento. "Ela tinha alergia a poeira, mas nunca nos preocupamos porque tinha os remédios que ela costumava tomar e ficava bem", pontuou.
A Secretaria Municipal de Saúde de Feliz Natal garantiu que a paciente recebeu o atendimento devido após uma crise alérgica e que o laudo de necrópsia irá apontar as causas do óbito. Para a secretária de Saúde do município, Luzia Mastroiano, se trata de uma fatalidade. "Ela [paciente] já tinha asma e até usava uma bombinha. E foi ao posto de saúde para fazer uma consulta. Durante o tempo que esperava por atendimento, começou a desencadear um processo alérgico. O médico que estava de plantão a atendeu, mas foi irreversível", argumentou. Ela disse não saber exatamente o que provocou a morte.
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