segunda-feira, 11 de junho de 2018

Família acredita que erro médico tenha causado morte de bebê no subúrbio de Salvador

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Um bebê de cinco meses morreu após ser atendido três vezes na Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Paripe, no subúrbio de Salvador. Os pais da criança acreditam que a morte do pequeno Ian Felipe pode ter sido causada por negligência médica. No dia 25 de maio, ele teve a primeira febre desde que nasceu. A mãe, Carolina Sales, 20, levou a Ian até a UPA de Paripe, mas ele não foi atendido porque não tinha pediatra na unidade. O pai da criança, Anderson Oliveira, 23, conta que ele voltou à UPA momentos depois, para ver se já tinha chegado algum profissional que pudesse atender o filho. “No sábado pela manhã ela foi na UPA com ele, chegou lá não teve o atendimento, a pediatra não estava atendendo. Quando foi umas 11h, eu retornei lá sozinho e fui ver se a pediatra já tava atendendo, aí falaram que tava. A gente desceu com ele na UPA daqui de Paripe. Ficamos lá até 16h, aí a médica que fez o atendimento passou os remédios para ele, não fez exame não fez nada”, conta Anderson. Pais de Ian acreditam que houve negligência no atendimento médico prestado à criança (Foto: Reprodução/ TV Bahia) Pais de Ian acreditam que houve negligência no atendimento médico prestado à criança (Foto: Reprodução/ TV Bahia) Pais de Ian acreditam que houve negligência no atendimento médico prestado à criança (Foto: Reprodução/ TV Bahia) Conforme Anderson, os profissionais da UPA não fizeram exames no bebê antes de receitar os remédios, e alegaram que os procedimentos só poderiam ser feitos se ele tivesse o sintoma da febre há pelo menos três dias. “Não fizeram porque tinha que ter três dias de febre. Ela receitou o medicamento e mandou pra casa. Comprei os remédios e viemos para casa com ele”, explicou o pai. Na receita, a médica indicou o uso de remédios para febre, soro fisiológico para o nariz, medicamento para gases e antialérgico, mas nada disso resolveu o problema de Ian. Os pais, então, procuraram novo atendimento na UPA e passaram para as mãos de outro médico. “Ele passou remédio novamente e disse que poderia ser dor de barriga”, relembra. Na receita, o médico indicou o uso de um antibiótico, mas o quadro de Ian piorou rapidamente. Na madrugada do dia 28, a criança foi levada novamente às pressas para a UPA. “Passamos direto [da recepção] e uma enfermeira notou que ele não estava bem. Estava com a boca roxa, pescoço inchado, barriga inchada. Aí entrou para a sala vermelha, para fazer o internamento dele. Quando eu entrei na sala ele já estava com sonda, com aparelho para respirar. As horas que eu estava com ele, nenhum exame foi feito, para saber o que ele tinha”, denuncia a Carolina. Ian tinha 5 meses e morreu após broncopneumonia (Foto: Reprodução/ TV Bahia) Ian tinha 5 meses e morreu após broncopneumonia (Foto: Reprodução/ TV Bahia) Ian tinha 5 meses e morreu após broncopneumonia (Foto: Reprodução/ TV Bahia) Lá, Ian não resistiu e faleceu ainda no dia 28. A família preferiu não fazer o exame de necropsia. O atestado de óbito foi feito com base em relatórios médicos, e revela que ele teve insuficiência respiratória grave, choque séptico e brônquio pneumonia. Além disso, o atestado diz que Ian tinha um problema cardíaco, mas a mãe do bebê afirma que os pediatras que o acompanhavam já tinham dito que não havia nada de grave com o coração da criança. A família fez uma denúncia na Secretaria Municipal de Saúde e espera que a morte do bebê seja esclarecida. "Eu acho que, de uma certa forma, meu filho foi negligenciado. E que, talvez, se tudo tivesse sido como era pra ter sido, hoje ele estaria com a gente. A gente não estaria passando por essa dor que estamos passando. É terrível, ninguém merece passar por isso. É tão preconcemente", desabafou Carolina. Inconformado, Anderson cobra respostas: “A impressão que ficava é que eles [médicos] estavam esperando ele morrer, acontecer o pior". O diretor médico da UPA de Paripe, Thiago Rios, disse que a morte de Ian não tem relação com os atendimentos na unidade e que foram feitos exames laboratoriais, de raio-x e físicos. "Na verdade, ele entrou com quadro de broncopneumonia por aspiração. A criança pode ter inalado alimento, muito provável que tenha sido leite, na via aérea, e isso cursou com a broncopneumonia. Uma bronco pneumonia que evoluiu para um quadro grave de choque séptico, que é uma infecção generalizada. Todo suporte foi dado à criança na nossa unidade", afirmou Thiago. Segundo ele, todos os atendimentos e prontuários referentes à passagem de Ian na unidade foram averiguados. "Vimos que as condutas realizadas pelos profissionais foram corretas diante do atendimento. Foi prestado todo o atendimento na unidade", pondera o diretor.

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