A família da gestante Isabelle Lasaraline Arantes, de 20 anos, acusa médicos da rede pública de saúde de Rio Verde, no sudoeste goiano, de negligência. Os familiares afirmam que a jovem e o filho morreram em consequência da demora no diagnóstico do quadro de dengue. As secretarias municipal e estadual de Saúde investigam se a grávida tinha o tipo hemorrágico da doença.
Isabelle estava no sétimo mês de gestação e sentia fortes dores no corpo. Tia da jovem, Liziane Montalvão conta que a sobrinha foi diversas vezes à Maternidade Augusta Gomes Bastos, pois suspeitava que estivesse com dengue, mas os médicos descartavam a doença.
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“Uma das vezes falaram que ela estava com um pouquinho de infecção de urina, mas que era coisa de grávida porque toda grávida dá infecção. E outras vezes falaram que ela estava com anemia crônica, mas jamais eles falaram que ela estava com dengue”, relata a tia da jovem.
De acordo com a família, após seis consultas, Isabelle foi transferida ao Hospital Materno Infantil em Goiânia. Na capital, constataram que a criança estava morta e realizaram o parto induzido para retirar o bebê. A jovem entrou em coma e morreu três dias depois, no último dia 2 de fevereiro.
Revolta
A família está indignada com a morte de Isabelle. “É muita revolta porque se eles tivessem olhado com mais carinho por ela, talvez ela estaria aqui, junto com a gente, e isso não aconteceu”, lamenta a tia.
A família está indignada com a morte de Isabelle. “É muita revolta porque se eles tivessem olhado com mais carinho por ela, talvez ela estaria aqui, junto com a gente, e isso não aconteceu”, lamenta a tia.
Liziane relata que o laudo do exame feito para constatar a dengue só ficou pronto depois da morte da sobrinha e da criança. O documento aponta que Isabelle estava com a enfermidade, mas ainda não define se era do tipo hemorrágico.
Os familiares acreditam que se trata de dengue hemorrágica, que é comum quando a pessoa já teve dengue pelo menos uma vez. Os sintomas iniciais são parecidos com os da dengue clássica, como dores no corpo e tonturas. A partir do terceiro dia, surgem hemorragias no corpo do paciente causadas pelo sangramento de pequenos vasos da pele e outros órgãos, como a boca e o nariz.
A Vigilância Epidemiológica de Rio Verde aguarda o laudo dos exames para confirmar o tipo da dengue que ela contraiu. “A gente tem uma sorologia positiva para a dengue da Isabelle e a gente aguarda que o estado faça o encerramento para que a gente saiba se ela veio a óbito por dengue hemorrágica ou por dengue com complicações”, explica a coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Rio Verde, Patrice Guimarães. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o laudo demora 60 dias para ficar pronto.
Questionada pela reportagem, a Maternidade Augusta Gomes Bastos não informou se vai instaurar uma sindicância para apurar se houve negligência médica.
A unidade informou, em nota, que Isabelle foi atendida quatro vezes e chegou a ficar em observação na unidade. Com a piora do quadro clínico, a gestante foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento. A maternidade alegou ainda que, quando houve a suspeita de dengue, Isabelle foi tratada e medicada corretamente.
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