segunda-feira, 16 de julho de 2012

Médicos e funcionários fazem vigília no Iaserj, no Centro do Rio

Médicos e funcionários fazem vigília no Iaserj, no Centro do Rio Patrulhas do Batalhão de Choque estão na porta da unidade. Pacientes foram transferidos para outros hospitais durante a madrugada. Alba Valéria MendonçaDo G1 RJ 18 comentários Médicos e funcionários prostestam contra desativação do Iaserj, no Centro do Rio (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1) Médicos e funcionários do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Iaserj), durante manifestação que reuniu dezenas de pessoas no pátio da unidade, afirmam que vão seguir com a vigília que completa 45 dias neste domingo (15). De acordo com a presidente da Associação de Funcionários do Iaerj, Mariléa Ormond, eles continuarão lutando contra a desativação do hospital e a demolição do prédio. Na noite de sábado (14), o prédio foi cercado por policiais do Batalhão de Choque da PM, e os 45 pacientes que estavam internados foram transferidos em 14 ambulâncias para outros hospitais estaduais. A operação, segundo os funcionários, se estendeu das 22h de sábado às 6h deste domingo. Dois camburões do BPChoque permanecem na entrada do hospital, neste domingo. O terreno onde fica o Iaserj foi cedido ao Instituto Nacional do Câncer (Inca) pelo governo do estado em 2008. No local vai ser construído um centro de tratamento e pesquisa do câncer. Batalhão de Choque permanece na frente da Iaserj (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1) Oito pacientes do Instituto de Infectologia São Sebastião, que funciona nas dependência dos Iaserj, são os últimos remanescentes do prédio. São pacientes com doenças altamente infecciosas, como meningite e leptospirose. Um deles está em estado gravíssimo no CTI. Eles deverão ser transferidos para o Hospital dos Servidores, na Praça Mauá, na Zona Portuária, “Essas transferências feitas de madrugada foi um absurdo. Não permitiram a entrada dos médicos ou dos enfermeiros, que não foram autorizados a dar alta aos pacientes e nem acompanhá-los. É uma insanidade. Como podem desativar um hospital quando a saúde pública do Rio vive imersa no caos? Fomos supreendidos por mais essa violência“, disse Mariléa, acrescentando que a manifestação contra o fechamento do hospital já estava programada antes da transferência dos pacientes. Em nota datada do dia 4 de junho, a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que nenhum serviço do Iaserj será fechado ou interrompido e que, hoje, "o Iaserj possui serviços de ambulatório, 12 leitos de UTI e 18 leitos de enfermaria". Esses serviços seriam transferidos e ampliados no Hospital Estadual Getúlio Vargas e em outros pontos da cidade. Reinaugurado em 2008 Equipamentos e camas novas comprados em 2008 do Iasejr (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1) Mariléa destaca o desperdício do dinheiro público. Na recepção do Iaserj uma placa mostra que o hospital foi reformado com verba doada pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e reinaugurado pelo governador Sérgio Cabral e pelo secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes, em setembro de 2008. Mesmo ano da cessão do terreno ao Inca. “Em 2009 tentaram fazer a remoção dos pacientes para outros hospitais. Mas um deles morreu e o processo de transferência foi suspenso. Não dá para entender como o governo gasta R$ 10 milhões na reforma e na compra de equipamentos para um prédio que quer demolir”, observa a funcionária. Com a transferência dos pacientes foram deixados para trás, nos nove andares do hospital, aparelhos de raio-x, tomógrafos, monitores cardíacos e até aparelhos de ar-condicionado novos. Macas e camas hospitalares reclináveis e modernas ficaram empilhadas nas UTIs e os colchões, empilhados no corredor. Num dos leitos, o oxigênio não foi desligado e deixaram para trás um recipiente com resíduos de um internado. Técnica de enfermagem recolhe material de UTI do Iaserj (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1) A técnica de enfermagem Sueli Matias, disse que foi surpreendida ao chegar para trabalhar no plantão deste domingo. “Quando cheguei para trabalhar encontrei tudo assim, revirado, com as camas jogadas de qualquer jeito, sem colchão. Estou muito triste. Vou desligar os equipamentos que ficaram ligados e guardar a medicação que ficou espalhada. Não sabemos onde estão os doentes e nem onde vamos trabalhar. Tudo isso é lamentável”, disse Sueli há três anos no Iaserj. De acordo com a Associação de Funcionários do Iaserj, o hospital criado na década de 30 para atender servidores estaduais, atualmente atende à rede credenciada do Sistema Único de Saúde (SUS). A associação diz ainda que a unidade realiza dez mil consultas ambulatoriais por mês em 44 especialidades clínicas e que o laboratório de análises clínicas faz em média 35 mil exames mensais. O Iaserj tem atualmente 1.500 funcionários ativos, que não sabem para onde serão transferidos. “Somos concursados e trabalhamos juntos como se fôssemos uma família. Queremos ao menos que a transferência dos funcionários se dê em bloco para as outras unidades” disse uma enfermeira, que não quis se identificar, lembrando que o Iaserj tem um ambulatório no Maracanã, na Zona Norte, e o Hospital de Gerontologia e Geriatria, que fica em Campo Grande, na Zona Oeste. saiba maisPoliciais cercam hospital do Rio e pacientes são transferidos Governo diz que informou famílias de pacientes do Iaserj sobre mudança tópicos: Rio de Janeiro veja também Prefeito quer adaptar velódromo para Jogos Olímpicos e impedir demolição 15/07/2012 Policial morto em tentativa de assalto na Vila da Penha é enterrado PM chegava para trabalhar quando foi abordado por suspeitos em fuga. Segundo a polícia, quatro homens armados tentavam roubar carro da vítima. 15/07/2012 Justiça Eleitoral do Rio multa Lula e Paes por propaganda antecipada 15/07/2012 Alunos protestam contra demissão de professores de instituto Grupo de estudantes se reuniu em frente ao IBMR, na Praia de Botafogo. Segundo eles, grupo que comprou faculdade demitiu funcionários antigos. 15/07/2012 Links Patrocinados Seja Sócio do Sam's Club Faça Seu Cartão de Sócio e Tenha Ótimos Preços. Saiba Mais! www.SamsClub.com.br/FiqueSocio Link 18 comentários -------------------------------------------------------------------------------- Sérgio FigueiredoPetrópolis, RJ6 horas atrásDenunciar Na época em que o Brasil ainda não era Terra de Ninguém, costumava-se depor e processar os governantes responsáveis por malversação de dinheiro público e improbidade administrativa. Infelizmente, na Terra de Ninguém, os maiores criminosos são os que fazem as leis. Hoje, lesar a pátria é prática que enaltece e valoriza o homem público sagaz. Eles querem que o povo se “exploda”!... Responder CompartilharFacebookTwitter Francisco Oliveira7 horas atrásDenunciar LAMENTAVEL QUE O JUIZ TENHA ASSINADO UMA AUTORIZAÇÃO PARA DESPEJAR PACIENTES EM ESTADO GRAVE DO LEITO DE UM HOSPITAL QUE À POUCO TEMPO FOI REFORMADO E QUE ATENDIA OS PACIENTES E SEUS FAMILIARES COM DIGNIDADE. NÃO FICO SURPRESO COM A ATITUDE DOS GOVERNANTES DO NOSSO ESTADO E MUNICIPIO ,FICO TRISTE E ENVERGONHADO COM A DECISÃO DESTE SERVIDOR PUBLICO QUE É CHAMADO DE JUIZ , SERA QUE ELE FOI AO HOSPITAL OU ELE É DAQUELES QUE VIVEM EM REDOMAS DE VIDRO E ESQUECE QUE SOMOS NOS QUE PAGAMOS À ELE, QUEM SABE UM DIA O JUIZ PASSANDO POR LA E PRECISE DO HOSPITAL E NÃO DEU TEMPO DE CHEGAR NO S.AGUIAR E ? Responder CompartilharFacebookTwitter Médicos e funcionários do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Iaserj), durante manifestação que reuniu dezenas de pessoas no pátio da unidade, afirmam que vão seguir com a vigília que completa 45 dias neste domingo (15). De acordo com a presidente da Associação de Funcionários do Iaerj, Mariléa Ormond, eles continuarão lutando contra a desativação do hospital e a demolição do prédio. Na noite de sábado (14), o prédio foi cercado por policiais do Batalhão de Choque da PM, e os 45 pacientes que estavam internados foram transferidos em 14 ambulâncias para outros hospitais estaduais. A operação, segundo os funcionários, se estendeu das 22h de sábado às 6h deste domingo. Dois camburões do BPChoque permanecem na entrada do hospital, neste domingo. O terreno onde fica o Iaserj foi cedido ao Instituto Nacional do Câncer (Inca) pelo governo do estado em 2008. No local vai ser construído um centro de tratamento e pesquisa do câncer. Batalhão de Choque permanece na frente da Iaserj (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1) Oito pacientes do Instituto de Infectologia São Sebastião, que funciona nas dependência dos Iaserj, são os últimos remanescentes do prédio. São pacientes com doenças altamente infecciosas, como meningite e leptospirose. Um deles está em estado gravíssimo no CTI. Eles deverão ser transferidos para o Hospital dos Servidores, na Praça Mauá, na Zona Portuária, “Essas transferências feitas de madrugada foi um absurdo. Não permitiram a entrada dos médicos ou dos enfermeiros, que não foram autorizados a dar alta aos pacientes e nem acompanhá-los. É uma insanidade. Como podem desativar um hospital quando a saúde pública do Rio vive imersa no caos? Fomos supreendidos por mais essa violência“, disse Mariléa, acrescentando que a manifestação contra o fechamento do hospital já estava programada antes da transferência dos pacientes. Em nota datada do dia 4 de junho, a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que nenhum serviço do Iaserj será fechado ou interrompido e que, hoje, "o Iaserj possui serviços de ambulatório, 12 leitos de UTI e 18 leitos de enfermaria". Esses serviços seriam transferidos e ampliados no Hospital Estadual Getúlio Vargas e em outros pontos da cidade. Reinaugurado em 2008 Equipamentos e camas novas comprados em 2008 do Iasejr (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1) Mariléa destaca o desperdício do dinheiro público. Na recepção do Iaserj uma placa mostra que o hospital foi reformado com verba doada pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e reinaugurado pelo governador Sérgio Cabral e pelo secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes, em setembro de 2008. Mesmo ano da cessão do terreno ao Inca. “Em 2009 tentaram fazer a remoção dos pacientes para outros hospitais. Mas um deles morreu e o processo de transferência foi suspenso. Não dá para entender como o governo gasta R$ 10 milhões na reforma e na compra de equipamentos para um prédio que quer demolir”, observa a funcionária. Com a transferência dos pacientes foram deixados para trás, nos nove andares do hospital, aparelhos de raio-x, tomógrafos, monitores cardíacos e até aparelhos de ar-condicionado novos. Macas e camas hospitalares reclináveis e modernas ficaram empilhadas nas UTIs e os colchões, empilhados no corredor. Num dos leitos, o oxigênio não foi desligado e deixaram para trás um recipiente com resíduos de um internado. Técnica de enfermagem recolhe material de UTI do Iaserj (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1) A técnica de enfermagem Sueli Matias, disse que foi surpreendida ao chegar para trabalhar no plantão deste domingo. “Quando cheguei para trabalhar encontrei tudo assim, revirado, com as camas jogadas de qualquer jeito, sem colchão. Estou muito triste. Vou desligar os equipamentos que ficaram ligados e guardar a medicação que ficou espalhada. Não sabemos onde estão os doentes e nem onde vamos trabalhar. Tudo isso é lamentável”, disse Sueli há três anos no Iaserj. De acordo com a Associação de Funcionários do Iaserj, o hospital criado na década de 30 para atender servidores estaduais, atualmente atende à rede credenciada do Sistema Único de Saúde (SUS). A associação diz ainda que a unidade realiza dez mil consultas ambulatoriais por mês em 44 especialidades clínicas e que o laboratório de análises clínicas faz em média 35 mil exames mensais. O Iaserj tem atualmente 1.500 funcionários ativos, que não sabem para onde serão transferidos. “Somos concursados e trabalhamos juntos como se fôssemos uma família. Queremos ao menos que a transferência dos funcionários se dê em bloco para as outras unidades” disse uma enfermeira, que não quis se identificar, lembrando que o Iaserj tem um ambulatório no Maracanã, na Zona Norte, e o Hospital de Gerontologia e Geriatria, que fica em Campo Grande, na Zona Oeste. Veja a reportagem na íntegra no link abaixo: http://glo.bo/MwOqn3

2 comentários:

Anônimo disse...

Tudo isso já estava previsto desde 2008, quando o governo do estado cedeu o terreno para o Instituto Nacional de Câncer. Os leitos e equipamentos serão transferidos e ampliados para o hospital Getúlio Vargas. É necessário aguentar o sofrimento para vermos mudanças positivas na área da saúde.

Basta com erros médicos disse...

Mas o que não dá para entender é neste mesmo ano(2008) foram liberados 10 milhões para a reforma do IASERJ!!!Alguém pode explicar?