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quinta-feira, 31 de maio de 2012
"Eu e disse aos médicos que ia morrer", diz mulher que acusa hospital de ter deixado aparelho em seu corpo
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Ivanise Gomes de Lima, de 37 anos, acusa os médicos do HRT (Hospital Regional de Taguatinga) de terem deixado parte de um aparelho no corpo dela após uma cirurgia para a retirada de pedras na vesícula biliar, no início do mês de maio.
Durante a operação, ela disse que ficou o tempo todo acordada e ouviu quando os médicos disseram que o aparelho tinha quebrado.
— Eu ouvi tudo na cirurgia e disse aos médicos que ia morrer. Eles disseram que não e suspenderam a cirurgia.
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Segundo a paciente, as dores eram fortes e a incomodavam desde agosto do ano passado. Ela conseguiu uma primeira cirurgia somente para janeiro deste ano, que deveria ter solucionado o problema. No entanto, segundo a paciente, uma médica do HRT pediu para que ela retornasse três meses depois para remover uma última pedra, que teria ficado presa.
Pedaço de instrumento cirúrgico teria ficado no corpo de mulher após cirurgia no HRT
No dia 1º de maio ela voltou ao hospital. Depois de 24 horas, ela foi levada novamente ao centro cirúrgico. Desta vez, para remover o aparelho que, segundo ela, ficou em seu corpo durante a cirurgia.
— Minha médica disse que a cirurgia atingiu o duodeno, os intestinos grosso e delgado e o estômago. Minhas vísceras e órgãos estão totalmente comprometidos agora.
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...Mesmo após a cirurgia, Ivanise disse que ainda tem dúvidas se o aparelho foi realmente retirado do corpo dela, porque ela continua sentindo dores, anda com dificuldade e precisa da ajuda de amigos e familiares para realizar qualquer tarefa.
Em um dos boletins médicos, o hospital informa que ela teve febre alta e que estava eliminando secreções por meio do dreno. O advogado de Ivani, Rodrigo Duque Dutra, diz que está investigando o caso para entrar com uma ação judicial contra o hospital.
— Vou abrir uma sindicância junto com a Secretaria de Saúde do DF e CRM (Conselho Regional de Medicina) para verificar o que aconteceu e depois vou ver a possibilidade de mover uma ação judicial.
Ivanise agora teme ter que passar por novos procedimentos cirúrgicos.
— Tenho muito medo de ter que voltar para fazer nova cirurgia. O aparelho usado será o mesmo, o médico e o procedimento também. É difícil estar na minha situação.
Em nota a Secretaria de Saúde do Distrito Federal disse que todos os procedimentos médicos e cirúrgicos foram realizados para sanar o problema. Informou também que o caso continua sendo investigado com a direção do Hospital Regional de Taguatinga e toda a assistência necessária está sendo prestada à paciente.
A secretaria também esclarece que as orientações sobre o procedimento a que foi submetida foram repassadas à paciente e que ela poderá consultar o prontuário e o médico responsável pelo caso.
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