sexta-feira, 13 de maio de 2011

Cirurgiões plásticos devem informar riscos das cirurgias em documento, recomenda CFM




Carolina Brígido Tamanho do texto A A A BRASÍLIA - O Conselho Federal de Medicina (CFM) recomenda que cirurgiões plásticos registrem em documento que informaram ao paciente dos riscos do procedimento e, depois da cirurgia, de todos os cuidados necessários para a recuperação. A medida divulgada nesta quinta-feira foi tomada para tentar aplacar a enxurrada de reclamações recebidas de pacientes dessa especialidade. As principais queixas referem-se à falta de informação sobre detalhes da cirurgia e suas conseqüências – como o tempo de recuperação e as cicatrizes resultantes do procedimento.



O preenchimento do formulário não é obrigatório, mas protege o médico de reclamações futuras. Com a medida, o conselho também pretende dar ao paciente maior segurança de que o profissional se responsabiliza por seus atos. O conselho quer tornar a conduta obrigatória no futuro e estendê-la a outras especialidades.



- Esse documento é uma prestação de contas, uma preocupação com a execução de um ato médico tão importante - afirmou o coordenador da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do CFM, o cirurgião plástico Antônio Pinheiro, completando: - O paciente tem que saber de tudo.



Desde desta quinta-feira, os formulários estão disponíveis no portal do CFM e dos Conselhos Regionais de Medicina na internet. O documento é dividido em quatro etapas, com espaços para a assinatura do médico e do paciente. Cada um terá direito a ficar com uma via. Na primeira etapa, devem ser informados, por exemplo, se o paciente fuma, se tem alergias e se tem histórico de tratamento psiquiátrico. Dependendo da análise do médico, esses fatores podem impedir a cirurgia.



Se o procedimento for recomendado, o médico precisa explicar os riscos, as técnicas que serão usadas, as cicatrizes decorrentes da operação e os cuidados a serem tomados após a operação. O médico também deverá dizer se o hospital ou clínica onde a cirurgia será realizada está em boas condições.



Na segunda parte do questionário, o médico deve registrar as recomendações dadas ao paciente antes da cirurgia – como jejum e suspensão de algum medicamento de uso continuado. Ele também precisa anotar lesões pré-existentes, para não ser responsabilizado por elas no futuro. A terceira parte do documento deve ser preenchida após a operação. O médico terá de detalhar o tempo levado na sala de cirurgia e tudo o que ocorreu lá, especialmente os problemas que levarem a eventuais mudanças de plano.



A quarta parte refere-se ao pós-operatório. O médico terá de deixar seus telefones de contato para o paciente. Segundo o presidente do CFM, o cardiologista Roberto D’Ávila, muitos pacientes reclamam que, depois da cirurgia, não conseguem falar com o médico. O profissional também precisa registrar as recomendações dadas ao paciente e os medicamentos prescritos.

Nenhum comentário: