quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Médico acusado de mutilar pacientes no AM tem registro cassado pelo CFM

médico Carlos Cury Mansilla, que responde a mais de 15 processos na Justiça por complicações pós-cirúrgicas em pacientes, teve o registro médico cassado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Ele é acusado de causar lesões em, pelo menos, 30 mulheres em Manaus e em Rondônia.
Todos os 27 membros do Conselho votaram a favor da cassação. A decisão ocorreu na sexta-feira (27).
José Hiran Gallo, conselheiro do CFM, disse que o processo em que o médico foi cassado corresponde a dois procedimentos, um referente a uma cirurgia plástica do abdômen e uma bariátrica para correção de obesidade.

Gallo afirmou que Carlos Cury atuava como falso cirurgião plástico.
"Nessa paciente, ele retirou cerca de 6 kg de gordura e é óbvio que esta paciente veio a óbito. O mais grave da situação toda é que o doutor Carlos Cury se intitulava especialista e, na verdade, ele não é. Portanto, ele foi enquadrado como imperito. Ele não tinha a qualificação para fazer esse tipo de procedimento. Ele foi enquadrado como imprudente, negligente quando fez um procedimento sem menores condições ambientais. Portanto, ele foi cassado do exercício profissional da medicina", disse o conselheiro.
A defesa de Carlos Cury, o advogado Christhian Naranjo, informou ao G1 que ainda não foi comunicado oficialmente do caso.
Os processos contra o médico apuraram casos diferentes. Os mais comuns são de cirurgias plásticas como lipoescultura, mamoplastia, abdominoplastia e cirurgia no nariz. Segundo a denúncia do Ministério Público, são 16 vítimas lesionadas e uma vítima fatal. Ele foi indiciado em 2013, ano em que foi selecionado pelo programa Mais Médicos, do governo federal, para atuar em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.
De acordo com o presidente em exercício do Conselho Regional de Medicina do Amazonas, Antônio Medeiros, 20 processos contra Cury tramitam no Conselho. Destes, dois foram julgados e resultaram na cassação do médico na esfera regional. Um segue em fase de revisão processual.

Na Justiça do Amazonas, ele responde a 27 processos. A maioria por lesão corporal e erro médico.
Cury trabalha há cerca de 20 anos no hospital regional de Guajará Mirim, em Rondônia. O secretário de Saúde da cidade informou, por telefone à Rede Amazônica, que ainda não tem conhecimento da decisão do Conselho Federal de Medicina.

O caso
Os casos começaram a ser denunciados em 2013. Uma das vítimas, uma empresária, iniciou uma campanha em uma rede social para tentar localizar outras vítimas do médico.
Na época, a polícia informou que o médico sempre alegou inocência e dizia ter realizado as cirurgias com sucesso. A versão é a mesma sustentada pela defesa desde o último depoimento, prestado em fevereiro daquele ano. Na ocasião, a defesa do médico disse que o corpo das vítimas reagiu de forma adversa às cirurgias, mas que não é culpa do médico.

Fonte G1
LINK: http://glo.bo/2kFrc6P

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Erro médico mata mais que câncer no Brasil

A cada três minutos, cerca de dois brasileiros morrem em um hospital por consequência de um erro que poderia ser evitado. A conclusão é de um estudo apresentado nesta quarta-feira no Seminário Internacional “Indicadores de qualidade e segurança do paciente na prestação de serviços na saúde”, realizado em São Paulo.
Essas falhas, chamadas de “eventos adversos”, representam problemas como que vão desde erro de dosagem ou de aplicação de medicamentos até uso incorreto de equipamentos e infecção hospitalar. A pesquisa, realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (Iess), estima que, em 2015, essas falhas acarretaram em 434.000 óbitos, o equivalente a 1.000 mortes por dia.
Isso significa que esses “incidentes” –  erros, negligência ou baixa qualidade do serviço – podem ser uma das principais causas de morte dos brasileiros. De acordo com esse cenário, essas mortes seriam a primeira ou segunda causa de óbitos no país, à frente de doenças cardiovasculares e câncer que em 2013 mataram 339.672 e 196.954 pessoas respectivamente.
Além da morte, os eventos adversos também podem gerar sequelas com comprometimento do exercício das atividades da vida do paciente.
“Não existe sistema de saúde que seja infalível. Mesmo os mais avançados também sofrem com eventos adversos. O que acontece no Brasil está inserido em um contexto global de falhas da assistência à saúde nos diversos processos hospitalares. A diferença é que, no caso brasileiro, apesar dos esforços, há pouca transparência sobre essas informações e, sem termos clareza sobre o tamanho do problema, fica muito difícil começar a enfrenta-lo”, afirma Renato Couto, professor da UFMG e um dos autores do estudo.

Problema de saúde pública

No mundo, segundo o estudo, ocorrem anualmente 421 milhões de internações hospitalares anuais e 42,7 milhões de eventos adversos, um problema de saúde pública reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nos Estados Unidos, país com população de quase 325 milhões de pessoas, são registrados cerca de 400 mil óbitos por ano provocados por eventos adversos, sendo a terceira principal causa de mortes no país, depois de doenças cardiovasculares e câncer.

O estudo

O estudo apresenta um conjunto de cenários para projetar a incidência de mortes provocadas pelos eventos adversos nos hospitais brasileiros. No mais conservador, a projeção é de cerca de 104.000 casos por ano, se toda a rede hospitalar brasileira fosse parametrizada por padrões de excelência, como certificações internacionais no nível mais elevado. Entretanto, como a maioria dos hospitais brasileiros públicos e particulares não cumpre esses requisitos, a base mais realista do estudo é a que aponta até 434.000 mortes em 2015.
Além das vidas perdidas, o estudo projeta que, em 2015, os eventos adversos consumiram entre 5,19 e 15,57 bilhões de reais de recursos da saúde privada brasileira. Não foi possível estimar as perdas para o Sistema Único de Saúde (SUS) porque os valores pagos aos hospitais se originam das Autorizações de Internações Hospitalares (AIHs) e são fixados nas contratualizações, existindo outras fontes de receita não operacionais, com enorme variação em todo o Brasil.
“Hoje, quando alguém escolhe um determinado hospital para se internar, é uma decisão que se baseia na sua percepção de qualidade, na recomendação de um médico ou na opinião de conhecidos. Mas ninguém tem condições de garantir que aquele prestador realmente é qualificado, simplesmente porque se desconhece seus indicadores de qualidade. Não há como saber quantas infecções hospitalares foram registradas no último ano, qual é a média de óbitos por diagnóstico, qual é a média de reinternações e por aí afora. Será que o paciente não quer saber essas informações antes de decidir quem vai cuidar da sua vida?”, indagaLuiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do Iess.
Segundo Carneiro, o objetivo do estudo é justamente abrir um debate sobre a qualidade dos serviços prestados na saúde, a partir da mensuração de desempenho dos prestadores e, assim, prover o paciente do máximo possível de informações para escolher a quem ele vai destinar seus cuidados.

Causas brasileiras

Segundo o estudo, no Brasil, a estrutura física, os equipamentos disponíveis para a assistência, a qualidade e o controle de processos assistenciais, o correto dimensionamento do quadro assistencial, as características e dimensão do hospital e o atendimento à legislação sanitária brasileira de grande parte da rede hospitalar não atende aos requisitos mínimos necessários para a segurança assistencial.
Além disso, o modelo de compra de serviços hospitalares pela saúde suplementar remunera o procedimento e os insumos e não o resultado assistencial. O atual modelo prevalente no país, de “conta aberta” (do inglês fee for service) não contempla estímulos econômicos que privilegiam a eficiência. “Nosso padrão de remuneração premia o desperdício e a ineficiência. Quanto mais insumos são consumidos numa internação hospitalar, maior é a remuneração do prestador”, observa Carneiro.
O trabalho concluiu que a construção de um sistema de saúde mais rigoroso no Brasil envolve um importante conjunto de ações, passando por uma nova forma de prestação de serviços, centrado no paciente, qualificação da rede assistencial e dos profissionais, alterações de modelos de pagamento dos serviços e mudanças legislativas. Mas, sobretudo, deve haver a implementação de mecanismos de transparência que empoderem o cliente (usuários, operadoras, beneficiários e contratantes de planos de saúde) para uma escolha mais consciente dos serviços, considerando qualidade, custos e desempenhos assistenciais.

fonte : veja

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Filho acusa médicos de erro após mãe morrer com meningite em Ribeirão


A família de uma mulher de 51 anos acusa médicos da Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) Central em Ribeirão Preto (SP) de erro no diagnóstico. A administradora de empresas Márcia Orlandi Passos morreu na quinta-feira (3), após ser encaminhada para a Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE), onde foi descoberta uma meningite. Segundo o filho, nas duas vezes em que passou pelo pronto-socorro municipal, Márcia foi tratada por doenças diferentes - sinusite e infecção no ouvido. Um boletim de ocorrência contra o atendimento prestado no pronto-socorro foi registrado pela família. Procurada, a prefeitura informou que a reavaliação feita no segundo atendimento apontou a urgência no caso, e que por isso o médico responsável requisitou a regulação. Segundo o HC-UE, a paciente chegou em estado grave à unidade, mas não teve evolução favorável após aplicação das medidas necessárias. Duas vezes no pronto-socorro O estudante Thiago Orlandi Tosta conta que a mãe procurou atendimento na UBDS Central no dia 31 de outubro, após sentir fortes dores de cabeça e no ouvido. Segundo o filho, o plantonista receitou um analgésico, um antialérgico e um anti-inflamatório, e orientou que ela voltasse para casa. Márcia Orlandi Passos, de 51 anos, morreu com meningite em Ribeirão Preto, SP (Foto: Reprodução/EPTV) Márcia Orlandi Passos, de 51 anos, morreu com meningite em Ribeirão (Foto: Reprodução/EPTV) No dia seguinte, Thiago recebeu um telefonema de uma amiga da mãe, avisando que ela não estava bem. “Ela não conseguia ficar em pé, não conseguia falar porque ela gritava de tanta dor na cabeça. Ela sentia a cabeça pulsando, com muita dor, e ela vomitava de dor”, afirma. Pela segunda vez, os dois procuraram atendimento na UBDS Central. Thiago afirma que um médico residente examinou o ouvido da mãe no corredor da unidade e disse que ela poderia ter uma infecção. “Receitou amoxicilina e disse que ela iria tomar dipirona na veia e que, assim que ela fosse liberada, pra tomar amoxicilina e voltar pra casa. Mas, ela não conseguiu voltar.” Segundo o jovem, a unidade solicitou um encaminhamento, sem urgência, para que Márcia fosse atendida por um otorrinolaringologista e por um neurologista no Hospital das Clínicas. O filho conta que a mãe ficou na UBDS do meio-dia às 20h, sem qualquer exame, até ser levada ao centro médico. Caso grave de meningite De acordo com Thiago, a mãe passou pelo neurologista uma hora e meia após dar entrada no hospital e o médico suspeitou da meningite. “Foi quando eles resolveram fazer o exame do líquido da espinha, que deu positivo. Pelo o que o médico disse, já estava bem agravado.” Após o diagnóstico, Márcia passou a receber a medicamentação para a doença, foi isolada e mantida em observação, mas não reagiu ao tratamento. No dia 2 de novembro, a administradora sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e o quadro de saúde foi agravado por uma infecção generalizada. A mulher sofreu outras quatro paradas cardiorrespiratórias e morreu na madrugada de 3 de novembro. Segundo Thiago, o médico que atendeu Márcia no HC afirmou que a demora no encaminhamento para o hospital agravou seu estado de saúde. O corpo passou por necropsia e na certidão de óbito constam disfunção múltipla dos órgãos, sepse grave, meningite e otite média aguda como causas da morte. Thiago levou o caso à polícia e solicitou à Prefeitura os prontuários dos atendimentos prestados à mãe. “Me deram um prazo de 30 dias. A gente espera que os órgãos competentes tomem as devidas providências, investiguem o caso para que a gente possa, pelo menos, mudar o quadro da saúde pública no geral”, diz o estudante. Atendimento adequado Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a paciente não apresentava alterações sugestivas para diagnóstico de meningite. Segundo a secretaria, o diagnóstico de otite (infecção no ouvido) foi feito na UBDS Central e o atendimento prestado à paciente foi dentro dos parâmetros adequados de assistência. Não foi informado se Márcia passou por algum exame enquanto esteve no pronto-socorro. O laudo que vai atestar a causa da meningite deve ser divulgado em 30 dias. Thiago Orlandi Passos acredita que mãe poderia estar viva se tivesse sido tratada da forma adequada (Foto: Alexandre Sá/EPTV) Thiago acredita que mãe poderia estar viva se tivesse sido tratada da forma adequada (Foto: Alexandre Sá/EPTV) Fonte: G1

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Jornal da Record aborda erros médicos em nova série de reportagens

Série Paciente em Risco, que vai mostrar casos de erros médicos e o que tem sido feito para combater esse problema. Para quem não viu a reportagem link para visualização http://r7.com/IHjh

Médico denunciado por morte de menina é solto pela Justiça, em Goiás

O médico cardiologista Fernando Haddad foi solto nesta sexta-feira (5), após decisão da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), em Goiânia. Ele foi preso há cerca de um mês por formação de quadrilha no caso que levou à morte de uma criança de 5 anos, em 2008, segundo assessoria de imprensa do TJ-GO. O médico foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) pela morte de Eduarda Lia Barbosa Martins. Ele também é investigado pela operação SOS Samu, que apura fraudes no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). saiba mais Justiça manda soltar médico denunciado por morte de menina MP denuncia médicos e atendentes de hospital por morte de menina Esposa de secretário é sócia em empresa suspeita de fraude no Samu MP apura se fraude no Samu causou a morte de pacientes, em Goiânia MP faz ação para combater fraude no Samu para encaminhamento de UTI O MP-GO já havia apurado que a menina foi a óbito em um hospital particular de Goiânia em virtude de uma "sequência de erros de encaminhamento, diagnósticos e terapias médicas adotados pelos denunciados". Ainda conforme o órgão, ela teria sido encaminhada à unidade de saúde por dois atendentes do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) que, sem fazer qualquer tipo de avaliação, "ofereciam" doentes particulares ou com planos de saúde para receber atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Centro de Vida, de propriedade de Rafael e que funcionava no Hospital e Maternidade São Lucas. O advogado de Rafael Haddad, Márcio Cunha, informou ao G1 por meio de nota que o médico “foi detido sem que ao menos houvesse denúncia contra ele, conforme expresso na decisão que determinou sua saída” O Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) informou à TV Anhanguera que os funcionários que foram denunciados no esquema não trabalham mais no hospital, inclusive o médico Rafael Haddad, exonerado em 2011. Caso Segundo as investigações do MP-GO, por cada transferência, cada um dos funcionários ganhava entre R$ 100 e R$ 150. Foi o caso de Eduarda. A garota deu entrada no Hugo no dia 5 de julho de 2008 após sofrer um mal súbito. Diante do quadro grave, os atendentes direcionaram a criança à UTI de Rafael, mesmo sabendo que o local não contava com pediatra naquele momento tampouco tinha aparelhos adequados para o tratamento da paciente. Na unidade, ela foi atendida por uma médica, cuja especialidade é geriatria. A denúncia relata que a médica deixou a UTI no momento de receber a menina, "ignorou por completo a gravidade do quadro clínico da criança e demonstrou descaso com a paciente". Diante da situação, a criança acabou morrendo após ter uma insuficiência respiratória e edema agudo pulmonar menos de duas horas após dar entrada na unidade. O promotor destacou ainda que Rafael, e os atendentes já foram denunciados pelo MP-GO em junho de 2009. O primeiro por oferecer vantagens indevidas a funcionários públicos e os outros dois por receber vantagem indevida infringindo seu dever funcional. Fonte:G1

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Saiba o que pode acontecer de errado numa cirurgia de lipoaspiração

Legistas auxiliarão Justiça e Cremepe em investigações de erros médicos

21/07/2016 18h12 - Atualizado em 21/07/2016 18h12
Para dar agilidade aos casos de investigação de erros médicos e de outros profissionais de saúde no Estado, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou a criação de um grupo técnico formado por médicos legistas do Instituto de Medicina Legal Antônio Persivo Cunha (IMLAPC) para ajudar na elaboração de provas técnicas. Agora, os promotores de Justiça e delegados de polícia responsáveis pelos casos investigados poderão solicitar laudos aos médicos legistas para a elaboração destas provas. O relatório final com a recomendação foi entregue ao procurador-geral de Justiça, Carlos Guerra de Holanda, na quarta-feira (20).
Até então, ficava a cargo da Justiça ou do Conselho Regional de Medicina (Cremepe) julgar se o profissional era ou não culpado. A falta de um corpo técnico para a realização dos laudos acabava atrasando a conclusão do caso, segundo relatório do grupo de trabalho.
"A verdade é que antes ninguém fazia e, com isso, o caso acabava prescrevendo, ficava uma situações indefinida. Agora não, há uma definição oficial, agora será possível estabelecer uma relação de casualidade entre ação e omissão do profissional de saúde e o resultado que motivou a investigação", ponderou o promotor Eripo Soares, coordenador do Centro de Apoio Operacional as Promotorias de Justiça da Justiça.
O grupo de trabalho será formado por seis médicos legistas fixos. No entanto, segundo a diretora do IML do estado, Sara Behar, esse número pode aumentar conforme a necessidade do caso. "Se for preciso, se for algo mais complexo, a gente coloca mais profissionais de acordo com o tipo de patologia", adiantou.
Ela ainda acredita que além de trazer agilidade, o grupo ainda oferecerá uma qualidade técnica para as investigações dos casos. "Estamos com uma perícia com qualidade melhor. Podemos esclarecer se há ou não nexo causal porque, por exemplo, muitas vezes o profissional é inocente, mas a família não acredita por uma série de fatores. São situações delicadas", diz.
Assim também acredita o promotor. Para ele, todos saem ganhando com essa nova decisão. "Isso é bom para sociedade, bom para a polícia e bom para o médico que vai responder com uma definição técnica. Agora teremos um posicionamento técnico que dará segurança jurídica", concluiu Eripo Soares.

Mulher morre nove dias após o parto e marido suspeita de erro médico

O que era para ser um momento de alegria virou pesadelo na vida de Airton Silva Leitão. A mulher dele morreu no dia 22 de julho, cerca de nove dias após dar à luz ao filho João Lucas Lima, de parto cesariano. A mulher teve uma hemorragia e o marido suspeita de erro médico durante a cirurgia, realizada na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, no dia 13 de julho.
Silva explica que a mulher, Maria Renata Queiroz de Lima, de 28 anos, recebeu alta quatro dias após o parto, mas depois de cinco dias em casa começou a sentir dores e teve uma hemorragia. Ele acredita que a hemorragia foi causada porque resquícios do parto foram deixados no corpo da vítima. A Secretaria de Saúde disse que a morte está sendo investigada.
O casal voltou a procurar a maternidade e uma nova limpeza foi feita, mas a hemorragia não foi controlada e ela foi encaminhada para o Hospital de Urgência de Rio Branco (Huerb).
"Deram medicamento e esperamos para ir para o centro cirúrgico enquanto ela perdia sangue, passou quase umas 5h. Abriram ela de novo, fizeram uma limpeza e tentaram estancar o sangue, mas não conseguiram. Transferiram ela para o Pronto-Socorro", relata o marido.
A vítima chegou em estado grave ao Huerb e não resistiu. O marido reclama que não recebeu nenhuma justificativa oficial sobre a morte, apenas por comentários de funcionários.
"Disseram que foi resto de parto, que tinha que fazer uma limpeza e não fizeram corretamente. Vou entrar com uma ação contra a maternidade e vamos fazer um protesto sexta-feira, pelo tanto de problema que acontece nessa maternidade", reclama Airton.
Sesacre diz que paciente foi atendida em ‘tempo hábil’
Em nota ao G1, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) informou que a morte está sendo investigada em conjunto com o Hospital de Urgência e Emergência e caso seja comprovada negligência médica tomará as providências necessárias.
Ainda segundo a nota da Sesacre, a vítima foi atendida em tempo hábil e recebeu todos os atendimentos necessários. "A paciente saiu da maternidade lúcida, mas apresentava um quadro de dificuldade de coagulação sanguínea, o que agravou seu estado de saúde", explica a nota.
Bebê perdeu a mãe dias após o parto Acre (Foto: Arquivo Pessoal)Bebê perdeu a mãe dias após o parto Acre (Foto: Arquivo Pessoal)
Pai pede doações
Passando por dificuldades financeiras, Airton Silva sustentava a família fazendo trabalhos temporários em serviços gerais. Mas, após a morte da mulher, tem que cuidar do bebê e de outras duas crianças de 2 e 6 anos. Ele vive com a família no bairro Preventório e pede doações.
"Se com trabalho é difícil, imagine sem trabalhar. Tudo ajuda, seja fralda descartável e o leite", pede o autônomo. Airton pode ser encontrado pelo telefone (68) 99999-3154.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Bebê morre após passar três vezes por PS e família acusa erro médico

A família de um bebê de 11 meses acusa dois pediatras da Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) da Vila Virginia, na zona leste de Ribeirão Preto (SP), de erro médico. Segundo a mãe, Enzo Araújo de Souza morreu em abril após passar por três atendimentos no local e ter recebido como diagnóstico dor por causa do nascimento dos dentes.
O laudo da morte aponta que Enzo sofreu choque cardiogênico e miocardite aguda, que provocaram nove paradas cardíacas. Um boletim de ocorrência foi registrado nesta sexta-feira (13).
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o bebê recebeu atendimento de profissionais experientes e foi medicado conforme o quadro clínico apresentado, inicialmente não considerado grave. No entanto, as causas da morte serão apuradas.
Atendimento pediátrico
A mãe da criança, a dona de casa Ronalda Araújo Costa, diz que Enzo começou a passar mal na manhã do dia 23 de abril, e apresentava sintomas como coração acelerado e prostração. O menino foi levado ao pronto-socorro e examinado por um pediatra. “Ele [médico] disse que provavelmente eram só os dentinhos mesmo, porque estava inchada a gengiva e estava machucando ele [bebê]. Passou o paracetamol e o soro fisiológico para por no nariz”, afirma.
Segundo Ronalda, o filho recebeu a medicação em casa conforme a orientação médica, mas não houve melhora no quadro. À noite, ela decidiu levar Enzo de volta ao pronto-socorro, onde outro pediatra a atendeu e reforçou o diagnóstico anterior.
“Eu falei que ele estava passando mal e gritando. Ele passava a mão no ouvidinho o tempo todo. O médico examinou e eu falei que o coração estava muito acelerado. Ele [médico] falou que estava agitado mesmo porque ele estava com muita dor”, diz a mãe.
De acordo com a dona de casa, o médico receitou um antibiótico e remédios para dor e febre, mas o quadro se agravou no dia seguinte e Enzo desmaiou nos braços do pai. O menino foi levado mais uma vez ao pronto-socorro da Vila Virginia e, segundo a mãe, sofreu a primeira parada cardíaca.
Bebê de 11 meses morreu após sofrer nove paradas cardíacas em Ribeirão Preto, SP (Foto: Reprodução/EPTV)Bebê de 11 meses morreu após sofrer nove paradas cardíacas em Ribeirão  (Foto: Reprodução/EPTV)
Complicações e morte
O bebê foi encaminhado à Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE), onde sofreu nove paradas cardíacas e não resistiu. De acordo com a mãe, os médicos afirmaram que Enzo contraiu uma virose que comprometeu o coração. “Como não foi detectado antes [a virose], atingiu rápido e o coração dele inchou demais. Passou do limite e não bombeava mais sangue”, explica a mãe.
Ronalda procurou a Polícia Civil após a morte do filho para registrar um boletim de ocorrência, mas teria sido desaconselhada a fazer o documento por um policial, que considerou os  procedimentos dos médicos adequados.
Nesta sexta-feira, a família voltou à delegacia acompanhada de uma advogada e registrou o boletim de ocorrência.
“Eu quero que seja investigado para saber o que aconteceu com meu filho, porque é uma dor que só Deus mesmo para ter pena da gente. A gente quer descobrir o que aconteceu com ele de verdade, saber se foi alguma coisa que não foi examinado direito”, diz Ronalda.
Para a advogada Marilia Teixeira Dias, há indícios de erro médico. “Se os procedimentos tivessem sido feitos da forma correta no primeiro momento que ela procurou o posto da Vila Virginia, de repente a criança teria chance de ter se recuperado, estar aí com a mãe nesse momento.”
A defensora também questionou a posição do policial de plantão, que teria dificultado o registro da ocorrência. “Acho que não cabe ao servidor que está ali registrando fazer um julgamento de mérito do que aconteceu. Existem autoridades competentes para isso.”
Procurada, a Polícia Civil informou que cabe ao delegado decidir se registra um boletim de ocorrência, mas não esclareceu se o policial que atendeu a família de Enzo na primeira vez era ou não delegado.

Fonte : G1

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Com recorde de inscritos, Revalida reprova 57% dos médicos

Cinquenta e sete por cento dos médicos que prestaram o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Revalida)  foram reprovados, de acordo com dados do Ministério da Educação (MEC). O Revalida é obrigatório para quem cursou medicina fora do Brasil, inclusive brasileiros, e deseja atuar como médico no país.
Em 2015, 1.683 médicos foram aprovados no revalida - o que representa 42% dos inscritos. Ao todo, 54,7% desse total é de brasileiros que se formaram em medicina em outro país.

O exame foi criado em 2011 com o objetivo de unificar o processo de revalidação em consonância com as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de medicina. Antes do Revalida, cada instituição de ensino superior estabelecia os processos de análise seguindo a legislação.
Enquanto o médico não for aprovado e não obtiver a revalidação do diploma pelas instituições do ensino público, ele fica impedido de atuar no país. O índice de aprovação na prova, em 2014, foi de mais de 30%. Se um médico for reprovado no Revalida, ele pode se inscrever para fazer o exame do ano seguinte.

De acordo com o MEC, os países que apresentaram o maior número de inscritos foram Brasil (2.349), Bolívia (771), Colômbia (248), Cuba (183), Venezuela (142), Peru (133) e Argentina (109).
Quanto à origem do diploma, após a Bolívia (com 2.168 inscritos de diferentes nacionalidades), aparecem Cuba (877), Colômbia (231), Paraguai (215), Argentina (214) e Venezuela (212).
Em relação ao ano anteror, houve mais quase o dobro de inscritos. Em 2014, foram 2.157 candidatos.
ETAPAS DA REVALIDAÇÃO
A prova da primeira etapa é composta de uma prova objetiva com 110 questões e de uma discursiva com 5 questões. A taxa de inscrição para esta etapa foi de R$ 100.
A prova objetiva é aplicada pela manhã, das 8h às 13h. À tarde, das 15h às 18h (horário de Brasília), os participantes fazem a prova discursiva. Caso o candidato seja aprovado na primeira fase, ele deve pagar mais uma taxa, desta vez de R$ 300, para efetuar sua inscrição na segunda etapa do certame, quando os participantes são submetidos a 10 testes práticos de habilidades clínicas.
Fonte: G1