sexta-feira, 11 de maio de 2012

Registros de erros médicos crescem 52% entre os anos de 2010 e 2011

Números saltaram de 261 para 397 entre um ano e outro.
Só em 2012 são 254 processos registrados

O número de denúncias de erros médicos cresceu 52,10% em 2011, em relação ao ano anterior. Os dados são do Superior Tribunal de Justiça (STF). Os registros saltaram de 261 para 397. Mas em 2012 os casos registrados somam 254 processos. E não são apenas médicos que respondem aos inquéritos, enfermeiros e auxiliares também estão elencados.
Aumentam as denúncias por erro médico no Supremo Tribunal Federal (Foto: Reprodução EPTV)Aumentam as denúncias por erro médico no Supremo
Tribunal Federal (Foto: Reprodução EPTV)
Pode ter sido erro médico a causa da morte de uma mulher de 29 anos em Indaiatuba, em abril deste ano. Ela recebeu suplemento alimentar em vez de medicamento pela sonda ligada ao coração da paciente.
A família do agricultor Elizeu Gomes da Luz também sofreu com a possível falta de atenção da equipe médica. A filha dele nasceu prematura e ficou por dois meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em uma das visitas, a mãe percebeu que a ponta de um dos dedos estava roxa. Dias depois, a menina perdeu a ponta do dedo.
“Não foram os médicos que informaram, foi minha esposa que viu. Daí os médicos disseram o que aconteceu”, afirmou o agricultor.
A caixa de lotérica Tailane Gabriela Peixoto Gaio acredita que os médicos erraram no nascimento de seu filho. A criança nasceu pelo parto por fórcipe, em que um instrumento médico é usado para puxar a criança.
Ela disse que pediu parto por cesárea, mas que os médicos não fizeram. Após o nascimento a operadora de caixa alega que ficou com uma consequência. “ Sinto dores na perna se fico muito tempo em pé com a criança no colo”, disse ela.
O bebê ainda ficou com a marca na cabeça do instrumento usado na cirurgia por fórcipes.
Para o professor de ética da Faculdade de Medicina da Unicamp, Flávio César de Sá, a má formação, a rotina atribulada e a falta de estrutura para os profissionais são causas de erros médicos tão absurdos.
“Oitenta e cinco por cento dos processos contra médicos não aconteceriam se tivesse ocorrido uma boa comunicação entre os médicos, pacientes e familiares”, disse o médico.
Segundo ele, em alguns casos, após um procedimento médico o paciente pode ter alguma consequência, e isso não seria um erro médico e deve ser comunicado antes dos procedimentos.
O Conselho de Medicina faz um exame não obrigatório com estudantes de sexto ano. E os resultados preocupam. Quarenta e seis por cento foram reprovados em 2011. Nas respostas erradas, 51% são de saúde pública, obstetrícia 46%, clínica médica, 45,5% e pediatria 41%. Os estudantes apresentaram desconhecimento no diagnóstico e tratamento para infecção de garganta, meningite e sífilis.
Veja a reportagem na íntegra:

http://glo.bo/IXMmpH

.Justiça nega pedido de indenização a cirurgião

se liga nesse processo de erro médico.Justiça nega pedido de indenização a cirurgião bariátricoNotícia publicada em 10/05/2012 17:19
A 14ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio negou um recurso do cirurgião bariátrico Jorge Luiz Monteiro em ação movida contra Ângela Márcia Ramires.Ele alega que vem sendo injuriado e difamado por ela em redes sociais e nos jornais, sendo chamado de “Dr. Morte”..., em razão do falecimento de alguns de seus pacientes.

A ré alegou, em sua defesa, que a indicação da cirurgia para o seu marido foi equivocada, pois ele não tinha índice de massa corpórea – IMC – que a indicasse, o que acabou gerando o seu falecimento 15 dias após o procedimento.

Na decisão de primeira instância, o juiz Mário Cunha Olinto Filho, da 3ª Vara Cível da Barra da Tijuca, negou o pedido de indenização feito pelo médico. Ele também reprovou a conduta profissional do autor que, inclusive, teve sua licença suspensa pelo Cremerj.

“A farta prova documental indica claramente que a conduta profissional do autor, mais do que questionável, é reprovável. Tanto assim é que, apenas para citar alguns fatos, percebe-se que algo de extremamente errado ocorre (ou ocorria, diante do impedimento determinado pelo CRM) com uma freqüência espantosa nas cirurgias que conduzia. Em período relativamente curto, nada menos que 11 pacientes faleceram sob os seus cuidados. O autor agia de forma árdua a convencer os clientes de que deveriam realizar a cirurgia”, destacou o juiz.

Para o desembargador José Carlos Paes, relator do recurso e que manteve a decisão de 1º grau, as documentações contidas no processo não provam que Ângela tenha organizado campanha difamatória, da qual Jorge Luiz diz ter sido vítima.

“A criação de fóruns de discussão e campanhas de alerta visaram o conforto mútuo pelo vazio decorrente da perda dos entes queridos, bem como alertar aqueles que pretendem se submeter a tal procedimento, dos riscos decorrentes da escolha desavisada do médico responsável pela cirurgia. A ré apenas divulgou que a imperícia do autor causou a morte do seu esposo. A expressão da sua irresignação, da sua dor e do seu luto não pode caracterizar ilicitude, conforme afirmado pelo apelante”, concluiu.

Nº do processo: 0013127-14.2007.8.19.0209

terça-feira, 8 de maio de 2012

Abaixo-assinado Opção do paciente do sigilo ou não do prontuário médico

Abaixo-assinado Opção do paciente do sigilo ou não do prontuário médico

Polícia investiga suposto erro médico e retirada de órgãos de bebê morto

A Polícia Civil de São Paulo instaurou inquérito nesta quarta-feira (2) para investigar a denúncia da mãe de um bebê que afirma que seu filho morreu por causa de erro médico e teve os órgãos retirados sem autorização pelo Hospital Dante Pazzanese, na região central da capital paulista. A Secretaria de Estado da Saúde nega as acusações de erro médico e de retirada ilegal de órgãos. De acordo com a assessoria de imprensa, a morte da criança será investigada pela Comissão de Óbitos do Dante Pazzanese.

Segundo a vendedora Josiane Angélica dos Santos, de 33 anos, seu filho, Enzo Gabriel Balbino, de 1 ano e 2 meses, morreu na sexta-feira (27) em decorrência da aplicação errada na entubação da criança durante cirurgia, feita no dia anterior, para corrigir um problema cardíaco.

“Ele tinha uma doença cardíaca e por conta dos problemas nos ossos, a aplicação e retirada do tubo precisava ser feita por um endoscopista. Mas soube que a retirada foi feita por alguém que não era especialista”, disse a mulher ao G1. Ela morava com o único filho em Rancharia, a mais de 500 quilômetros de distância de São Paulo. O pai do garoto é seu namorado.

Além de suspeitar da falha médica, ela disse que foi enganada ao assinar documento que permitiu necropsia do menino. “Eu estava nervosa. Achava que se tratava de um papel para permitir esse exame em um IML [Instituto Médico Legal] e não que ele fosse feito no próprio hospital. Se soubesse que a causa da morte seria feita pelo Dante, eu não deixaria. Afinal de contas, eu acho que meu filho morreu por erro médico. Como eu iria permitir que o hospital também desse a causa da morte?”, questiona.

Por telefone, a mulher contou ainda que, depois de discutir com o membros do hospital, conseguiu que os órgão públicos levassem o corpo de seu filho para necropsia em IML da capital. “Para minha surpresa, os médicos do IML deram duas informações contraditórias. Um perito disse que não poderia informar a causa da morte do Enzo porque todos os órgãos dele foram retirados e havia serragem no lugar deles. Outro perito disse que os órgãos estavam lá, mas haviam sido mexidos e também não era possível dizer do que ele morreu”.

Segundo Josiane, o corpo de Enzo foi enterrado na segunda-feira (30) em um cemitério em Rancharia. Ela disse que a declaração de óbito do Dante Pazzanese informa que o que matou seu filho foi “a doença”. "Por isso, vou procurar um advogado e pedir para que ele consiga na Justiça uma autorização para exumar o corpo do meu filho. Quero saber se os órgãos estão lá e o que o matou mesmo". Ao G1 o hospital negou que a causa da morte seja essa e informou que ela ainda não foi divulgada.

Investigação policialA vendedora registrou dois boletins de ocorrência na capital. Um no 27º Distrito Policial, no Campo Belo, para apurar crime envolvendo “transplante de órgãos” por conta de “remover tecidos órgãos ou parte do corpo de pessoa ou cadáver”. O outro, no 36º DP, Paraíso, para apurar morte suspeita.

De acordo com o delegado seccional Sul, Adalberto Henrique Barbosa, o caso será apurado pelo 36º DP. Procurado, o delegado titular do distrito, Márcio Nilson, afirmou a investigação vai tentar ouvir os depoimentos das partes envolvidas.

“Foi instaurado inquérito para apurar eventual homicídio culposo por imperícia médica. Os policiais também vão apurar se houve remoção de órgãos sem autorização. Somadas, as penas podem chegar a nove anos de reclusão ou um pouco mais”, disse o delegado Márcio Nilson, que pretende ouvir os médicos que atenderam Enzo e os peritos que examinaram o corpo da criança.

De acordo com o delegado, Josiane deverá prestar esclarecimentos por carta precatória numa delegacia de Rancharia.
O G1 também procurou o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) para comentar o assunto, mas o órgão não respondeu o e-mail enviado pela equipe de reportagem.

O que diz o hospitalProcurado para comentar o assunto, o Hospital Dante Pazzanese se manifestou por meio da assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde. Leia íntegra da nota abaixo:

"O Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia esclarece que os pais do menor E.G.B. autorizaram, por meio de documento assinado por ambos e por mais duas testemunhas, também parentes da criança, a realização de uma necropsia a fim de investigar cientificamente a causa do obtido do paciente.

Em qualquer necropsia, órgãos podem ser retirados para investigação científica. O procedimento foi realizado seguindo protocolos médicos internacionais e o material colhido foi o necessário para a realização da análise, com finalidade estritamente científica. O óbito do paciente será investigado pela Comissão de Óbitos do Dante Pazzanese, como sempre ocorre.

O paciente, com 1 ano e 2 meses, foi transferido para o Dante Pazzanese no dia 16 de abril, com quadro de cardiopatia grave, que evoluiu para insuficiência cardíaca. Além disso, apresentava forte quadro de dermatite (inflamação crônica da pele) e outras deformidades congênitas – má formação óssea, hipodesenvolvimento (baixo peso para idade, apenas 5,9kg), entre outros.

Houve a necessidade de, num primeiro momento, controlar a inflamação da pele, situação que inviabilizava a realização da cirurgia cardíaca. Assim que o quadro foi estabilizado, o paciente passou por procedimento cirúrgico, realizada em 26 de abril. O paciente teve evolução satisfatória durante o pós-operatório, mas no dia seguinte evoluiu com arritmia cardíaca e parada cardiorrespiratória. Apesar da realização de diferentes manobras médicas para ressuscitação, o paciente não resistiu e morreu.

Diante da fragilidade do quadro clínico exposto, associada a múltiplas doenças congênitas que cria um cenário de indefinição ao motivo do óbito, o Instituto Dante Pazzanese sugeriu aos pais a realização da necropsia, procedimento esse não obrigatório, porém prontamente aceito pelos pais da criança.

O laudo da necropsia ficará pronto em até 60 dias. O Instituto Dante Pazzanese se coloca à disposição dos familiares e também das autoridades policiais para prestar quaisquer esclarecimentos sobre o caso."


Veja a reportagem na íntegra no link abaixo:
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/05/policia-investiga-suposto-erro-medico-e-retirada-de-orgaos-de-bebe-morto.html

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Pais culpam médicos de hospital, em Belford Roxo, por morte de filho de 14 anos


Morar com a mãe e ser jogador de futebol do Flamengo. Um ano separou a realização dos sonhos de Renan de Andrade da sua morte, supostamente por um erro médico. Aos 14 anos, a vida do jovem foi interrompida, após um choque anafilático.
A família culpa os médicos do Hospital Municipal Jorge Julio da Costa Santos, em Belford Roxo, por receitarem um medicamento que causou seu óbito. Segundo o pai de Renan, Jorge Santana de Andrade, além de nunca ter apresentado nenhum tipo de alergia, o menino poucas vezes ficou doente. Dois dias após machucar a perna, começou a tomar o remédio indicado, suposta causa de sua morte.
— Ele começou a reclamar de falta de ar logo depois que tomou a primeira dose. A caminho do hospital, depois de desmaiar, chegou a vomitar. — relembra o pai.
A família registrou a queixa na 54 DP (Belford Roxo). O delegado responsável pelo caso aguarda os laudos do Instituto Médico-Legal (IML). A secretaria de Saúde do município aguarda a avaliação dos prontuários.
Veja como tudo aconteceu:
Quarta-feira: Durante um jogo de futebol, Renan machucou a perna e deu entrada no hospital às 22h. Após um Raios-X, que constatou que não havia fratura, o médico receitou Melocox 75 mg ao jovem.
Quinta-feira:Renan ainda apresentava fortes dores e não conseguia andar. Jorge comprou o remédio indicado, à noite, para começar o tratamento.
Sexta-feira: Renan tomou a primeira dose do comprimido, às 7h. Logo depois, começou a se queixar de falta de ar e tontura. Às 19h, tomou a segunda dose do remédio receitado, mas continou a se queixar.
Sábado: Pouco antes das 7h, Renan pediu ajuda ao pai para ir ao banheiro. Ao chegar no quarto, Jorge encontrou o filho desacordado. Colocou o menino num carro e voltou ao hospital. Com o jovem nos braços, demorou dez minutos para ser atendido. De longe, ouvia o barulho das descargas elétricas para reanimar o filho. Por volta das 7h40m recebeu a notícia de que Renan havia morrido.
Ontem: Às 13h, o corpo de Renan foi enterrado no Cemitério da Solidão, em Belford Roxo.


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/pais-culpam-medicos-de-hospital-em-belford-roxo-por-morte-de-filho-de-14-anos-4827558.html#ixzz1uE0FKKOb