terça-feira, 9 de setembro de 2014

Família afirma que idoso morto em hospital na zona oeste do Rio foi atendido por falso médico

A Polícia Civil investiga o estudante de medicina Ademir Pereira Ribeiro Junior pela morte de um idoso em Bangu, na zona oeste do Rio. A família de Iclair Marcos de Oliveira, de 62 anos, afirma que o estudante se apresentou como médico do hospital São Mateus e atendeu o idoso no sábado (6). Iclair apresentava fortes dores no abdômen e falta de ar, mas não resistiu à entrada na unidade e faleceu.
Rosicler Faria de Oliveira, filha de Iclair, afirma que o estudante se apresentou com outro nome.
— Ele se apresentou como doutor Tiago, disse que era o médico plantonista do hospital naquela noite e que ia atender meu pai.
Policiais da Delegacia de Bangu (34ª DP) instauraram inquérito policial para apurar os crimes de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e exercício ilegal da medicina. A família do idoso quer que o hospital São Mateus e Ademir sejam indiciados por homicídio doloso, quando há intenção de matar.
— Houve intenção de matar. Ele saiu de casa sabendo que não era médico. Sabia que poderia chegar um paciente, como meu pai chegou, e ele não teria como atender.
Todas as pessoas envolvidas no caso já foram ouvidas na delegacia. Em depoimento, o estudante afirmou não ser médico formado e negou ter prestado atendimento ao aposentado. Ademir disse ainda que estaria apenas acompanhando o novo médico da emergência, identificado como Tiago Mansur.
O hospital São Mateus informou que não trabalha com acadêmicos, a menos que estes sejam acompanhados de médicos registrados. Segundo a unidade, este teria sido o primeiro contato de Ademir com a unidade.
O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) afirmou que abrirá uma sindicância para apurar o caso, "pois um aluno de medicina não pode atender um paciente sem que haja um médico preceptor ao lado".
Assista ao vídeo:

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Recomendação CFM nº 001/2014 - Liberação de prontuário de paciente falecido

Recebemos a informação de Leandro Farias
Recomendação CFM nº 001/2014 - Liberação de prontuário de paciente falecido
RECOMENDAÇÃO CFM Nº 001/2014
EMENTA: Recomendar aos profissionais médicos e instituições de tratamento médico, clínico, ambulatorial ou hospitalar no sentido de: a) fornecerem, quando solicitados pelo cônjuge/companheiro sobrevivente do paciente morto, e sucessivamente pelos sucessores legítimos do paciente em linha reta, ou colaterais até o quarto grau, os 
prontuários médicos do paciente falecido: desde que documentalmente comprovado o vínculo familiar e observada a ordem de vocação hereditária; b) informarem os pacientes acerca da necessidade de manifestação expressa da objeção à divulgação do seu prontuário médico após a sua morte.
O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, no uso das atribuições conferidas pela Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, alterada pela Lei nº 11.000, de 15 de dezembro de 2004, e pelo Decreto n.º 6821, de 14 de abril de 2009, e
CONSIDERANDO a tutela antecipada concedida nos autos do processo Ação Civil Pública n.º nº 26798-86.2012.4.01.3500, movida pelo MPF, em trâmite na 3ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Goiás;
CONSIDERANDO que a decisão acima citada está sendo atacada por intermédio do recurso Agravo de Instrumento nº 0015632-13.2014.4.01.0000, em trâmite no TRF 1ª Região;
CONSIDERANDO, finalmente, o decidido pelo Plenário em Sessão realizada em de de 2014,
RECOMENDA-SE:
Art. 1º - Que os médicos e instituições de tratamento médico, clínico, ambulatorial ou hospitalar: a) forneçam, quando solicitados pelo cônjuge/companheiro sobrevivente do paciente morto, e sucessivamente pelos sucessores legítimos do paciente em linha reta, ou colaterais até o quarto grau, os prontuários médicos do paciente falecido: desde que documentalmente comprovado o vínculo familiar e observada a ordem de vocação hereditária, e b) informem os pacientes acerca da necessidade de manifestação expressa da objeção à divulgação do seu prontuário médico após a sua morte.
Art. 2º - Esta Recomendação entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília/DF, de março de 2014
ROBERTO LUIZ d´ÀVILA
Presidente do Conselho
HENRIQUE BATISTA E SILVA
Secretário-Geral
Porém os CRMs não estão cumprindo e querem que a resolução caia!!!
Vamos averiguar!!!Pois essa resolução se deu pela pressão do judiciário de Goiás.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

'Não creio mais em justiça', diz mãe de modelo morta ao colocar silicone

Quase dois anos se passaram da morte da modelo Louanna Adrielle Castro Silva, de 24 anos, e, para a família, a sensação é de impunidade. A jovem faleceu durante um procedimento para colocar próteses de silicone nos seios, em um hospital de Goiânia. A Polícia Civil investigou se houve negligência médica e o inquérito foi concluído há três meses, sem responsabilização dos profissionais. “Não creio mais em justiça. Minha filha morreu e os médicos seguem trabalhando. A minha dor é tão grande que isso acabou até com a minha saúde”, disse ao G1 a mãe da modelo, a cabeleireira Dênia de Castro Silva.
Louanna nasceu e morava em Jataí, no sudoeste de Goiás, e havia sido eleita Miss Jataí Turismo em maio de 2012. A jovem morreu no dia 1º de dezembro do mesmo ano durante o procedimento cirúrgico no Hospital Buriti, no Parque Amazônia, na capital. Dênia diz que a filha já tinha colocado a prótese na mama direita, mas sofreu uma parada cardíaca ao receber a prótese na mama esquerda. Sem Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no hospital, ela teve de ser encaminhada para outra unidade, mas não resistiu.
Na época, o médico responsável pela cirurgia, Rogério Morale de Oliveira, e a médica anestesista Beatriz Vieira Espíndola, disseram à polícia que a jovem teve reações às medicações que poderiam ser comuns a pessoas que já usaram algum tipo de droga. No entanto, um laudo toxicológico emitido em janeiro de 2013 não apontou qualquer indício de uso de entorpecente. A defesa da equipe médica contestou e um novo exame, feito em Brasília e divulgado em setembro do mesmo ano, apontou presença de cocaína no organismo de Louanna.
Além da investigação policial, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) instaurou uma sindicância para apurar o caso. Segundo o órgão, o caso foi arquivado em fevereiro deste ano, pois o laudo criminalístico e o exame toxicológico comprovaram que não houve indício de infração por parte dos profissionais. Durante esse período, os médicos continuaram trabalhando normalmente.
Procurado pelo G1, o advogado de defesa do médico, Carlos Márcio Rissi Macedo, disse que só foi comunicado sobre o arquivamento da sindicância do Cremego na semana passada. “Os laudos mostram que os médicos não tiveram envolvimento na morte, pois a paciente não os informou sobre o uso de entorpecentes e isso causou a reação durante a cirurgia. E foi exatamente essa comprovação e o arquivamento por parte do Cremego que ajudaram na conclusão do inquérito policial”, afirmou.
Modelo Louanna Adrielle Castro Silva, de Jataí, em Goiás, morreu ao colocar silicone (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Louanna chegou a tirar foto antes de cirurgia
em Goiânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
O delegado responsável pelo caso, Fernando de Oliveira Fernandes, titular do 13º Distrito Policial de Goiânia, confirmou que não houve provas para responsabilizar o médico e a anestesista pela morte. “Os laudos apontaram que não houve erro profissional ou ético. Sendo assim, o inquérito foi concluído e eles não chegaram a ser indiciados”, explicou.
Sobre a diferença registrada nos dois exames toxicológicos, o delegado explica que a segunda análise foi feita em um laboratório na capital federal, que é mais moderno, capaz de detectar com maior precisão a presença ou não de droga no corpo da vítima.

Cocaína
A mãe de Louanna contesta a informação e diz que não acredita que a filha fazia uso de cocaína. “Ela não tomava nem bebida alcoólica, como é que usaria droga? Não tenho dúvidas de que os médicos forjaram esse exame para se livrar da culpa. Minha filha era uma pessoa de bem, querida por todos, que teve a vida interrompida por uma negligência. Infelizmente, eles têm mais dinheiro do que a gente e nunca conseguiremos provar a culpa deles. Mas lá no fundo eles sabem o que fizeram e vão ter que pagar perante Deus”, afirmou Dênia.
Apoiamos a cirurgia pela felicidade dela, mas isso virou o nosso pior pesadelo "
Dênia Silva, mãe de Louanna
Sobre a investigação, ela diz que, desde o começo, não tinha fé sobre qualquer punição aos profissionais. “O inquérito foi concluído e nós nem fomos avisados. Depois do que aconteceu, soube de outros casos de erros médicos do Rogério, mas não posso provar. O que mais me dói é saber que ele continua exercendo a medicina e colocando outras pessoas em risco. Ele nunca me procurou ao menos para se desculpar e isso mostra ainda mais que ele apenas queria se safar de um crime, pois ele matou minha filha. Não tenho dúvidas disso”, ressaltou.
O advogado do médico disse, ainda, que o profissional não quer se pronunciar sobre o caso em respeito à família, mas que sempre esteve consciente de que é inocente.

Louanna era casada e, segundo a mãe, sonhava com a cirurgia. “Minha filha já era linda, cheia de vida, mas queria muito colocar as próteses nos seios. Apoiamos a cirurgia pela felicidade dela, mas isso virou o nosso pior pesadelo”, lamentou Dênia.
A cabeleireira diz que após a morte da filha entrou em depressão e sofre com fortes dores de cabeça e no peito. “Eu passei 1 ano e 8 meses trancada dentro de casa, sem vontade de ver a luz do dia. É muito difícil aceitar uma perda assim e a dor é maior do que a gente pode suportar. Depois desse tempo, percebi que precisava fazer alguma coisa, me apegar a Deus, pois tenho outro filho e não posso morrer também”, afirmou.
Dênia ressaltou que o que mais a deixa triste é o fato de acusarem Louanne pelo uso de entorpecentes. “Não bastaram assassinar a minha filha, mas também fizeram questão de acabar com a reputação dela, culpá-la pela própria morte. Apesar da minha indignação, não vejo mais como tentar provar a negligência médica. Só entrego na mão de Deus para que isso não volte a acontecer com outra pessoa”, lamenta.

fonte g1

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Bebê morre após parto realizado por faxineira e técnicas no ES

Um bebê morreu após um parto realizado por uma faxineira e quatro técnicas em Enfermagem da Santa Casa de Guaçuí, na região Sul do Espírito Santo. O caso ocorreu no dia 14 de agosto e, segundo a família, um médico negou o atendimento à grávida, que teve o parto realizado sem a presença de profissional. A administração do hospital informou que abriu um processo interno para apurar o caso. A Polícia Civil faz investigações e espera concluir o inquérito em até 30 dias. Se houver crime, a denúncia será encaminhada para o Ministério Público.
De acordo com a mãe, Graciane Furtado, antes do dia do parto os médicos diziam que o bebê que ela esperava estava saudável. "Fiz todos os exames, todas as ultrassom, estava tudo certo com meu neném. Em todos os momentos elas falavam que ele era um bebê grande. Meu filho era para estar comigo hoje. Não está por causa de erro delas. Como eles vão colocar uma faxineira para ajudar em um parto? Nem cheguei a pegar meu filho no colo. Nem senti-lo nos meus braços eu pude, nem amamentar", disse a mãe.
O marido de Graciane, Roque Denes, contou que no dia 14 de agosto procurou a Santa Casa e mesmo com a esposa em trabalho de parto, ela não foi atendida. "Eles disseram que tinha um médico de plantão, que ele ia atender a minha esposa quando fosse a hora certa. Eu tive que descer até a recepção, fiz o preenchimento da papelada quando ela deu entrada no hospital e mais uma vez perguntei sobre o médico e confirmaram que ele estava na Santa Casa, mas a minha esposa não foi atendida pelo médico", contou.
Como o médico não apareceu, quatro técnicas em Enfermagem e uma faxineira realizaram o parto. "Ele não me atendeu. Em momento algum eu vi ele lá. Essas quatro técnicas em enfermagem e a faxineira que fizeram meu parto. Eu fiquei muito indignada por uma faxineira montar em cima de mim. Ela subiu em cima de mim e empurrou o meu neném. Nesse momento ele agarrou e a outra que estava auxiliando falou que o bebê tinha rodado", falou Graciane.
Ainda de acordo com Graciane, por causa das complicações durante o parto, duas horas depois do nascimento, o recém nascido foi transferido para o Hospital Infantil de Cachoeiro de Itapemirim. A criança não resistiu e morreu no dia seguinte. No atestado de óbito, mostra que o menino morreu por asfixia perinatal grave e parto distorcido. "A certidão de óbito do meu filho prova que houve um erro, vamos esperar agora. A gente quer justiça e que seja feita", afirmou o pai.
A delegada, Edilma Oliveira, disse que o caso está sendo investigado pela Polícia Civil. "Várias diligências estão sendo realizadas, várias pessoas estão sendo ouvidas, ainda restam muitas coisas a serem feitas. E ao final do inquérito policial é que poderei dizer qual é a conduta individual de cada um", explicou.
Santa Casa de Guaçuí abriu um processo interno para investigar o caso, no Espírito Santo (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Santa Casa de Guaçuí abriu um processo interno para investigar o caso (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)

Bebê morre após parto realizado por faxineira e técnicas no ES

Um bebê morreu após um parto realizado por uma faxineira e quatro técnicas em Enfermagem da Santa Casa de Guaçuí, na região Sul do Espírito Santo. O caso ocorreu no dia 14 de agosto e, segundo a família, um médico negou o atendimento à grávida, que teve o parto realizado sem a presença de profissional. A administração do hospital informou que abriu um processo interno para apurar o caso. A Polícia Civil faz investigações e espera concluir o inquérito em até 30 dias. Se houver crime, a denúncia será encaminhada para o Ministério Público.
De acordo com a mãe, Graciane Furtado, antes do dia do parto os médicos diziam que o bebê que ela esperava estava saudável. "Fiz todos os exames, todas as ultrassom, estava tudo certo com meu neném. Em todos os momentos elas falavam que ele era um bebê grande. Meu filho era para estar comigo hoje. Não está por causa de erro delas. Como eles vão colocar uma faxineira para ajudar em um parto? Nem cheguei a pegar meu filho no colo. Nem senti-lo nos meus braços eu pude, nem amamentar", disse a mãe.
O marido de Graciane, Roque Denes, contou que no dia 14 de agosto procurou a Santa Casa e mesmo com a esposa em trabalho de parto, ela não foi atendida. "Eles disseram que tinha um médico de plantão, que ele ia atender a minha esposa quando fosse a hora certa. Eu tive que descer até a recepção, fiz o preenchimento da papelada quando ela deu entrada no hospital e mais uma vez perguntei sobre o médico e confirmaram que ele estava na Santa Casa, mas a minha esposa não foi atendida pelo médico", contou.
Como o médico não apareceu, quatro técnicas em Enfermagem e uma faxineira realizaram o parto. "Ele não me atendeu. Em momento algum eu vi ele lá. Essas quatro técnicas em enfermagem e a faxineira que fizeram meu parto. Eu fiquei muito indignada por uma faxineira montar em cima de mim. Ela subiu em cima de mim e empurrou o meu neném. Nesse momento ele agarrou e a outra que estava auxiliando falou que o bebê tinha rodado", falou Graciane.
Ainda de acordo com Graciane, por causa das complicações durante o parto, duas horas depois do nascimento, o recém nascido foi transferido para o Hospital Infantil de Cachoeiro de Itapemirim. A criança não resistiu e morreu no dia seguinte. No atestado de óbito, mostra que o menino morreu por asfixia perinatal grave e parto distorcido. "A certidão de óbito do meu filho prova que houve um erro, vamos esperar agora. A gente quer justiça e que seja feita", afirmou o pai.
A delegada, Edilma Oliveira, disse que o caso está sendo investigado pela Polícia Civil. "Várias diligências estão sendo realizadas, várias pessoas estão sendo ouvidas, ainda restam muitas coisas a serem feitas. E ao final do inquérito policial é que poderei dizer qual é a conduta individual de cada um", explicou.
Santa Casa de Guaçuí abriu um processo interno para investigar o caso, no Espírito Santo (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Santa Casa de Guaçuí abriu um processo interno para investigar o caso (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Homem de 59 anos enfarta e morre após não ser atendido no Souza Aguiar Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/homem-de-59-anos-enfarta-morre-apos-nao-ser-atendido-no-souza-aguiar-13717403.html#ixzz3BPuRpWJH

Um paciente com forte dor no peito morreu, no domingo, depois de um funcionário do Hospital Souza Aguiar ter negado atendimento na porta da unidade. Sérgio Tavares, de 59 anos, chegou à emergência acompanhado pela família. Desesperado, o filho do paciente, Leandro Tavares, de 27 anos, entrou para pedir uma cadeira de rodas para o pai, que tinha dificuldades para andar. Antes que o paciente entrasse no hospital, no entanto, ele foi dispensado por um funcionário. Sem fazer exame algum, o profissional disse que Sérgio deveria ir para a Coordenação de Emergência Regional (CER), unidade que funciona ao lado do hospital.
— No hospital, uma pessoa pediu que um rapaz de branco, um funcionário, fosse avaliar meu pai. Ele chegou no carro, olhou e mandou a gente ir pro CER. Se meu pai tivesse recebido o primeiro atendimento lá no Souza Aguiar, talvez estivesse vivo — disse Leandro: — Eu não sei se o rapaz era médico ou enfermeiro. Eu estava atordoado. Só sei que ele só olhou para meu pai. Não fez pergunta, não examinou.
Leandro disse que não demorou mais de cinco minutos no percurso entre o Souza Aguiar e o CER, mas acredita que a perda de tempo pode ter sido fatal para Sérgio.
— Quando ele chegou ao hospital, ainda conseguia falar, ainda tinha reação. Quando chegou no CER, já estava sem força, trincando os dentes, muito pálido, passando muito mal. Ele enfartou. — contou Leandro.
De acordo com o prontuário do CER ao qual o EXTRA teve acesso, Sérgio chegou à unidade às 11h28, já sem pulso e foi encaminhado diretamente para a sala vermelha — local destinado aos casos graves. Ainda segundo o documento, o paciente foi entubado e submetido a manobras de reanimação. Às 12h23, ele morreu.
Esse não foi o primeiro caso de doente não atendido no hospital. Conforme o EXTRA mostrou sábado, o Ministério Público instaurou inquérito para apurar suposta improbidade administrativa do diretor Yvo Perrone, de seguranças e funcionários do Souza Aguiar após o paciente José Ávila Filho não ser atendido no hospital. Ele também foi orientado a ir para o CER.
Médicos indignados
Médicos do CER ficaram indignados ao saber que Sérgio havia procurado o Souza Aguiar e deixado o hospital sem ter recebido socorro.
— Emergência vermelha não poderia ter sido orientada a ir para outro local. Tinha que ser atendido imediatamente — disse um profissional da unidade, que possui atendimento clínico de emergência, mas não da mesma complexidade do Souza Aguiar.
Segundo a nora de Sérgio, Camilla Gomes, no CER, o doente foi atendido antes que sua ficha fosse preenchida.
— Os médicos o levaram direto para a sala vermelha.
Em nota, a secretaria de Saúde informou que o paciente chegou ao Souza Aguiar às 11h22min. As duas unidades envolvidas relatam, segundo o órgão, ter realizado todos os procedimentos padrões para o caso.
MP investiga triagem
O Ministério Público encaminhou, na semana passada, um ofício à secretaria municipal de Saúde cobrando informações sobre a triagem de pacientes na unidade.
No documento relativo à dispensa do paciente José Ávila Filho, a promotora Madalena Ayres, da 2ª promotoria de Tutela Coletiva, informa que o MP apura a “ausência completa do serviço de acolhimento e classificação de risco do hospital, bem como a grave suspeita de que a triagem de atendimento estaria sendo feita pelos seguranças”.
A promotora deu prazo de cinco dias para que o órgão informasse as medidas adotadas pela unidade.


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/homem-de-59-anos-enfarta-morre-apos-nao-ser-atendido-no-souza-aguiar-13717403.html#ixzz3BPuZ22cD

Hospital abre sindicância para apurar caso de achado vivo em saco fúnebre

 diretoria do Hospital Geral Menandro de Farias (HGMF), em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, abriu uma sindicância para apurar o caso envolvendo um homem de 54 anos, cuja família afirma ter sido declarado morto por um médico da unidade e encontrado vivo, duas horas depois, quando já estava dentro do saco fúnebre. O caso ocorreu no domingo (24).
Em nota divulgada nesta segunda-feira (25), a Secretaria de Saúde (Sesab) informou que a diretoria do hospital "irá se reunir com toda a equipe que atendeu o paciente e também com a diretoria da Sesab para esclarecer todo o procedimento".
Caso
De acordo com Patrícia Cintra, sobrinha de Valdelúcio de Oliveira, o tio descobriu há três meses um câncer em estágio avançado e, nesta segunda-feira, daria entrada no Hospital Santo Antônio, vinculado às Obras Sociais Irmã Dulce. "Ele já tinha ficado internado lá uma vez, mas ontem ele sentiu uma falta de ar, e nós o levamos para o Menandro de Farias", diz.
Valdelúcio menandro de farias;bahia (Foto: Acervo Pessoal)Valdelúcio de Oliveira faz sinal de positivo após ser 
dado como morto (Foto: Acervo Pessoal)
"Lá, os médicos informaram que ele teve duas paradas cardíacas e pediram que minha tia, que acompanhava ele, saísse do quarto, para que fizessem a reanimação. Por volta das 23h, os médicos disseram que ele havia falecido", explica.
Patrícia revela que a equipe médica retirou os aparelhos que estavam conectados a Valdelúcio e o colocou dentro do saco fúnebre. "Amarraram os pés e mãos dele, colocaram algodão no nariz e ouvidos e fecharam o saco", completa.
Ela diz que a família tem o atestado de óbito lavrado pelo hospital, comprovando a morte de Valdelúcio. "Nós chegamos a comprar o caixão e demos entrada no enterro", destaca Patrícia. "No atestado de óbito consta que as causas da morte foram falência múltipla dos órgãos e insuficiência respiratória", acrescenta.
Atestado (Foto: Reprodução/TV Bahia)Família diz que Valdelúcio teve morte constatada
em atestado de óbito (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Por volta de 1h da madrugada de domingo, Patrícia conta que um tio foi ao necrotério do hospital, para trocar a roupa de Valdelúcio, quando percebeu um movimento dentro do saco fúnebre. "Ele chamou os médicos, que vieram e levaram ele de volta ao quarto", conta. "Ele ficou duas horas dentro do saco fechado", completa.
Após ter sido retirado do saco fúnebre, o tio voltou para o hospital. Ele está consciente e lúcido no quarto da unidade. "Ele está fazendo palavra cruzada, e só não fala porque está entubado", acrescenta a sobrinha.
A família de Valdelúcio acredita que o caso tenha sido um milgare. "Como ele ia para o Hospital de Irmã Dulce, nós nos juntamos para rezar para ela. Foi um milagre. Tomara que seja um milagre completo", diz Patrícia.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Em 13 anos, Justiça do RS julga mais de 900 processos por erro médico

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul recebeu, de 2000 a 2013, 1280 processos por erro médico. Destes, 935 foram julgados. Os números colocam o estado em terceiro lugar no ranking nacional onde as pessoas mais procuram o judiciário para tratar sobre este tipo de equívico. A partir desta quinta-feira (21), um congresso emCaxias do Sul, na Serra gaúcha, discutirá o tema, como mostra a reportagem do Jornal do Almoço (veja o vídeo).
Entre os processos analisados, um paciente teve sentença favorável para uma indenização de mil salários mínimos. Em contrapartida, mais 57% dos médicos foram absolvidos.
A maioria dos casos na Justiça é relacionada a ginecologia e obstetrícia, com 21,42% do total. Pacientes que se sentiram prejudicados por erros em traumato-ortopedia aparecem em segundo lugar, com 17,20%. Em terceiro, estão as cirurgias plásticas: 10, 82% das reclamações. 
“Na traumato-ortopedia você envolve toda a sorte de politraumatismo de acidentes de trânsito, acidente de trabalho, violência doméstica, violência urbana, violência rural. São pacientes que já chegam politraumatizados em situação emergencial. E, às vezes, naquela pressa e na falta de estrutura do pronto socorro, uma imobilização, um engessamento mal feito, acaba em uma sequela motora ou num dano estético para o paciente”, aponta o advogado Raul Canal, especialista em direito médico. 
Qualquer ato médico causado por imprudência, negligência ou imperícia que resultar em danos ao paciente pode ser considerado erro do profissional. O paciente que se sentir prejudicado pode recorrer aos conselhos regional ou federal de medicina.
Se comprovado o problema, o profissional pode sofrer punições que vão de uma simples advertência até a cassação do diploma. Porém, se a pessoa prejudicada quiser pedir alguma indenização, deve recorrer à justiça.
“Às vezes é saliente um processo que se configura realmente como um erro do profissional médico. Outras vezes há um resultado apenas adverso. Não houve falha médica, não se poderia fazer melhor do que foi feito. E, em outras circunstâncias, as faltas cometidas formam decorrentes de condições de trabalho também adversas e que não podem ser todas ou interpretadas como falta do médico, nem como imperícia, nem como negligência, nem como imprudência”, aponta o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Corrêa Lima.
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Hospital da Unimed, no Rio, tem nova queixa de demora em atendimento

Após a morte de Ana Carolina Cassino, de 23 anos, que morreu neste domingo (17) de uma infecção generalizada, depois de esperar por mais de um dia por uma cirurgia de apendicite, um empresário que teria passado por uma situação parecida no mesmo hospital decidiu falar. Ele afirma que aguardou durante seis horas na unidade para passar pelo mesmo procedimento- entre atendimento, diagnóstico e espera para vaga para cirurgia.
“Eu também, imagino que ela era cheio de sonhos, eu também sou cheio de sonhos, família, E aí ninguem está preocupado com nossos sonhos”, disse Carlos Eduardo, que também teve apendicite e recorreu ao Hospital da Unimed, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
Quando avisaram que ele ainda poderia esperar mais três horas por uma ambulância para levá-lo ao hospital onde seria a cirurgia, desistiu. Procurou outro hospital, onde pagou pela operação, que foi feita imediamente.
“Já estava diagnosticado que eu tinha apendicite e precisava operar e esperar de 10 às 16h depois de duas a três horas por uma ambulância, eu vi que aquilo não ia ter fim naquele dia então ia passar para o próximo dia. A gente sabe que apendice quando sutura, quando inflama a dor qual é e o que pode acontecer e eu tomei a atitude de sair e procurar uma clínica particular e paguei por isso. Após uma hora e meia eu tava operado deitado na cama já de repouso”, disse Carlos Eduardo.
CRM vai abrir sindicância
A família de Ana Carolina Cassino acusa o hospital de demora para a realização de cirurgia e o Conselho Regional de Medicina (CRM) disse que vai abrir uma sindicância para apurar o caso.
Ana Carolina estava planejando o casamento com o noivo Leandro Nascimento Farias. Juntos desde 2007, o casal viveu intensamente o relacionamento. Ana Carolina e Farias se conheceram no Ensino Médio, fizeram faculdades de farmácia juntos, trabalhavam na Maternidade Fernandes Figueira e cursavam a mesma pós-graduação.
“Nós éramos praticamente uma pessoa só. Em todo momento da minha vida ela estava presente. Estou me pegando na gana de justiça para não me derrubar. Nós tínhamos planos de ter filho. A gente sempre foi muito planejado, não éramos daqueles jovens de viajar, gastar. Nós abrimos mão de muita coisa para conseguir a nossa casa própria e realizar nossos sonhos”, contou Leandro.
Parentes de Ana Carolina cobram explicação da direção do Hospital da Unimed. Para a família, a demora de 24 horas para a realização de uma cirurgia de apendicite pode ter provocado o óbito. Leandro Farias contou que o hospital entregou uma cópia do prontuário na manhã desta quarta-feira (20). Em um primeiro momento, a unidade informou que só entregaria o documento mediante um mandado da Justiça.
'Negligência', diz noivo
“Até agora ninguém me procurou, ninguém da alta cúpula. Eu fui atendido por um simples funcionário da ouvidoria. Eu quero provar o óbvio, que o que aconteceu com ela foi por negligência do plano, do hospital e por partes dos funcionários. Isso [apendicite] é uma coisa que todos nós estamos sujeitos a desenvolver, uma cirurgia que não demora mais de 30, 40 minutos. Todo mundo sabe quanto custa um plano da Unimed. A burocracia matou ela, o descaso, a falta de humanização dos profissionais da saúde”, afirmou noivo da jovem.
Casal estava junto há 7 anos e iria casar (Foto: Leandro Nascimento Farias / Arquivo pessoal)Casal estava junto há 7 anos e iria casar (Foto:
Leandro Nascimento Farias / Arquivo pessoal)
Jovem tinha consciência da infecção
Leandro contou que Ana Carolina sempre se preocupou muito com as pessoas que estavam à sua volta. Já no Centro de Tratamento Intensivo, ele contou que a farmacêutica fez um pedido para o médico:
“Ela tinha consciência do que estava acontecendo. Então ela disse para o médico: doutor, não conta pra minha mãe que eu estou com infecção generalizada, porque minha mãe tem medo dessa palavra”, contou o noivo, que disse ao G1 que o pai de Ana Carolina morreu há quatro anos por infecção generalizada e ela não queria deixar a mãe mais preocupada.
“O que aconteceu com ela é inaceitável, uma jovem feliz, com muita saúde e muitos planos. Ela era uma excelente profissional. Até o último minuto da vida dela ela se preocupava com as pessoas”, lamentou Leandro.
Em nota, a diretoria médica do Hospital Unimed-Rio informou que todo o processo de atendimento à paciente Ana Carolina Domingos Cassino foi avaliado por suas comissões de Óbitos e de Prontuário Médico. Segundo a diretoria da unidade, as conclusões serão analisadas pela Comissão de Ética do Hospital Unimed-Rio e será encaminhado ao representante legal de Ana Carolina Domingos Cassino. O Hospital Unimed-Rio reforçou o pesar já manifestado pelo ocorrido, se solidarizou com a família e reafirmou seu compromisso com o mais breve esclarecimento do caso.
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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Cremesp apura suposto erro médico em morte de bebê por meningite

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) investiga se houve erro médico na morte de uma criança de 1 ano diagnosticada com meningite viral em Franca (SP). Miguel Schentl de Oliveira morreu segunda-feira (18) depois de ficar internado por uma semana na Santa Casa e de ter passado por diferentes atendimentos no pronto-socorro infantil da cidade e em um posto de saúde do Jardim Aeroporto sem que o problema fosse constatado. A Prefeitura informou que somente vai se pronunciar após ter acesso aos relatórios de atendimento.
A técnica em enfermagem Neide Aparecida Schentl afirma que seu neto começou a apresentar febre no começo de julho e que desde então vinha passando por diferentes atendimentos. Em todos eles, segundo ela, os médicos deram pareceres diferentes e superficiais sobre o estado de saúde do menino.
“A criança chegou a passar pelo pronto-socorro várias vezes, umas três vezes por semana pelo menos. Em uma época era febre. Eles davam amoxicilina, mas quatro, cinco dias depois ele [o bebê] voltava a ter febre e então falavam que era problema de garganta. Outro que era ouvido, outro estomatite. Um médico até desconfiava do outro”, diz a avó.
Segundo ela, somente em um domingo (10), Dia dos Pais, constatou-se que a criança estava com meningite. No mesmo dia, Miguel foi internado na Pediatria às 19h50, segundo informações da Santa Casa, e foi transferido para o CIT Infantil no dia 11. Porém, sete dias depois, a criança não resistiu e morreu às 14h35 desta segunda-feira. As causas da morte, segundo o hospital, foram edema cerebral e encefalite aguda disseminada em função de meningoencefalite, ou seja, meningite.
Miguel, de 1 ano, morreu por meningite em Franca, Sp (Foto: Alexandre Sá/EPTV)Miguel, de 1 ano, morreu por meningite em Franca
(Foto: Alexandre Sá/EPTV)
“Até então diziam que era [meningite] bacteriana, depois foi confirmada que era viral. Só que a meningite causou o edema na cabeça dele, porque, com o passar do tempo, os remédios mascararam a doença. Demoraram a descobrir a doença, deveriam ter feito um exame mais preciso na criança”, lamentou a técnica em enfermagem.
De acordo com o delegado do Cremesp Ulisses Menicucci, a entidade abrirá uma sindicância para apurar se houve falha médica na hora de constatar a meningite, ainda que esta segundo ele, seja de difícil diagnóstico.  “Enviamos um ofício aos locais onde a criança foi atendida, solicitamos os prontuários e através desses prontuários convocamos os médicos envolvidos para que façam as manifestações. Depois das manifestações dos médicos fazemos uma conclusão”, afirma.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Prefeitura de Franca comunicou que apenas comentará o caso após analisar todos os prontuários de atendimento ao menino Miguel.
Neide Aparecida alega que seu neto passou por vários atendimentos sem diagnóstico antes de morrer (Foto: Alexandre Sá/EPTV)Neide diz que neto passou por atendimentos sem diagnóstico antes de morrer (Foto: Alexandre Sá/EPTV)

No Inca, doente morre aguardando cirurgia

RIO — Além do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), outro federal de referência, o Instituto Nacional do Câncer passa por momentos de agonia. Há uma semana, o representante comercial Maricélio Alfradique, de 59 anos, esteve na unidade da Praça da Cruz Vermelha, no Centro, para remarcar uma cirurgia. Acompanhado pela filha, ele chegou à sala de espera em cadeira de rodas, sentindo muitas dores no abdômen, em consequência de um tumor no estômago. Em abril, a previsão era que ele fosse operado este mês. Durante a espera, Alfradique foi ao Inca três vezes para tentar antecipar o procedimento. De nada adiantou. No fim de julho, sua saúde piorou. Debilitado e com a imunidade baixa, por ter passado por quatro sessões de quimioterapia, ele contraiu pneumonia e a cirurgia não pôde ser marcada. Alfradique morreu na madrugada da última quarta-feira, após esperar por mais de cem dias pela cirurgia no Inca.
— A espera de mais de três meses pela cirurgia matou meu pai. A culpa não é dos médicos do Inca, mas do tempo de espera — afirma Carolina Alfradique, de 27 anos.
O caso de Alfradique (que repórteres do GLOBO acompanharam na semana passada) ilustra a atual situação do Inca, que enfrenta uma crise devido à falta de funcionários das áreas médica e administrativa. Segundo fonte ligada a um órgão de saúde federal do Rio, há cerca de 500 vagas aguardando preenchimento nas três unidades do Inca (Praça da Cruz Vermelha, Santo Cristo e Vila Isabel). O déficit tem impacto direto no atendimento. Na unidade do Centro, das dez salas de cirurgias, duas estão fechadas por falta de médicos. Em 2013, lá foram realizados cerca de 5 mil procedimentos. Caso pudesse contar com mais profissionais, o número chegaria a 6 mil. Outro problema é a falta de servidores nas salas de leitos pós-cirúrgicos. Com a escassez de funcionários, cinco vagas estão desativadas.
— O Inca faz o máximo. Os médicos cumprem 40 horas por semana e ganham salário muito abaixo da média. A taxa de ocupação está acima dos 80%, número alto para instituição pública. A crise é grave e compromete o hospital — diz a fonte.
TCU DETERMINOU FIM DA TERCEIRIZAÇÃO
Para tentar sanar a antiga falta de funcionários, em 1991 foi criada a Fundação Ary Fauzino para Pesquisas e Controle do Câncer (FAF), para agilizar a contratação, sem a necessidade de concurso público. Mas, em 2006, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o sistema fosse extinto. Na época, houve acordos que estenderam o prazo até março de 2015.
Em 2010, havia cerca de 1.900 trabalhadores terceirizados no Inca, indicados pela FAF. Para se adequar às normas do TCU, a instituição realizou um concurso e convocou 1.433 funcionários, que substituíram parte dos terceirizados. Atualmente, ainda há 583 profissionais não concursados, que cederão suas vagas aos aprovados em concurso previsto para este ano. Segundo um funcionário da instituição, que pediu para não ser identificado, a situação pode ficar pior ainda:
— Como a partir de março de 2015 o Inca não poderá contar com a FAF, o processo seletivo deste ano vai apenas substituir quem já está trabalhando. Ninguém tem a resposta de como ficarão as 500 vagas que estão abertas. No fim do ano serão cerca de 600. Com a morosidade do governo federal em abrir concursos para o Inca, a situação vai piorar. O instituto pode fechar as portas se algo não for feito.
DIRETOR-GERAL ESTÁ SENDO PROCESSO
Para o Presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze, a evasão de médicos é devida às condições de trabalho pouco atrativas:
— É difícil segurar um profissional no Inca, mesmo concursado. O salário para uma jornada de 40 horas mensais é muito baixo, se comparado ao de uma unidade particular. Muitos médicos concursados pedem demissão em menos de dois anos, porque não aguentam. Há outro fator: hoje, o Inca tem médicos que entraram pela FAF que recebem salário maior do que os concursados.
No mês passado, o Ministério Público Federal moveu ação de improbidade administrativa contra o diretor-geral do Inca, Luiz Antônio Santini Rodrigues da Silva, por contratação irregular de terceirizados. O MPF alega que, mesmo proibido, o Inca contratou 64 funcionários sem concurso. Também está sendo processada a coordenadora de Recursos Humanos, Cassilda dos Santos Soares.
— A direção tem permissão para manter terceirizados até o ano que vem, mas não pode contratar ninguém sob o mesmo regime. A ausência de concurso permite que um candidato assuma uma vaga sem méritos. Isso não é permitido — alega o defensor público Sergio Suiama, autor da ação do MPF.
De acordo com o defensor público federal, Daniel Macedo, outro problema grave é que o Inca não está cumprindo o prazo máximo de 60 dias para atender pacientes que precisam passar por sessões de radioterapia:
— Acima de 60 dias é um prazo muito longo para quem precisa do tratamento imediato. A situação no Inca está ruim, mas, nas outras unidades de saúde do Rio que oferecem radioterapia, é pior ainda. Ou o doente espera na fila do Inca ou a chance de morrer aumenta.
Procurado, o diretor-geral do Inca não quis dar entrevista, mas a assessoria afirmou que todos os setores funcionam normalmente. O Ministério da Saúde também não respondeu como pretende suprir as 500 vagas em aberto. A Associação de Funcionários do Instituto Nacional do Câncer também não retornou as ligações.
Enquanto isso, quem depende do atendimento do Inca tenta manter a esperança de cura. Tatiana Silva aguarda a marcação da cirurgia da irmã para retirar um tumor no estômago:
— A informação é que a fila está grande. Precisamos aguardar porque quando somos atendidos, os médicos são muito competentes e conseguem curar os doentes. Segundo o Inca, minha irmã será operada em até dois meses.


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