terça-feira, 3 de maio de 2011

Médicos do Fundão denunciam falta de vagas em UTI pediátrica

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02/05/2011 20h43 - Atualizado em 02/05/2011 20h43
Médicos do Fundão denunciam falta de vagas em UTI pediátrica
Há duas semanas, crianças são atendidas em enfermaria improvisada.
Secretaria informou que processo para aumentar vagas está em andamento.
Do RJTV

Médicos do Hospital Pediátrico do Fundão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), revelaram nesta segunda-feira (2) que, sem vagas suficientes, crianças que estão em estado grave são atendidas numa enfermaria improvisada. Há duas semanas, a direção desativou parte de uma enfermaria, que está sendo usada para quem precisa de cuidados intensivos.

No domingo (1º), uma menina de 8 anos que estava internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital morreu vítima de dengue. No local, com capacidade para seis leitos, há mais um que também está sendo usado, já que a procura é grande e urgente.

Na enfermaria improvisada, há um respirador emprestado pelo Hospital Municipal Carmela Dutra. Um outro foi retirado de uma das ambulância do próprio hospital. Um dos aparelhos é sustentado por uma atadura. Problemas que são reflexo da falta de leitos de UTIs para crianças na rede pública.

Enquanto não há solução para a carência de vagas, os médicos do hospital do Fundão convivem a cada dia com uma dura escolha: "Realmente do jeito que está, está complicado. Porque a gente tem que frequentemente estar escolhendo entre duas, três ou mais crianças qual terá direito a ingressar na UTI para ter atendimento mais qualificado", disse Edimilson Migowisk, diretor do Hospital Pediátrico da UFRJ.

superlotação em hospital público na Zona Oeste do Rio

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Um vídeo gravado dentro do Hospital Estadual Rocha Faria, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, mostra o caos na rede pública de saúde. O repórter Tiago Eltz, da TV Globo, conseguiu entrar na emergência nesta segunda-feira (2) e com uma câmera de celular registrou a superlotação.

As unidades de saúde da Zona Oeste sofrem com esse problema há mais de seis meses, desde o fechamento do Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz. Até agora, a reforma prometida para a reativação da unidade não começou.

Do lado de fora do Rocha Faria, uma grávida de seis meses desmaiou. Ela teve que aguardar atendimento dentro de um táxi, na entrada do hospital. Segundo parentes, ela não foi atendida porque não havia uma maca para transportá-la. Depois de alguns minutos, duas enfermeiras tentaram retirar a mulher, mas não conseguiram. A grávida foi levada no colo por um homem.

A imagem de dentro da emergência é desoladora. Ela mostra o corredor inteiro tomado por macas. São mais de 30 pacientes sendo atendidos no local. “Superlotado, idosos pelos corredores, muito lotado”, disse Lilian de Souza, esposa de um paciente.

O corredor está sendo usado porque todas as enfermarias e salas de emergência estão superlotadas. O vídeo mostra, ainda, pessoas sendo medicadas e tomando soro em cadeiras. Faltavam médicos para tanta gente. "Não tem cardiologistas, não sabem, tiraram a cardiologista daqui", reclamou uma mulher.

Ambulâncias não conseguem sair
As imagens registraram outro problema causado pela superlotação: as ambulâncias que traziam os pacientes não conseguiram sair do hospital. Como não havia leitos, os doentes tiveram que ficar nas macas em que chegaram, e, sem macas, as ambulâncias não puderam voltar para as ruas. Durante a tarde, até oito carros ficaram parados.

Hospital Municipal Raphael de Paula Souza, em Jacarepaguá, é sinônimo de abandono - Saúde e Ciência - Extra Online

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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Polícia aguarda laudo do IML

A Polícia Civil aguarda o laudo necroscópico do IML (Instituto Médico Legal) para avaliar a possibilidade de instauração de inquérito sobre o bebê que teve a cabeça decepada durante o parto. O incidente ocorreu na última quinta-feira (21) Hospital Tide Setúbal, em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo.




De acordo com o delegado Saulo Maurício Peixoto, do 22º Distrito Policial (São Miguel Paulista), o documento servirá para comparar as informações dadas pelo médico logo após a morte da recém-nascida.




- Eu ouvi o médico no local. Agora estou aguardando o laudo do IML para fazer o confronto com a versão dos fatos, relatadas pelo médico. Se o laudo apontar outra causa de morte, iremos instaurar inquérito.




Segundo o delegado, a versão do médico parecer ser razoável. O laudo ficará pronto em até 30 dias.




Parto




A equipe médica informou que a mãe, por ter obesidade mórbida, teria de passar por um parto normal, em vez de cesariana. Os médicos que participaram do parto informaram que o procedimento era de alto risco.







Confira também

Polícia investiga morte de recém-nascido

...Durante o trabalho de parto, a cabeça do bebê ficou entalada, provocando a sua morte ainda dentro do corpo da mãe.




Ainda segundo informações dos médicos, o recém-nascido, do sexo feminino, teve a cabeça decepada para interromper o sangramento na mãe – o procedimento é previsto na literatura médica.




Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo disse que “lamenta a morte do bebê” e que a opção de realizar o parto normal foi feita devido à gravidez da mulher, que era considerada de “altíssimo risco”

Investigação de hipótese de erro médico em Atibaia

GEISER ♥


Investigação de hipótese de erro médico em Atibaia

Bebê tem braço quebrado durante o parto e morre dois dias depois



Prefeitura de Atibaia, no interior de SP, investiga hipótese de erro médico.

Criança nasceu de parto normal e pesando 3,5 kg; mãe tem 14 anos.



O nascimento e a morte de um bebê na Santa Casa de Atibaia, a 64 km de São Paulo, são investigados pela prefeitura da cidade por suspeita de erro médico. No último sábado (2), a mãe, uma garota de 14 anos, deu à luz de parto normal um bebê de 3,5 kg. Nesta segunda-feira (4), a criança morreu.



A família da adolescente diz que houve erro porque o médico deveria ter feito parto cesáreo. "Eu cheguei e estava sentindo muita dor, só que o neném estava bem. Eu pedi para fazer parto cesárea e ele disse que não, não tinha passagem para o nenê", conta a adolescente, que é de Minas Gerais e no oitavo mês de gestação foi morar com parentes em Atibaia.



Segundo a família, o bebê tinha fraturas pelo corpo. "Após o parto, o bebê foi para o berçário e ficou com um hematoma muito grande na cabeça e o bracinho quebrado. O médico forçou o braço dele para poder realizar o parto", relata Maria Rodrigues, a tia da adolescente.



Maria disse que chegou a solicitar a transferência da criança para UTI, mas o bebê ficou dois dias na incubadora e morreu. Segundo a Santa Casa, a causa foi parada respiratória.



A Prefeitura de Atibaia informou que ainda está levantando informações sobre a morte da criança com a Santa Casa, mas que já sabe que, pela idade da jovem e pelo tamanho do bebê, o parto é considerado de risco e deveria ter sido encaminhado para Campinas, a 93 km de São Paulo.



A transferência não aconteceu porque a rede municipal de saúde não sabia da situação, já que a jovem não fez o exame pré-natal na cidade e não há registro algum de atendimento dela antes do parto

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Faltam pediatras em hospitais e postos públicos do país

A explicação para faltar mais pediatras do que outros médicos começa nas faculdades: os alunos de medicina estão desistindo da pediatria.



Toda mãe, todo pai, até uma criança sabe o valor do pediatra. E todo mundo é capaz de imaginar o drama de não ter este médico quando mais se precisa.

A busca desesperada por um médico especialista em crianças, o pediatra, virou situação comum em todo o país. Porque, no Brasil, hoje, faltam pediatras. Em 1996, 13,6% dos médicos eram pediatras. Hoje, 9,8%.

A explicação para faltar mais pediatras do que outros médicos começa nas faculdades: os alunos de medicina estão desistindo da pediatria.

“Até uns dez anos atrás, um quarto dos cem alunos de cada turma da santa casa tinham essa preferência, pediatria. No correr do último decênio, nós notamos que houve uma queda no interesse, conta o pediatra Júlio Toporovski.

Ele atende em consultório e também na Santa Casa de São Paulo, onde, há 40 anos, é professor na residência em pediatria. A residência é um curso prático, feito depois dos seis anos obrigatórios de medicina. Referência na área, Doutor Julio sabe que o problema de falta de pediatras é nacional.

“Na minha turma só eu fiz pediatria, de 50 alunos”, diz a residente de pediatria Karina de Oliveira.

Com a diminuição da procura da pediatria, nós fomos perdendo bolsas. Então hoje nós temos 10 vagas, mas só seis bolsas, explica José Eduardo Bueno, coordenador de pediatria da PUC/Sorocaba.

O número de inscritos para a prova nacional que dá o título de pediatra depois de feita a residência caiu 42% nos últimos 12 anos.

“Se nós não fizermos nada hoje, nós não teremos pediatras no futuro”, alerta Gloria Barreto Lopes, presidente da Sociedade Sergipana de Pediatria.


No estado de Sergipe, existem dois hospitais que oferecem residência em pediatria, mas neste ano nenhuma vaga foi ocupada. Em um deles, por falta de residentes, o atendimento às crianças já está sendo prejudicado.

Em Divinópolis, Minas Gerais, o maior hospital da cidade fechou o pronto-atendimento infantil há cinco meses.

“Nós necessitamos de sete profissionais para cumprir uma escala semanal. No mês de outubro estávamos contando apenas com três profissionais. Não foi possível mantê-lo aberto”, conta Alair Rodrigues, diretor do Hospital São João de Deus, Divinópolis/MG.

No Hospital Juscelino Kubitschek, em Nilópolis, bem perto do Rio de Janeiro, a placa já avisa as mães: não há pediatra após as 18h. Por "problemas técnicos". O diretor-administrativo João Faria Moreira explica que problemas são esses.

“A médica de quinta-feira pediu exoneração. Na Baixada Fluminense, infelizmente, é muito difícil você achar pediatra. É muito grande a procura. Se eu pegar as fichas ali você vai ver que hoje a gente atendeu 300 crianças. E nós temos três pediatras de dia e três pediatras de noite”.

De onde se conclui que, no turno do dia, até as 18h, cada pediatra do hospital atendeu 100 crianças. Ou uma criança a cada sete minutos.

As equipes do Fantástico percorreram o Brasil de norte a sul. De Pernambuco ao Rio Grande do Sul. E a situação é sempre a mesma. Faltam médicos para atender as crianças. Mas por quê? Por que tantos pediatras estão pedindo demissão? E por que os estudantes de medicina não querem mais saber dessa especialidade?

“Meu pai é cirurgião-geral. Por ele, eu não faria pediatria. Então eu não sofri influência de ninguém, porque ele falava: ‘Filha, você vai morrer de fome’”, relata a residente Marcela Romangneli.

Contra a carreira de pediatra, conta também o fantasma dos telefonemas a qualquer hora do dia ou da noite.

“Eu procuro ligar sempre, antes de dar qualquer coisa. Eu acho que eles preferem que ligue”, acredita a mãe Andrea Sirolin.

A repórter pergunta se o Dr. Toporovski concorda: “Eu prefiro que não liguem, mas faz parte da profissão. É uma consulta, 200 telefonemas”, brinca o médico.

E as ligações fora de hora são apenas uma das razões. “O pediatra trabalha muito, recebe telefonema em casa, tem que estar à disposição da família. E ganha pouco”, Ricardo Gurgel, vice-presidente da Sociedade Sergipana de Pediatria.

O médico Eduardo da Costa e Silva, de 37 anos, desistiu rapidamente da pediatria. Encarou mais dois anos de nova residência e virou radiologista - faz laudos de exames de imagem e quase não tem lida com pacientes.

“Agora, para ganhar o mesmo, eu trabalho menos. Eu não trabalho dando plantão. Tenho horário mais ou menos fixo, de segunda a sexta, sei mais ou menos a hora que vou sair para casa, sei a hora que vou entrar no trabalho. Não é o dia-a-dia do pediatra comum”.

“O aluno quer uma coisa cada vez mais especializada. Ele gosta da tecnologia. Ele quer que trabalhe com as especialidades que tenham procedimentos, porque isso leva a uma melhor remuneração”, conta Jucille Meneses, presidente de Pediatria de Pernambuco.

Procedimentos são exames, cirurgias, ações pagas à parte. Na pediatria, tudo isso é raro. O dia-a-dia é feito só de consultas. E consultas demoradas.

“A criança não te diz o que sente, muitas vezes. É um trabalho de detetive. Você olha para ela entrando, olhando, vendo e tal, a mãe te dá uma noção. Você precisa ter paciência e ir juntando as pecinhas pra conseguir chegar a um diagnóstico”, afirma a pediatra Daniele Castro.

“Não vale a pena fazer consultório ganhando o que esses planos e seguradoras de saúde pagam”, reconhece Jucille.

“Muitos pediatras fecharam o consultório, foram dar plantão na emergência”, lamenta Eduardo da Silva Vaz, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Mas essa fuga para as emergências, que pagam melhor, não garante um número suficiente de pediatras nos pronto-socorros.

O Ministério da Saúde fez uma pesquisa em 2008 com diretores de hospitais públicos para saber para qual especialidade é mais difícil encontrar profissionais. Deu pediatria em primeiro lugar.

“A gente tem mais dificuldade de conseguir contratar o profissional pediatra do que outras especialidades da área médica”, confirma Hans Dohmann, secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

Um hospital-geral como o de Itambé, no interior de Pernambuco, deveria ter sempre um pediatra de plantão. Não tem.

“Seria o ideal ter todos os dias. Mas, todos os dias, temos dois médicos no plantão. às vezes um é pediatra e o outro não. Às vezes nenhum dos dois é pediatra”, comenta Sime Macedo Cavalcanti, coordenadora de saúde de Itambé/PE.

No posto de saúde ao lado, onde também é obrigatória a presença de um pediatra, só há especialistas na segunda-feira.

“A gente olha a porta e vê em torno de 50, 60 crianças, 60 mães esperando. A gente tem que atender em cinco, 10 minutos, no máximo. É triste, porque a gente gostaria de fazer um atendimento mais adequado. Só se realmente a pessoa gostar muito, tiver o sonho de ser pediatra, ela vai insistir e fazer, porque a realidade é difícil”, reconhece a pediatra Andréia Maria Galvão.

Nos postos de saúde da família, o correto seria ter pelo menos um médico. Um deles em Goiânia, não tem.

Repórter: Quando chega criança pequena aqui com problema, o que é feito?
Atendente: É o enfermeiro-chefe quem atende. E quando é um caso de urgência, hospital.

De acordo com uma pesquisa encomendada pela Sociedade de Pediatria, 30% dos atendimentos de rotina a crianças e 43% dos de emergência são feitos por não-pediatras.

“As crianças da rede pública estão sendo privadas de um direito que elas têm de ser atendidas por um profissional capacitado”, adverte Eduardo da Silva Vaz.

“Está havendo uma carência de pediatras, é notória essa carência. Então, de acordo com a lei da oferta e da procura, o salário, a remuneração, dos pediatras começou a ser mais importante”, constata Dr. Julio.

O prognóstico dele começa a se realizar. Muitos pediatras já enxergam uma mudança positiva: a abertura de mais vagas em plantões. E um salário melhor.

“Eu recebi algumas propostas de emprego nesse tempo mais ou menos umas três e aceitei uma”, relata Luciana Pinheiro.

Quem se dedica à pediatria espera que essa recente valorização anime os jovens médicos a cuidar das crianças brasileiras.

“Quando o paciente entra, por exemplo, na sua sala. Ele entra chorando, sem querer ser atendido. E você começa a conversar e daqui a pouco aquela mesma criança já está rindo pra você e volta dali a duas semanas melhor do problema que ela tinha no início. Isso é muito gratificante”, conta um pediatra.

A pernambucana Danielle está em um plantão de 24 horas. Exausta, mas feliz. “A resposta é muito boa. Eu estou aqui atendendo, aí eu mando o menino, eu mando nebulizar. Quando ele volta, ele já volta melhor, já volta correndo, querendo brincar, querendo pegar meu estetoscópio. Eu adoro, eu não faria outra coisa na minha vida”, conta.

“O pediatra é um indivíduo, um médico que faz parte do exército das crianças. Pediatra, na prática e na teoria, deve ser um soldado deste exército de maneira incondicional”, resume o Dr. Julio Toporovski.

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