terça-feira, 4 de setembro de 2012

Estado recebe 160 liminares ao mês com pedido de transferência de pacientes

A busca por uma chance de sobrevivência gera uma média de 228 liminares por mês. Setenta porcento dessas decisões de urgência têm endereço certo, a Central Estadual de Regulação, responsável pela fila de pacientes que precisam ser transferidos para uma UTI. De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, o setor recebe em média 160 mandados ao mês. No entanto, de acordo com a própria secretaria, de janeiro a julho deste ano, apenas 254 foram cumpridos, uma média de 36 ao mês, 22,5% de todas as decisões. A liminar obtida na madrugada do dia 28 de julho pela família de Oscar Clementino da Silva entrou nesse percentual. Mas tarde demais. Aos 78 anos, o aposentado sofreu seu segundo enfarte, na madrugada do dia 26 de julho, e foi socorrido na UPA da Vila Kennedy. Sedado e entubado, precisava de uma vaga numa Unidade Coronariana. Às 2h30m do dia 28 de julho, a liminar foi concedida. Passaram-se 24 horas, e ela não foi cumprida. A filha do aposentado retornou ao Plantão Judiciário às 6h30m do dia 29, e obteve a segunda liminar, que dava ao Estado prazo de uma hora para a transferência do paciente. — Mas isso só aconteceu no domingo, às 17h30m. Mas 50 minutos depois, no Hospital de Acari, ele morreu. Nos avisaram na segunda, às 7h30m — diz Valéria. Demora Para o aposentado Dario Pacheco, de 73 anos, a demora na transferência também foi um fator que se somou à gravidade do seu estado de saúde. Internado no dia 2 na UPA da Penha após cinco paradas cardiorrespiratórias, ele aguardava, na sala vermelha, a Central de Regulação localizar um leito de UTI. Segundo o laudo dado pelo médico, a causa era uma infecção generalizada, "com provável origem urinária". — Saí do Plantão Judiciário à 1h do domingo, dia 5 de agosto, com a liminar, que dava prazo de 24h para a transferência. Na segunda, por volta das 19h, ele foi levado à UTI do Hospital Alberto Torres, em São Gonçalo. Mas não resistiu e morreu dois dias depois — disse a nora de Dario, Rosângela Pacheco, de 52 anos. Fonte :Jornal extra

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