segunda-feira, 8 de junho de 2015

Polícia e Cremesp apuram suspeita de erro médico em morte de bebê

A Polícia Civil e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) investigam as circunstâncias do parto com um bebê morto na Santa Casa de Franca (SP). A mãe acusa o hospital de ter demorado em diagnosticar descolamento de placenta, mesmo depois de apresentar sangramento em diferentes atendimentos.
Em nota, o hospital informou que chegou a atender a paciente com o sangramento, mas que seus exames estavam normais até antes da cirurgia e que o descolamento foi imprevisível.
A coladora de peças Bruna Iara da Silva, de 19 anos, relata que procurou a Santa Casa pela primeira vez em 21 de maio. Assim ela diz ter feito nos dias 27, 28 e 29 de maio - na última vez ficou internada -, contando que teve como resposta que estava tudo bem com seu bebê.
Mas, ainda no dia 29, depois de ser submetida a exames que mais uma vez não apontaram problemas, ela afirma que foi levada às pressas para a sala de parto da unidade hospitalar para a realização de uma cesariana às pressas.
Mãe reclama de atendimento em Santa Casa de Franca após perder o bebê (Foto: Márcio Meireles/ EPTV)Mãe reclama de atendimento em Santa Casa de Franca após perder o bebê (Foto: Márcio Meireles/ EPTV)
Naquele momento, a mãe diz que sentiu que filha estava morta, principalmente por não notar movimentos dela em sua barriga e pela alegação dos médicos de que havia ocorrido um descolamento de placenta - esta foi apontada mais tarde como causa da morte na certidão de óbito.
"Saíram todos para levá-la para o berçário, depois o médico veio, enfermeira, pedindo desculpa, que infelizmente tentaram de todas as formas reanimar meu bebê, mas que ela não sobreviveu", lamenta Bruna.
Investigações
O caso foi registrado no 1º Distrito Policial de Franca, que instaurou inquérito nesta terça-feira (2) para apurar como foi realizado o atendimento e se houve erro médico. O delegado Luís Carlos da Silva afirma que ouvirá familiares da paciente e profissionais envolvidos no atendimento, além de pedir um exame de corpo de delito na mãe da criança.
"Se houve erro médico e foi determinante para a morte da criança, ele [médico] responderá por homicídio culposo, por imprudência, imprudência ou por imperícia", afirma.
A morte no parto também gerou uma sindicância no Cremesp. O delegado regional do conselho em Franca, Ulisses Martins Minicucci, diz que em primeiro lugar vai solicitar o prontuário e ouvir os médicos que atenderam a paciente na Santa Casa. "Por enquanto temos duas versões, a família e da Santa Casa. Agora vamos ouvir a versão dos médicos", afirma.
Para o pespontador Franklin Edson Souza e Silva, pai do bebê que morreu antes de nascer, a Santa Casa deve ser responsabilizada na Justiça. "Foi muito médico que atendeu. Não tem como afirmar de qual médico foi o erro. Creio que a Santa Casa é responsável por todos que estão ali", afirma.
Bruna Iara da Silva diz ter procurado a Santa Casa de Franca com sangramento (Foto: Márcio Meireles/ EPTV)Bruna Iara da Silva diz ter procurado a Santa Casa com sangramento (Foto: Márcio Meireles/ EPTV)
Santa Casa
A Santa informou, em nota, que Bruna procurou atendimento com queixa de sangramento e que permaneceu internada por 24 horas para acompanhamento do feto. Nesse período, segundo o hospital, foram realizados exames de cardiotocografia e ultrassonografia, "os quais apresentaram resultados normais."
Também informou que, com o fim do sangramento, a jovem foi liberada com orientações de retornar em caso de nova intercorrência e que, na madrugada do dia 29, ela voltou por causa de um novo sangramento, "recebendo todos os cuidados médicos e de enfermagem."
"Até as 6h45 o quadro da paciente mantinha-se estável; em virtude de um repentino sangramento, a mesma foi encaminhada para o Centro Obstétrico, sendo iniciada uma cesárea de urgência, porém, devido a um imprevisível descolamento de placenta, o bebê não resistiu", comunicou.
Fonte G1
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segunda-feira, 16 de março de 2015

Casal queimado que peregrinou 24h por atendimento começa fisioterapia

Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera
Duas semanas depois de ter os corpos queimados após uma explosão provocada por vazamento de gás, na casa em que mora, em Aragarças, no oeste goiano, o casal Roberto Nominato e Elusiane Nominato começaram a fisioterapia nesta sexta-feira (13). Eles estão internados no Hospital Geral de Goiânia (HGG), mas até conseguir se tratarem, eles enfrentaram uma peregrinação, percorrendo mais de mil km em 24 horas.
Roberto teve 50% do corpo queimado. Como teve queimaduras mais superficiais, se recupera mais rápido e deve deixar o hospital na próxima semana. Ele se emociona ao falar do que passou. "Chegou um momento da viagem em que me perguntaram o que eu gostaria. Eu tinha até desistido, passei mal demais", afirma, com a voz embargada.
Já Elusiane, apesar de uma área menor atingida - 36% - teve lesões profundas e deve passar por um transplante de pele do próprio corpo. Porém, ela não perde a confiança. "Já está bem melhor. Rapidinho nós vamos chegar lá", anseia.
O drama dos dois começou no último dia 26 de fevereiro. Após o acidente, eles foram encaminhados para a capital em duas ambulâncias, mas tiveram que retornar a cidade de origem por não conseguirem atendimento na rede pública. O problema ocorreu devido a um erro na ficha de encaminhamento, a qual tratava de um paciente com fratura.
Nas viagens de ida e volta para Aragarças, o casal teve que percorrer cerca de 800 km. Quando chegaram, eles tiveram que rodar mais 185 km até Iporá, na região central de Goiás, onde foram transferidos de helicóptero para Goiânia, desta vez para serem internados. 
Casal queimado que peregrinou 24h por atendimento começa fisioterapia em goIânia, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Roberto faz fisioterapia após sofrer queimaduras: luta por atendimento (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Tratamento
A fisioterapia é realizada para evitar que as queimaduras não comprometam as articulações. Eles deixaram a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) há uma semana e estão juntos em um quarto de enfermaria.
Segundo o médico Sérgio Augusto da Conceição, chefe de cirurgia plástica do HGG, ambos respondem bem ao tratamento. "Posso dizer que nesse momento eles estão estáveis clinicamente e em uma fase de tratamento da parte cutânea", explica.
Passado o pior, o casal não vê a hora de voltar à rotina. "É só alegria. Semana que vem eu estou em casa, graças a Deus", salienta Roberto.
Casal queimado Aragarças GOiânia, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Juntos, os dois passaram mais de 24 horas até serem internados (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
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