segunda-feira, 2 de março de 2015

Garota com hanseníase morre por medicação errada em hospital, diz pai

26/02/2015 06h44 - Atualizado em 26/02/2015 11h13

Garota com hanseníase morre por medicação errada em hospital, diz pai

Pedreiro afirma que filha, de 12 anos, tomou remédio que não poderia.
Unidade nega que tenha ocorrido negligência; Polícia Civil investiga o caso.

Sílvio TúlioDo G1 GO
Larissa Nascimento Batista morreu em hospital de Cristalina, Goiás 2 (Foto: Arquivo pessoal)Larissa morreu após dar entrada em hospital de
Cristalina (Foto: Arquivo pessoal)
O pedreiro Marcos Batista Carvalho, de 38 anos, registrou uma ocorrência para apurar a morte da filha, Larissa Nascimento Batista, de 12 anos, no Hospital Municipal de Cristalina, no Entorno do Distrito Federal, onde a família mora. Segundo ele, o óbito ocorreu depois que a menina, portadora de hanseníase, recebeu uma medicação que não poderia tomar. A direção da unidade de saúde nega que tenha ocorrido qualquer tipo de erro ou negligência.
O pai diz que há sete meses Larissa fazia tratamento para hanseníase no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em Brasília. Na última sexta-feira (20), quando estava em casa, a garota sentiu fortes dores na barriga e foi levada para o hospital municipal.
"Eu levei ela e expliquei para a médica que minha filha fazia tratamento e que não podia tomar alguns remédios. Quando ela disse qual medicamento iria ministrar eu perguntei se não fazia mal e a médica respondeu que não. Minutos depois de ela receber a medicação, ela morreu. Não posso falar que foi erro, mas acredito em negligência, que ela tomou uma medicação que não podia", diz Marcos ao G1.
Em nota, a Secretaria de Saúde do DF informou que não pode repassar informações sobre a enfermidade da paciente. A garota foi enterrada na segunda-feira (23).
Atendimento normal
O hospital negou que Larissa tenha sido atendida de forma incorreta. Segundo a diretora da unidade, Luciana Ferreira Gomes, a paciente deu entrada no hospital em estado grave e, apesar dos esforços da equipe médica, ela não resistiu.
"Não podemos passar muitas informações porque o atendimento é sigiloso. Porém, o que posso falar é que foram realizadas todas as manobras necessárias para atender a paciente, mas, infelizmente, ela não resistiu", diz.
Ainda de acordo com a diretora, a ação dos profissionais foi considerada "dentro da normalidade" que o caso exigia. "Foi um atendimento adequado, nada fora do padrão para um caso como o dela", pondera.
Investigação
O delegado responsável pelo caso, Cássius Zamó, disse que a menina chegou ao hospital já em estado grave e, logo depois, teve uma parada cardíaca. Ele afirma que a suspeita inicial é de que a morte tenha sido natural. O investigador pondera que o caso só será definido com a divulgação do laudo cadavérico, o que deve ocorrem em 30 dias.
"Ninguém foi ouvido ainda e só vou fazer isso até ter acesso ao laudo. Também vou requerer o prontuário médico para juntar aos documentos. Se ficar constatada a morte natural, pedimos o arquivamento do inquérito. Se houver erro médico, o responsável irá responder pelo crime", diz Zamó.
Garota com hanseníase morre após tomar medicação em hospital de Cristalina, Goiás, diz pai (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Familiares de amigos se despedem de Larissa: polícia investiga morte (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
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Família acusa negligência médica após grávida morrer com dengue

A família da gestante Isabelle Lasaraline Arantes, de 20 anos, acusa médicos da rede pública de saúde de Rio Verde, no sudoeste goiano, de negligência. Os familiares afirmam que a jovem e o filho morreram em consequência da demora no diagnóstico do quadro de dengue. As secretarias municipal e estadual de Saúde investigam se a grávida tinha o tipo hemorrágico da doença.
Isabelle estava no sétimo mês de gestação e sentia fortes dores no corpo. Tia da jovem, Liziane Montalvão conta que a sobrinha foi diversas vezes à Maternidade Augusta Gomes Bastos, pois suspeitava que estivesse com dengue, mas os médicos descartavam a doença.
“Uma das vezes falaram que ela estava com um pouquinho de infecção de urina, mas que era coisa de grávida porque toda grávida dá infecção. E outras vezes falaram que ela estava com anemia crônica, mas jamais eles falaram que ela estava com dengue”, relata a tia da jovem.
De acordo com a família, após seis consultas, Isabelle foi transferida ao Hospital Materno Infantil em Goiânia. Na capital, constataram que a criança estava morta e realizaram o parto induzido para retirar o bebê. A jovem entrou em coma e morreu três dias depois, no último dia 2 de fevereiro.
Revolta
A família está indignada com a morte de Isabelle. “É muita revolta porque se eles tivessem olhado com mais carinho por ela, talvez ela estaria aqui, junto com a gente, e isso não aconteceu”, lamenta a tia.
Gestante Isabelle Lasaraline Arantes, de 20 anos, morre com suspeita de dengue em Rio Verde, Goiás (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)Isabelle Arantes estava no 7º mês de gesação
(Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
Liziane relata que o laudo do exame feito para constatar a dengue só ficou pronto depois da morte da sobrinha e da criança. O documento aponta que Isabelle estava com a enfermidade, mas ainda não define se era do tipo hemorrágico.
Os familiares acreditam que se trata de dengue hemorrágica, que é comum quando a pessoa já teve dengue pelo menos uma vez. Os sintomas iniciais são parecidos com os da dengue clássica, como dores no corpo e tonturas. A partir do terceiro dia, surgem hemorragias no corpo do paciente causadas pelo sangramento de pequenos vasos da pele e outros órgãos, como a boca e o nariz.
A Vigilância Epidemiológica de Rio Verde aguarda o laudo dos exames para confirmar o tipo da dengue que ela contraiu. “A gente tem uma sorologia positiva para a dengue da Isabelle e a gente aguarda que o estado faça o encerramento para que a gente saiba se ela veio a óbito por dengue hemorrágica ou por dengue com complicações”, explica a coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Rio Verde, Patrice Guimarães. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o laudo demora 60 dias para ficar pronto.
Questionada pela reportagem, a Maternidade Augusta Gomes Bastos não informou se vai instaurar uma sindicância para apurar se houve negligência médica.
A unidade informou, em nota, que Isabelle foi atendida quatro vezes e chegou a ficar em observação na unidade. Com a piora do quadro clínico, a gestante foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento. A maternidade alegou ainda que, quando houve a suspeita de dengue, Isabelle foi tratada e medicada corretamente.
Grávida, Isabelle Lasaraline Arantes, de 20 anos, morre com suspeita de dengue hemorrágica em Rio Verde, Goiás (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)Família diz que jovem morreu por demora no diagnóstico médico correto (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)fonte : G1