quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Bebê morre após parto realizado por faxineira e técnicas no ES

Um bebê morreu após um parto realizado por uma faxineira e quatro técnicas em Enfermagem da Santa Casa de Guaçuí, na região Sul do Espírito Santo. O caso ocorreu no dia 14 de agosto e, segundo a família, um médico negou o atendimento à grávida, que teve o parto realizado sem a presença de profissional. A administração do hospital informou que abriu um processo interno para apurar o caso. A Polícia Civil faz investigações e espera concluir o inquérito em até 30 dias. Se houver crime, a denúncia será encaminhada para o Ministério Público.
De acordo com a mãe, Graciane Furtado, antes do dia do parto os médicos diziam que o bebê que ela esperava estava saudável. "Fiz todos os exames, todas as ultrassom, estava tudo certo com meu neném. Em todos os momentos elas falavam que ele era um bebê grande. Meu filho era para estar comigo hoje. Não está por causa de erro delas. Como eles vão colocar uma faxineira para ajudar em um parto? Nem cheguei a pegar meu filho no colo. Nem senti-lo nos meus braços eu pude, nem amamentar", disse a mãe.
O marido de Graciane, Roque Denes, contou que no dia 14 de agosto procurou a Santa Casa e mesmo com a esposa em trabalho de parto, ela não foi atendida. "Eles disseram que tinha um médico de plantão, que ele ia atender a minha esposa quando fosse a hora certa. Eu tive que descer até a recepção, fiz o preenchimento da papelada quando ela deu entrada no hospital e mais uma vez perguntei sobre o médico e confirmaram que ele estava na Santa Casa, mas a minha esposa não foi atendida pelo médico", contou.
Como o médico não apareceu, quatro técnicas em Enfermagem e uma faxineira realizaram o parto. "Ele não me atendeu. Em momento algum eu vi ele lá. Essas quatro técnicas em enfermagem e a faxineira que fizeram meu parto. Eu fiquei muito indignada por uma faxineira montar em cima de mim. Ela subiu em cima de mim e empurrou o meu neném. Nesse momento ele agarrou e a outra que estava auxiliando falou que o bebê tinha rodado", falou Graciane.
Ainda de acordo com Graciane, por causa das complicações durante o parto, duas horas depois do nascimento, o recém nascido foi transferido para o Hospital Infantil de Cachoeiro de Itapemirim. A criança não resistiu e morreu no dia seguinte. No atestado de óbito, mostra que o menino morreu por asfixia perinatal grave e parto distorcido. "A certidão de óbito do meu filho prova que houve um erro, vamos esperar agora. A gente quer justiça e que seja feita", afirmou o pai.
A delegada, Edilma Oliveira, disse que o caso está sendo investigado pela Polícia Civil. "Várias diligências estão sendo realizadas, várias pessoas estão sendo ouvidas, ainda restam muitas coisas a serem feitas. E ao final do inquérito policial é que poderei dizer qual é a conduta individual de cada um", explicou.
Santa Casa de Guaçuí abriu um processo interno para investigar o caso, no Espírito Santo (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Santa Casa de Guaçuí abriu um processo interno para investigar o caso (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Homem de 59 anos enfarta e morre após não ser atendido no Souza Aguiar Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/homem-de-59-anos-enfarta-morre-apos-nao-ser-atendido-no-souza-aguiar-13717403.html#ixzz3BPuRpWJH

Um paciente com forte dor no peito morreu, no domingo, depois de um funcionário do Hospital Souza Aguiar ter negado atendimento na porta da unidade. Sérgio Tavares, de 59 anos, chegou à emergência acompanhado pela família. Desesperado, o filho do paciente, Leandro Tavares, de 27 anos, entrou para pedir uma cadeira de rodas para o pai, que tinha dificuldades para andar. Antes que o paciente entrasse no hospital, no entanto, ele foi dispensado por um funcionário. Sem fazer exame algum, o profissional disse que Sérgio deveria ir para a Coordenação de Emergência Regional (CER), unidade que funciona ao lado do hospital.
— No hospital, uma pessoa pediu que um rapaz de branco, um funcionário, fosse avaliar meu pai. Ele chegou no carro, olhou e mandou a gente ir pro CER. Se meu pai tivesse recebido o primeiro atendimento lá no Souza Aguiar, talvez estivesse vivo — disse Leandro: — Eu não sei se o rapaz era médico ou enfermeiro. Eu estava atordoado. Só sei que ele só olhou para meu pai. Não fez pergunta, não examinou.
Leandro disse que não demorou mais de cinco minutos no percurso entre o Souza Aguiar e o CER, mas acredita que a perda de tempo pode ter sido fatal para Sérgio.
— Quando ele chegou ao hospital, ainda conseguia falar, ainda tinha reação. Quando chegou no CER, já estava sem força, trincando os dentes, muito pálido, passando muito mal. Ele enfartou. — contou Leandro.
De acordo com o prontuário do CER ao qual o EXTRA teve acesso, Sérgio chegou à unidade às 11h28, já sem pulso e foi encaminhado diretamente para a sala vermelha — local destinado aos casos graves. Ainda segundo o documento, o paciente foi entubado e submetido a manobras de reanimação. Às 12h23, ele morreu.
Esse não foi o primeiro caso de doente não atendido no hospital. Conforme o EXTRA mostrou sábado, o Ministério Público instaurou inquérito para apurar suposta improbidade administrativa do diretor Yvo Perrone, de seguranças e funcionários do Souza Aguiar após o paciente José Ávila Filho não ser atendido no hospital. Ele também foi orientado a ir para o CER.
Médicos indignados
Médicos do CER ficaram indignados ao saber que Sérgio havia procurado o Souza Aguiar e deixado o hospital sem ter recebido socorro.
— Emergência vermelha não poderia ter sido orientada a ir para outro local. Tinha que ser atendido imediatamente — disse um profissional da unidade, que possui atendimento clínico de emergência, mas não da mesma complexidade do Souza Aguiar.
Segundo a nora de Sérgio, Camilla Gomes, no CER, o doente foi atendido antes que sua ficha fosse preenchida.
— Os médicos o levaram direto para a sala vermelha.
Em nota, a secretaria de Saúde informou que o paciente chegou ao Souza Aguiar às 11h22min. As duas unidades envolvidas relatam, segundo o órgão, ter realizado todos os procedimentos padrões para o caso.
MP investiga triagem
O Ministério Público encaminhou, na semana passada, um ofício à secretaria municipal de Saúde cobrando informações sobre a triagem de pacientes na unidade.
No documento relativo à dispensa do paciente José Ávila Filho, a promotora Madalena Ayres, da 2ª promotoria de Tutela Coletiva, informa que o MP apura a “ausência completa do serviço de acolhimento e classificação de risco do hospital, bem como a grave suspeita de que a triagem de atendimento estaria sendo feita pelos seguranças”.
A promotora deu prazo de cinco dias para que o órgão informasse as medidas adotadas pela unidade.


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Hospital abre sindicância para apurar caso de achado vivo em saco fúnebre

 diretoria do Hospital Geral Menandro de Farias (HGMF), em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, abriu uma sindicância para apurar o caso envolvendo um homem de 54 anos, cuja família afirma ter sido declarado morto por um médico da unidade e encontrado vivo, duas horas depois, quando já estava dentro do saco fúnebre. O caso ocorreu no domingo (24).
Em nota divulgada nesta segunda-feira (25), a Secretaria de Saúde (Sesab) informou que a diretoria do hospital "irá se reunir com toda a equipe que atendeu o paciente e também com a diretoria da Sesab para esclarecer todo o procedimento".
Caso
De acordo com Patrícia Cintra, sobrinha de Valdelúcio de Oliveira, o tio descobriu há três meses um câncer em estágio avançado e, nesta segunda-feira, daria entrada no Hospital Santo Antônio, vinculado às Obras Sociais Irmã Dulce. "Ele já tinha ficado internado lá uma vez, mas ontem ele sentiu uma falta de ar, e nós o levamos para o Menandro de Farias", diz.
Valdelúcio menandro de farias;bahia (Foto: Acervo Pessoal)Valdelúcio de Oliveira faz sinal de positivo após ser 
dado como morto (Foto: Acervo Pessoal)
"Lá, os médicos informaram que ele teve duas paradas cardíacas e pediram que minha tia, que acompanhava ele, saísse do quarto, para que fizessem a reanimação. Por volta das 23h, os médicos disseram que ele havia falecido", explica.
Patrícia revela que a equipe médica retirou os aparelhos que estavam conectados a Valdelúcio e o colocou dentro do saco fúnebre. "Amarraram os pés e mãos dele, colocaram algodão no nariz e ouvidos e fecharam o saco", completa.
Ela diz que a família tem o atestado de óbito lavrado pelo hospital, comprovando a morte de Valdelúcio. "Nós chegamos a comprar o caixão e demos entrada no enterro", destaca Patrícia. "No atestado de óbito consta que as causas da morte foram falência múltipla dos órgãos e insuficiência respiratória", acrescenta.
Atestado (Foto: Reprodução/TV Bahia)Família diz que Valdelúcio teve morte constatada
em atestado de óbito (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Por volta de 1h da madrugada de domingo, Patrícia conta que um tio foi ao necrotério do hospital, para trocar a roupa de Valdelúcio, quando percebeu um movimento dentro do saco fúnebre. "Ele chamou os médicos, que vieram e levaram ele de volta ao quarto", conta. "Ele ficou duas horas dentro do saco fechado", completa.
Após ter sido retirado do saco fúnebre, o tio voltou para o hospital. Ele está consciente e lúcido no quarto da unidade. "Ele está fazendo palavra cruzada, e só não fala porque está entubado", acrescenta a sobrinha.
A família de Valdelúcio acredita que o caso tenha sido um milgare. "Como ele ia para o Hospital de Irmã Dulce, nós nos juntamos para rezar para ela. Foi um milagre. Tomara que seja um milagre completo", diz Patrícia.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Em 13 anos, Justiça do RS julga mais de 900 processos por erro médico

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul recebeu, de 2000 a 2013, 1280 processos por erro médico. Destes, 935 foram julgados. Os números colocam o estado em terceiro lugar no ranking nacional onde as pessoas mais procuram o judiciário para tratar sobre este tipo de equívico. A partir desta quinta-feira (21), um congresso emCaxias do Sul, na Serra gaúcha, discutirá o tema, como mostra a reportagem do Jornal do Almoço (veja o vídeo).
Entre os processos analisados, um paciente teve sentença favorável para uma indenização de mil salários mínimos. Em contrapartida, mais 57% dos médicos foram absolvidos.
A maioria dos casos na Justiça é relacionada a ginecologia e obstetrícia, com 21,42% do total. Pacientes que se sentiram prejudicados por erros em traumato-ortopedia aparecem em segundo lugar, com 17,20%. Em terceiro, estão as cirurgias plásticas: 10, 82% das reclamações. 
“Na traumato-ortopedia você envolve toda a sorte de politraumatismo de acidentes de trânsito, acidente de trabalho, violência doméstica, violência urbana, violência rural. São pacientes que já chegam politraumatizados em situação emergencial. E, às vezes, naquela pressa e na falta de estrutura do pronto socorro, uma imobilização, um engessamento mal feito, acaba em uma sequela motora ou num dano estético para o paciente”, aponta o advogado Raul Canal, especialista em direito médico. 
Qualquer ato médico causado por imprudência, negligência ou imperícia que resultar em danos ao paciente pode ser considerado erro do profissional. O paciente que se sentir prejudicado pode recorrer aos conselhos regional ou federal de medicina.
Se comprovado o problema, o profissional pode sofrer punições que vão de uma simples advertência até a cassação do diploma. Porém, se a pessoa prejudicada quiser pedir alguma indenização, deve recorrer à justiça.
“Às vezes é saliente um processo que se configura realmente como um erro do profissional médico. Outras vezes há um resultado apenas adverso. Não houve falha médica, não se poderia fazer melhor do que foi feito. E, em outras circunstâncias, as faltas cometidas formam decorrentes de condições de trabalho também adversas e que não podem ser todas ou interpretadas como falta do médico, nem como imperícia, nem como negligência, nem como imprudência”, aponta o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Corrêa Lima.
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Hospital da Unimed, no Rio, tem nova queixa de demora em atendimento

Após a morte de Ana Carolina Cassino, de 23 anos, que morreu neste domingo (17) de uma infecção generalizada, depois de esperar por mais de um dia por uma cirurgia de apendicite, um empresário que teria passado por uma situação parecida no mesmo hospital decidiu falar. Ele afirma que aguardou durante seis horas na unidade para passar pelo mesmo procedimento- entre atendimento, diagnóstico e espera para vaga para cirurgia.
“Eu também, imagino que ela era cheio de sonhos, eu também sou cheio de sonhos, família, E aí ninguem está preocupado com nossos sonhos”, disse Carlos Eduardo, que também teve apendicite e recorreu ao Hospital da Unimed, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
Quando avisaram que ele ainda poderia esperar mais três horas por uma ambulância para levá-lo ao hospital onde seria a cirurgia, desistiu. Procurou outro hospital, onde pagou pela operação, que foi feita imediamente.
“Já estava diagnosticado que eu tinha apendicite e precisava operar e esperar de 10 às 16h depois de duas a três horas por uma ambulância, eu vi que aquilo não ia ter fim naquele dia então ia passar para o próximo dia. A gente sabe que apendice quando sutura, quando inflama a dor qual é e o que pode acontecer e eu tomei a atitude de sair e procurar uma clínica particular e paguei por isso. Após uma hora e meia eu tava operado deitado na cama já de repouso”, disse Carlos Eduardo.
CRM vai abrir sindicância
A família de Ana Carolina Cassino acusa o hospital de demora para a realização de cirurgia e o Conselho Regional de Medicina (CRM) disse que vai abrir uma sindicância para apurar o caso.
Ana Carolina estava planejando o casamento com o noivo Leandro Nascimento Farias. Juntos desde 2007, o casal viveu intensamente o relacionamento. Ana Carolina e Farias se conheceram no Ensino Médio, fizeram faculdades de farmácia juntos, trabalhavam na Maternidade Fernandes Figueira e cursavam a mesma pós-graduação.
“Nós éramos praticamente uma pessoa só. Em todo momento da minha vida ela estava presente. Estou me pegando na gana de justiça para não me derrubar. Nós tínhamos planos de ter filho. A gente sempre foi muito planejado, não éramos daqueles jovens de viajar, gastar. Nós abrimos mão de muita coisa para conseguir a nossa casa própria e realizar nossos sonhos”, contou Leandro.
Parentes de Ana Carolina cobram explicação da direção do Hospital da Unimed. Para a família, a demora de 24 horas para a realização de uma cirurgia de apendicite pode ter provocado o óbito. Leandro Farias contou que o hospital entregou uma cópia do prontuário na manhã desta quarta-feira (20). Em um primeiro momento, a unidade informou que só entregaria o documento mediante um mandado da Justiça.
'Negligência', diz noivo
“Até agora ninguém me procurou, ninguém da alta cúpula. Eu fui atendido por um simples funcionário da ouvidoria. Eu quero provar o óbvio, que o que aconteceu com ela foi por negligência do plano, do hospital e por partes dos funcionários. Isso [apendicite] é uma coisa que todos nós estamos sujeitos a desenvolver, uma cirurgia que não demora mais de 30, 40 minutos. Todo mundo sabe quanto custa um plano da Unimed. A burocracia matou ela, o descaso, a falta de humanização dos profissionais da saúde”, afirmou noivo da jovem.
Casal estava junto há 7 anos e iria casar (Foto: Leandro Nascimento Farias / Arquivo pessoal)Casal estava junto há 7 anos e iria casar (Foto:
Leandro Nascimento Farias / Arquivo pessoal)
Jovem tinha consciência da infecção
Leandro contou que Ana Carolina sempre se preocupou muito com as pessoas que estavam à sua volta. Já no Centro de Tratamento Intensivo, ele contou que a farmacêutica fez um pedido para o médico:
“Ela tinha consciência do que estava acontecendo. Então ela disse para o médico: doutor, não conta pra minha mãe que eu estou com infecção generalizada, porque minha mãe tem medo dessa palavra”, contou o noivo, que disse ao G1 que o pai de Ana Carolina morreu há quatro anos por infecção generalizada e ela não queria deixar a mãe mais preocupada.
“O que aconteceu com ela é inaceitável, uma jovem feliz, com muita saúde e muitos planos. Ela era uma excelente profissional. Até o último minuto da vida dela ela se preocupava com as pessoas”, lamentou Leandro.
Em nota, a diretoria médica do Hospital Unimed-Rio informou que todo o processo de atendimento à paciente Ana Carolina Domingos Cassino foi avaliado por suas comissões de Óbitos e de Prontuário Médico. Segundo a diretoria da unidade, as conclusões serão analisadas pela Comissão de Ética do Hospital Unimed-Rio e será encaminhado ao representante legal de Ana Carolina Domingos Cassino. O Hospital Unimed-Rio reforçou o pesar já manifestado pelo ocorrido, se solidarizou com a família e reafirmou seu compromisso com o mais breve esclarecimento do caso.
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