quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Mortes pelo Descaso

Levantamento obtido pelo Ministério Público Federal (MPF) revela que 581 pessoas morreram na fila de espera do Sistema Único de Saúde (SUS), em Bauru, no interior de São Paulo, entre janeiro de 2009 e junho de 2013. A maioria foi de pacientes que deram entrada no Pronto-Socorro Central (PSC) e não conseguiram atendimento ou remoção para leitos por falta de vagas no SUS, e acabaram morrendo no próprio PS. O MPF determinou abertura de inquérito policial para apurar a responsabilidade dos gestores públicos. O procurador da República em Bauru, Pedro de Oliveira Machado, disse ter ficado "assustado com o número elevado de mortes e a repetição delas por anos devido à falta de vagas na rede pública". O número de 581 óbitos no período, segundo ele, foi fornecido pela administração do PSC. A situação levou o MPF a oficiar, em tutela coletiva, autoridades municipais, estaduais e federais, pedindo informações no prazo de dez dias sobre as providências tomadas. O procurador também deu prazo de 60 dias para o município, e de 30 dias para o Estado, introduzirem medidas para evitar mais mortes e atender os pacientes. Entre as medidas estão a facilitação de entrega de documentos públicos, como certidões, para pacientes provarem que não foram atendidos, e a divulgação, nas unidades de saúde, dos nomes dos médicos, especialidades e frequência deles nessas unidades. A intenção do MPF é punir os responsáveis pelos crimes de omissão de socorro e obter informações para embasar inquérito civil público que vem sendo conduzido na Procuradoria da República em Bauru. As informações também serão enviadas para a Justiça Estadual para abertura de procedimento na área penal. O MPF suspeita de crimes de homicídio culposo, omissão de socorro e maus-tratos por parte do poder público contra os pacientes do SUS. De acordo com levantamento, foram 126 mortes em 2009; 118 em 2010; 135 em 2011; 119 em 2012; e 83 mortes até junho de 2013. "Todas ocorreram por falta de vagas e, como é algo que vem se repetindo há anos, podemos dizer que houve omissão de socorro, agora precisamos saber se essa omissão é dolosa ou culposa, mas de qualquer forma trata-se de um crime", disse. O atendimento de baixa complexidade em Bauru é atribuição do município, mas os atendimentos de média e alta complexidade é responsabilidade do Estado. Chico Siqueia Agência Estado/Estadão

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Uma semana antes de neta achar avó morta no Pedro II, outra família passou pela mesma situação

As Irmãs Danielle (à direita) e Elizeth mostram o atestado de óbito da mãe Foto: Urbano Erbiste / Extra Geraldo Ribeiro Tamanho do texto A A A O drama da família da paciente Maria José Batista, de 82 anos, encontrada morta no Hospital Municipal Pedro II no último domingo pela neta, que invadiu a sala vermelha em busca de notícias sobre a avó, não foi um fato isolado. Uma semana antes, familiares da dona de casa Sônia Regina de Azevedo Freitas, de 59 anos, passaram por situação semelhante na unidade de saúde de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. Um dos filhos só foi comunicado da morte da mãe cerca de cinco horas depois do óbito e de muitas informações desencontradas.
Sônia Regina: morte informada à família cinco horas depois Sônia Regina: morte informada à família cinco horas depois Foto: Álbum de família / Extra A recepcionista Danielle Freitas, de 27 anos, contou que, no dia 4, o irmão Anderson e o pai, Antônio Azevedo, de 62, foram ao hospital para ver Sônia, no horário de visita, às 15h, mas apenas por volta das 18h só Anderson conseguiu entrar. Na sala vermelha, onde a paciente deveria estar, ele encontrou o leito vazio e informações desencontradas. - Chegaram a dizer na recepção que ela poderia ter apresentado melhora e ido para a sala amarela (destinada a pacientes em nível intermediário). Como não a encontraram lá, meu irmão e meu pai começaram a gritar em busca de notícias. Vendo o desespero deles, uma assistente social veio com a informação de que ela havia morrido - contou Danielle. No atestado de óbito, que aponta como causas da morte choque séptico e insuficiência respiratória, entre outras, consta que a dona de casa morreu às 13h54m, bem antes de o filho e o marido chegarem para visitá-la. Mas só por volta das 19h, eles foram informados da morte. Sônia Regina, que morava com o marido em Santa Cruz, foi levada ao hospital no dia 26 de julho, sentindo cansaço e falta de ar. Seu quadro se agravou nos dias seguintes, e ela foi transferida para a sala vermelha no dia 30. - Não é mera coincidência dois casos parecidos acontecerem no mesmo hospital, com apenas uma semana de diferença entre eles. Isso nada mais é do que um reflexo do descaso das autoridades com a saúde pública. Minha mãe estava muito debilitada. Quando foi para a sala vermelha, chegamos a ficar até 48 horas sem notícias dela. Tudo bem que não pudesse ficar com acompanhante, mas é inadmissível ficar sem informações - indigna-se Danielle. Nesta terça-feira, parentes da aposentada Maria José Batista - que morreu na unidade no domingo enquanto a família tentava, sem sucesso, obter informações sobre seu estado de saúde - afirmaram que vão procurar um advogado para processar o município. A neta da idosa, Gracieth Santos, planeja registrar o caso na delegacia nesta quarta-feira. O corpo de Maria José já seguiu para o Maranhão, onde será sepultado nesta quinta-feira. Gracieth, neta de Maria José, mostra atestado de óbito da idosa em frente ao hospital, com outros parentes Gracieth, neta de Maria José, mostra atestado de óbito da idosa em frente ao hospital, com outros parentes Foto: Thiago Lontra / Extra Maria José morreu domingo no Hospital Pedro II: família descobriu só após invadir a unidade Maria José morreu domingo no Hospital Pedro II: família descobriu só após invadir a unidade Foto: Álbum de família / Extra Dois dias após a morte da aposentada Maria José, o superintendente de gestão do Pedro II, Wagner Pelegrine, reconheceu, nesta terça-feira, apenas que houve “falhas de informação” e afirmou estar empenhado para corrigi-las. Ele anunciou a abertura de sindicâncias para apurar as responsabilidades no caso e também no da dona de casa Sônia Regina, uma semana antes. Pelegrine alegou que os problemas ocorridos no domingo, que levaram à suspensão das visitas, foram provocados pela sobrecarga de trabalho. Segundo ele, o hospital recebeu cerca de 700 pacientes, quando a média é de 300. Ainda segundo ele, desde segunda-feira parentes de pacientes recebem dois boletins diários com informações sobre o quadro de saúde dos hospitalizados, o que não os impede também de falar com o médico. A Secretaria municipal de Saúde abriu outra sindicância para apurar responsabilidades no caso de Maria José. Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/uma-semana-antes-de-neta-achar-avo-morta-no-pedro-ii-outra-familia-passou-pela-mesma-situacao-9516140.html#ixzz2bzzaii9q

DESDOBRAMENTOS DO CASO DENNIS - MORTO VÍTIMA DE OMISSÃO DE SOCORRO DO PS...

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Impedidos de entrar em hospital, familiares invadem unidade e encontram idosa morta Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/impedidos-de-entrar-em-hospital-familiares-invadem-unidade-encontram-idosa-morta-9473038.html#ixzz2bp9yUJEM

Após passarem um dia de angústia e falta de informações, familiares de uma idosa internada no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, invadiram a unidade, na noite deste domingo, e encontraram a mulher morta. A aposentada Maria José Batista, de 82 anos, havia sido internada na madrugada de domingo, por volta das 5h40, e a partir de então sua família foi afastada e não teve mais informações. Às 21h, sem notícias da idosa e impedidos por funcionários de vê-la, seus parentes entraram à força no local. - Fui de leito em leito procurando minha avó. Um maqueiro, vendo minha situação, me perguntou o nome dela e me disse que ela havia falecido - contou Gracieth dos Santos, neta de Maria José. Familiares encontram corpo de idosa morta dentro do Hospital Familiares encontram corpo de idosa morta dentro do Hospital Foto: JAdson Marques / Agência O Globo Maria José foi internada na madrugada de domingo, após sentir um cansaço em casa. Ela foi diagnosticada com um problema no coração e aguardava para fazer exame de sangue. Os familiares precisaram sair do hospital pois não podiam acompanhar o procedimento. Todos os outros parentes de pacientes foram informados que só poderiam entrar no hospital às 15h, no horário de visita. Entretanto, sem mais explicações, a visita não ocorreu. Sem informações dos motivos do cancelamento, e sem notícias da senhora, eles invadiram o hospital por volta das 21h. Outras pessoas também invadiram o hospital para exigir informações de seus familiares. Parentes invadem Hospital Pedro II Parentes invadem Hospital Pedro II Foto: Jadson Marques / Agência O Globo Outros pacientes também denunciaram à reportagem, revoltados, que mais pessoas haviam morrido no hospital. A unidade, no entanto, não confirmou as mortes. O Hospital Municipal Pedro II divulgou uma nota afirmando que houve uma "falha de comunicação" no caso da aposentada Maria José Baptista. Leia o comunicado na íntegra, a seguir: "A direção do Hospital Municipal Pedro II informa que Maria José Baptista deu entrada na unidade dia 11 de agosto, com queixa de dor torácica há dois dias e falta de ar. A paciente apresentava pico hipertensivo, arritmia cardíaca e infarto agudo do miocárdio. Permaneceu monitorada com suporte clínico avançado, mas não resistiu devido à gravidade do caso. A direção esclarece que a paciente recebeu a assistência necessária e lamenta a falha de comunicação ocorrida, garantindo que tomará as providências necessárias para que fatos como esse não se repitam. A direção está à disposição dos familiares para prestar mais informações sobre o atendimento" Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/impedidos-de-entrar-em-hospital-familiares-invadem-unidade-encontram-idosa-morta-9473038.html#ixzz2bpA3PLhk