quinta-feira, 12 de abril de 2018

TJ-RO mantém condenação para prefeitura pagar R$ 102 mil a filhos que viram mãe morrer após erro médico

Prefeitura deverá pagar indenização de R$ 100 mil por danos morais e R$ 2,7 mil por danos materiais. Mulher foi internada com dores e náuseas e recebeu injeção inadequada.

Por Jeferson Carlos, G1 Ariquemes e Vale do Jamari
 
Decisão foi anunciada após votação de desembargadores (Foto: Toni Francis/G1)Decisão foi anunciada após votação de desembargadores (Foto: Toni Francis/G1)
Decisão foi anunciada após votação de desembargadores (Foto: Toni Francis/G1)
O Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO) manteve a condenação da prefeitura de Ariquemes (RO) por causa de um erro médico no Hospital Regional. Em 2013, uma paciente morreu após receber uma injeção errada na unidade. Por causa dessa morte, o poder executivo vai ter que pagar R$ 100 mil de danos morais e mais R$ 2,7 mil por danos materiais aos quatro filhos que viram a mãe morrer.
Conforme o judiciário, a paciente chegou a unidade com dores e náuseas e foi submetida a uma injeção inadequada ao organismo dela, o que a levou à morte. Em nota, a prefeitura diz que o caso ocorreu na gestão antiga e trabalha para que "erros não sejam cometidos" na unidade.
Segundo o TJ-RO, o município recorreu da decisão da 3ª Vara Cível da Comarca de Ariquemes, onde solicitava a anulação da sentença por não haver comprovação da culpa do médico que atuava no Hospital Regional, a comprovação do dano, nem o nexo causal.
Porém o relator da ação decidiu que a condenação foi correta, pois ficou comprovado, durante o processo, que a responsabilidade do município se decorreu em referência ao erro dentro do hospital público, por ato praticado por um profissional médico na medicação injetável de forma indevida, que foi a causa determinante da morte da paciente.
Com a condenação mantida, o município deve indenizar os familiares, pois o falecimento da vítima "retirou de forma repentina o convívio com os filhos, gerando tristezas e abalos psicológicos".
Os desembargadores decidiram, em unanimidade, julgar improcedente o recurso de apelação movido pela prefeitura do município. Desta forma, a indenização a ser paga pelo município será dividida entre os quatro filhos órfãos. A decisão ainda cabe recurso por parte da prefeitura.

Caso

A mãe dos autores do processo começou a sentir dores abdominais e náuseas no dia 18 de junho de 2013 e acionou o Corpo de Bombeiros, que a socorreu até o Hospital Regional de Ariquemes. Na unidade, um médico informou a um dos filhos que a paciente havia sido medicada e que ficaria internada em estado de observação para controlar a pressão alta e o diabetes.
No fim do dia, a paciente disse que não sentia mais dores, mas o médico orientou que ela permanecesse internada e recebendo a medicação. A filha da mulher deixou o hospital e um irmão ficou na companhia da mãe, onde descobriu que genitora havia morrido no fim da noite.
Em juízo, o filho disse que conversava com outra paciente da enfermaria quando uma enfermeira adentrou no local, aplicou uma medicação em uma paciente e em seguida começou a aplicar uma medicação na mãe dele.
Atendimento errado aconteceu em 2013, em hospital de Ariquemes (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)Atendimento errado aconteceu em 2013, em hospital de Ariquemes (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)
Atendimento errado aconteceu em 2013, em hospital de Ariquemes (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)
Entretanto, logo após a aplicação, a paciente passou mal e morreu. Alguns médicos compareceram e chamaram a atenção da enfermeira pelo fato da paciente não ter nenhum medicamento a ser injetado naquele horário, o que caracterizava o erro médico.
Ao serem ouvidos no processo, os profissionais médicos relataram que o prontuário mostrava a aplicação de medicação adequada. Eles ainda informaram que a paciente faleceu após uma crise convulsiva, em virtude de complicações naturais e graves, decorrentes da condição de saúde fragilizada pelo desenvolvimento de hipertensão arterial e diabetes.
Os quatro filhos entraram com a ação requerendo o pagamento de indenização em R$ 100 mil, pelo dano moral e R$ 2.794,16 pelos danos materiais em decorrência com as despesas com o funeral, pagamento da taxa do cemitério e pagamento da taxa da prefeitura.

Outro lado

Procurada pelo G1, a Procuradoria-Geral (PGM) de Ariquemes informou que apesar de o incidente ter ocorrido em uma gestão anterior, a administração atual trabalha para que os erros não sejam cometidos e emitiu uma nota sobre o caso.
“O município de Ariquemes informa que o caso ocorreu em 2013, sendo que, em 2014, a família ingressou com ação judicial, no intuito de auferir indenização em razão do triste infortúnio. Contudo, apenas em fevereiro de 2018, o Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia julgou o caso em 2° grau, condenando o município ao pagamento da indenização pleiteada.
Entendemos que uma ordem judicial deve ser obrigatoriamente cumprida. Ademais, não há indenização suficiente que possa aplacar a dor da família. Estamos trabalhando para garantir a evolução e melhoramento do sistema de saúde municipal, para que episódios como este venham ocorrer novamente”.
Fonte: G1

Médico é condenado por morte de paciente em 2012; pena não deve gerar prisão

Detenção de dois anos deverá ser substituída por punição alternativa. Cirurgião já tem outra condenação e é acusado de outros dois crimes.

Por G1 DF
 
Ataques a equipamentos essenciais podem paralisar atendimentos de emergência, adulterar exames e induzir médicos a erros ou mesmo impedir que pacientes sejam medicados (Foto: Vinicius Marinho/Fiocruz Imagens)Ataques a equipamentos essenciais podem paralisar atendimentos de emergência, adulterar exames e induzir médicos a erros ou mesmo impedir que pacientes sejam medicados (Foto: Vinicius Marinho/Fiocruz Imagens)
Ataques a equipamentos essenciais podem paralisar atendimentos de emergência, adulterar exames e induzir médicos a erros ou mesmo impedir que pacientes sejam medicados (Foto: Vinicius Marinho/Fiocruz Imagens)
A Justiça do Distrito Federal condenou o médico gastroenterologista Sérgio Puttini a dois anos de detenção por homicídio culposo – ou seja, quando não há intenção de matar – da paciente Marlene Pereira de Medeiros. A vítima morreu em 2012, após uma cirurgia de retirada da vesícula biliar com o médico. Os juízes consideraram que Puttini foi negligente no procedimento.
Como a pena é inferior a cinco anos, a reclusão será substituída por duas penas alternativas – multa, serviço comunitário ou restrição de direitos, por exemplo. A forma de cumprimento ainda será definida pela Vara de Execuções Penais.
O Ministério Público do DF já anunciou que irá recorrer da decisão, na tentativa de ampliar a pena. O G1 procurou o advogado de Puttini para saber se a defesa também recorrerá, mas ele não foi localizado até o fechamento desta reportagem.
Esta é a segunda vez que Puttini sofre revés na Justiça. Em dezembro de 2015, ele foi condenado a um ano e quatro meses pela morte de outra paciente após a realização de uma laparotomia (abertura da cavidade abdominal).

Crime

Ministério Público do Distrito Federal (Foto: Raquel Morais/G1)Ministério Público do Distrito Federal (Foto: Raquel Morais/G1)
Ministério Público do Distrito Federal (Foto: Raquel Morais/G1)
O crime ocorreu em novembro de 2012. Segundo a Promotoria de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-vida), o acusado danificou o sistema biliar e arterial hepático da vítima por conta de manipulação cirúrgica indevida, durante a retirada da vesícula.
Segundo familiares da vítima, após a alta, Marlene começou a reclamar de fortes dores. Os parentes entraram em contato com o médico, que disse que os sintomas eram parte do quadro pós-operatório.
Durante vários dias, ela permaneceu sem acompanhamento médico, mesmo apresentando sintomas preocupantes.
A vítima precisou ser internada novamente e passou por outros quatro procedimentos cirúrgicos com o mesmo médico. A família ainda recorreu a outro profissional que fez mais três cirurgias na paciente, mas ela não resistiu à falência múltipla dos órgãos.

Histórico de falhas

Pesquisadores encontraram falhas de segurança em robôs usados para procedimentos cirúrgicos à distância (Foto: SRI International/Wikimedia Commons)Pesquisadores encontraram falhas de segurança em robôs usados para procedimentos cirúrgicos à distância (Foto: SRI International/Wikimedia Commons)
Pesquisadores encontraram falhas de segurança em robôs usados para procedimentos cirúrgicos à distância (Foto: SRI International/Wikimedia Commons)
Especializado em cirurgia do aparelho digestivo, Sérgio Puttini é acusado de causar a morte de quatro pacientes em 2001, 2009, 2011 e 2012. De acordo com laudos médicos apresentado por familiares ao Ministério Público, as vítimas sofreram hemorragias e infecções por causa de uma suposta negligência do médico — que nega o erro.
O registro profisisonal do médico foi cassado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) em março de 2013. Desde então, ele está proibido de trabalhar.
Veja mais notícias da região no G1 DF.
Fonte:G1





O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) está promovendo a Campanha a favor do Exame Obrigatório para alunos e recém-formados em Medicina. Diversas ações estão sendo realizadas para conquistar a adesão de médicos, autoridades, estudantes, formadores de opinião e a população em geral sobre a importância da prova para a formação dos profissionais de Medicina. 
Uma petição online do Cremesp (exameobrigatorio.com.br) tem como meta alcançar 500 mil assinaturas para serem encaminhadas ao Congresso Nacional, uma vez que já há um Projeto de Lei em tramitação no Senado – para tornar obrigatório o Exame para alunos e recém-formados em Medicina e seja aplicado em todo o país.
A prova atua como uma importante ferramenta para garantir que os estudantes tenham os conhecimentos necessários para exercer a profissão, oferecer parâmetros de desempenho às escolas, bem como assegurar a qualidade na assistência à saúde da população.
Além da intensa divulgação nas mídias digitais e tradicionais (televisão, rádios e revistas), o Cremesp mobiliza a sociedade com o apoio de lideranças da Saúde, formadores de opinião e influenciadores digitais, para assinar a petição. 

Caravana pelo Exame Obrigatório
Durante os meses de março e abril, o Cremesp está com uma ação especial. As Caravanas pelo Exame Obrigatório estão percorrendo cidades do Estado: Franca, Ribeirão Preto, Piracicaba, Sorocaba, Campinas, Bauru, São José do Rio Preto, Santos, São José dos Campos e capital paulista. Durante estas ações, o presidente do Cremesp, Lavínio Nilton Camarim, diretores e conselheiros apresentam e reforçam a proposta sobre a importância do exame.
As caravanas contam com um posto de coleta de assinaturas, materiais informativos e meios para facilitar a adesão da população à Campanha pelo Exame Obrigatório. “Estamos reunindo esforços para que essa mobilização auxilie a nossa luta pela aprovação da Lei que torne o Exame obrigatório, contribuindo para a boa formação dos profissionais de Medicina. A prova ajuda a aprimorar o ensino médico e é fundamental para atingir a excelência na Saúde e melhorar o atendimento aos pacientes. A divulgação massiva entre os meios de comunicação e a sociedade nos ajudará a alcançar nosso objetivo”, enfatiza o presidente.

Iniciativa recebe amplo apoio
A Campanha do Cremesp pelo Exame Obrigatório para alunos e recém-formados em Medicina conta com o apoio de lideranças da Saúde e da comunidade médica. A iniciativa já foi abordada e elogiada por médicos renomados, como o oncologista, Dráuzio Varella; o psiquiatra e escritor, Augusto Cury; o professor da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e cirurgião do Hospital Sírio Libanês, Raul Cutait; o diretor da FMUSP, José Otávio Costa Auler Júnior; o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcos da Costa; o presidente do Conselho Diretor do Instituto de Radiologia do HC (InRad-HCFMUSP), Giovanni Cerri; o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Sérgio Daniel Simon; a presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho, Marcia Bandini; o presidente da Associação Paulista de Homeopatia, Sergio Furuta; o presidente da Associação de Médicos Maçons, Alfredo Roberto Netto; a presidente da Associação Brasileira de Medicina Legal e Perícias Médicas, Ederli Grimaldi; o presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, Durval Ribas Filho; e o presidente da Sociedade Paulista de Medicina Desportiva, Bernardino Santi.