segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Mulher morre nove dias após o parto e marido suspeita de erro médico

O que era para ser um momento de alegria virou pesadelo na vida de Airton Silva Leitão. A mulher dele morreu no dia 22 de julho, cerca de nove dias após dar à luz ao filho João Lucas Lima, de parto cesariano. A mulher teve uma hemorragia e o marido suspeita de erro médico durante a cirurgia, realizada na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, no dia 13 de julho.
Silva explica que a mulher, Maria Renata Queiroz de Lima, de 28 anos, recebeu alta quatro dias após o parto, mas depois de cinco dias em casa começou a sentir dores e teve uma hemorragia. Ele acredita que a hemorragia foi causada porque resquícios do parto foram deixados no corpo da vítima. A Secretaria de Saúde disse que a morte está sendo investigada.
O casal voltou a procurar a maternidade e uma nova limpeza foi feita, mas a hemorragia não foi controlada e ela foi encaminhada para o Hospital de Urgência de Rio Branco (Huerb).
"Deram medicamento e esperamos para ir para o centro cirúrgico enquanto ela perdia sangue, passou quase umas 5h. Abriram ela de novo, fizeram uma limpeza e tentaram estancar o sangue, mas não conseguiram. Transferiram ela para o Pronto-Socorro", relata o marido.
A vítima chegou em estado grave ao Huerb e não resistiu. O marido reclama que não recebeu nenhuma justificativa oficial sobre a morte, apenas por comentários de funcionários.
"Disseram que foi resto de parto, que tinha que fazer uma limpeza e não fizeram corretamente. Vou entrar com uma ação contra a maternidade e vamos fazer um protesto sexta-feira, pelo tanto de problema que acontece nessa maternidade", reclama Airton.
Sesacre diz que paciente foi atendida em ‘tempo hábil’
Em nota ao G1, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) informou que a morte está sendo investigada em conjunto com o Hospital de Urgência e Emergência e caso seja comprovada negligência médica tomará as providências necessárias.
Ainda segundo a nota da Sesacre, a vítima foi atendida em tempo hábil e recebeu todos os atendimentos necessários. "A paciente saiu da maternidade lúcida, mas apresentava um quadro de dificuldade de coagulação sanguínea, o que agravou seu estado de saúde", explica a nota.
Bebê perdeu a mãe dias após o parto Acre (Foto: Arquivo Pessoal)Bebê perdeu a mãe dias após o parto Acre (Foto: Arquivo Pessoal)
Pai pede doações
Passando por dificuldades financeiras, Airton Silva sustentava a família fazendo trabalhos temporários em serviços gerais. Mas, após a morte da mulher, tem que cuidar do bebê e de outras duas crianças de 2 e 6 anos. Ele vive com a família no bairro Preventório e pede doações.
"Se com trabalho é difícil, imagine sem trabalhar. Tudo ajuda, seja fralda descartável e o leite", pede o autônomo. Airton pode ser encontrado pelo telefone (68) 99999-3154.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Bebê morre após passar três vezes por PS e família acusa erro médico

A família de um bebê de 11 meses acusa dois pediatras da Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) da Vila Virginia, na zona leste de Ribeirão Preto (SP), de erro médico. Segundo a mãe, Enzo Araújo de Souza morreu em abril após passar por três atendimentos no local e ter recebido como diagnóstico dor por causa do nascimento dos dentes.
O laudo da morte aponta que Enzo sofreu choque cardiogênico e miocardite aguda, que provocaram nove paradas cardíacas. Um boletim de ocorrência foi registrado nesta sexta-feira (13).
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o bebê recebeu atendimento de profissionais experientes e foi medicado conforme o quadro clínico apresentado, inicialmente não considerado grave. No entanto, as causas da morte serão apuradas.
Atendimento pediátrico
A mãe da criança, a dona de casa Ronalda Araújo Costa, diz que Enzo começou a passar mal na manhã do dia 23 de abril, e apresentava sintomas como coração acelerado e prostração. O menino foi levado ao pronto-socorro e examinado por um pediatra. “Ele [médico] disse que provavelmente eram só os dentinhos mesmo, porque estava inchada a gengiva e estava machucando ele [bebê]. Passou o paracetamol e o soro fisiológico para por no nariz”, afirma.
Segundo Ronalda, o filho recebeu a medicação em casa conforme a orientação médica, mas não houve melhora no quadro. À noite, ela decidiu levar Enzo de volta ao pronto-socorro, onde outro pediatra a atendeu e reforçou o diagnóstico anterior.
“Eu falei que ele estava passando mal e gritando. Ele passava a mão no ouvidinho o tempo todo. O médico examinou e eu falei que o coração estava muito acelerado. Ele [médico] falou que estava agitado mesmo porque ele estava com muita dor”, diz a mãe.
De acordo com a dona de casa, o médico receitou um antibiótico e remédios para dor e febre, mas o quadro se agravou no dia seguinte e Enzo desmaiou nos braços do pai. O menino foi levado mais uma vez ao pronto-socorro da Vila Virginia e, segundo a mãe, sofreu a primeira parada cardíaca.
Bebê de 11 meses morreu após sofrer nove paradas cardíacas em Ribeirão Preto, SP (Foto: Reprodução/EPTV)Bebê de 11 meses morreu após sofrer nove paradas cardíacas em Ribeirão  (Foto: Reprodução/EPTV)
Complicações e morte
O bebê foi encaminhado à Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE), onde sofreu nove paradas cardíacas e não resistiu. De acordo com a mãe, os médicos afirmaram que Enzo contraiu uma virose que comprometeu o coração. “Como não foi detectado antes [a virose], atingiu rápido e o coração dele inchou demais. Passou do limite e não bombeava mais sangue”, explica a mãe.
Ronalda procurou a Polícia Civil após a morte do filho para registrar um boletim de ocorrência, mas teria sido desaconselhada a fazer o documento por um policial, que considerou os  procedimentos dos médicos adequados.
Nesta sexta-feira, a família voltou à delegacia acompanhada de uma advogada e registrou o boletim de ocorrência.
“Eu quero que seja investigado para saber o que aconteceu com meu filho, porque é uma dor que só Deus mesmo para ter pena da gente. A gente quer descobrir o que aconteceu com ele de verdade, saber se foi alguma coisa que não foi examinado direito”, diz Ronalda.
Para a advogada Marilia Teixeira Dias, há indícios de erro médico. “Se os procedimentos tivessem sido feitos da forma correta no primeiro momento que ela procurou o posto da Vila Virginia, de repente a criança teria chance de ter se recuperado, estar aí com a mãe nesse momento.”
A defensora também questionou a posição do policial de plantão, que teria dificultado o registro da ocorrência. “Acho que não cabe ao servidor que está ali registrando fazer um julgamento de mérito do que aconteceu. Existem autoridades competentes para isso.”
Procurada, a Polícia Civil informou que cabe ao delegado decidir se registra um boletim de ocorrência, mas não esclareceu se o policial que atendeu a família de Enzo na primeira vez era ou não delegado.

Fonte : G1