quinta-feira, 9 de junho de 2011

Médicos formados fora do Brasil não conseguem trabalhar




Jovens brasileiros estudam medicina em universidades de países vizinhos, onde a mensalidade é mais barata, mas, na volta ao Brasil, não conseguem registro para trabalhar.







São as histórias de milhares de estudantes brasileiros que buscam em faculdades de países vizinhos a realização de um sonho: virar médico. Eles sofrem com a distância das famílias, com a falta de dinheiro e de conforto. Quando voltam ao Brasil, formados, ainda têm que enfrentar mais um drama. A reportagem é de Eduardo Faustini.



Na classe de uma faculdade de medicina na Bolívia em dia de prova, apenas um aluno era boliviano. Todos os outros eram brasileiros.



“Só na minha faculdade, podemos falar em seis mil estudantes brasileiros em Cochabamba, Santa Cruz e Cobija”, afirma o vice-reitor da Universidad Técnica Cosmos (Unitepc), José Teddy.













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Padre é acusado de exercício ilegal da medicina em MT

Número de médicos pediatras no Brasil diminuiu

Por que tanta gente está estudando medicina fora do Brasil? A resposta está na ponta da língua de todo aluno. “É bem mais fácil, a gente não tem vestibular”, declara Michel Mendonça, estudante sul-mato-grossense. “A gente vai pagar, mais ou menos, seis vezes menos do que se pagaria no Brasil”, afirma Pedro Adler, esutdante acreano.



As mensalidades dos cursos de medicina privados no Brasil variam de R$ 2,5 mil a R$ 6 mil. Em uma faculdade de Cobija, fronteira da Bolívia com o Brasil, custa pouco mais de R$ 500.



“Meus pais não têm condições financeiras de pagar e nem para me ajudar. Se eu tivesse condições, provavelmente eu estaria fazendo no Brasil. Eu sempre quis fazer medicina, acho que desde que eu me entendo por gente. Então, eu decidi vir para cá”, conta Antônia Maria Cândido, estudante acreana.



Para se manter em Brasiléia, no Acre, a poucos quilômetros da faculdade boliviana, Antônia trabalha como manicure e garçonete.



O Brasil é o segundo país com maior número de escolas de medicina, só perde para a Índia. No Brasil, são 180 faculdades de medicina, todas com vestibular.



“Eu tive que estudar por conta própria. Passei em algumas faculdades lá, mas não em medicina. Por isso, eu me arrisquei tudo vindo aqui”, diz Anderson Figueiredo, estudante carioca.



Anderson saiu do Rio para estudar medicina e morar em um em Cobija, na Bolívia. “Não fico muito aqui, porque é apertado e quente. É horrível ficar muito tempo aqui. Não tem uma cozinha, não posso te oferecer uma água, porque a água é quente. Então, eu tento passar o máximo de tempo na faculdade”, conta. “Fiquei dois dias com bala de hortelã no estômago. Não tinha dinheiro para o almoço, nem para o lanche. Espero que eu consiga continuar”.



No Brasil, medicina costuma ser o curso mais caro nas universidades e, muitas vezes, o mais concorrido.



“Eu tinha vontade de ser médico. Era um sonho, mas não tinha condições, porque meu estudo foi muito fraco. E uma faculdade particular, eu não tenho condições de pagar. Eu trabalho na área de saúde desde os meus 18 anos. Eu ingressei através da minha mãe que é auxiliar de enfermagem, que me colocou cedo na área de saúde. Comecei a trabalhar cuidando de idoso”, conta Lucas Rodrigues, estudante mineiro.



Lucas divide a casa em Brasiléia e o sonho de virar médico com a prima e namorada Naruanna Cristina Rodrigues, também de Minas Gerais. “A gente se arruma, vai para a faculdade, volta a pé no sol quente, e estuda bastante”, diz a jovem.



“Minha mãe trabalha para me passar o dinheiro todo mês, e eu estou aqui correndo atrás. Hoje, minha mãe está trabalhando 36 horas seguidas”, revela Lucas.



“Eu saio daqui às 7h, trabalho 12 horas. Saio de um trabalho, vou para outro e trabalho mais 12 horas. Aí, retorno para o outro do dia para trabalhar mais 12. Hora nenhuma, eu me sinto abatida, com medo, de nada. Eu vou dar conta até ele se formar”, afirma Maria José Rodrigues, mãe de Lucas.



Todo o dinheiro que a mãe de Lucas ganha cuidando de idosos, em Uberlândia, Minas Gerais, ela manda para o filho. “Eu não mexo no meu salário, não posso, não compro um pão com ele”, diz Maria José.



Para seu sustento, sobra o rendimento da venda de balas de coco. “Eu faço de seis a oito quilos por noite. Noite sim, noite não, fazendo bala de coco gelada. Ainda bem que é bem aceita. Você faz e vende tudo, é uma beleza, ajuda muito no orçamento”, conta a mãe do estudante.



O dinheiro para Naruanna vem das aves ornamentais que seus pais criam no quintal para vender. Eles também fazem de tudo para ajudar a filha.



Maria Cristina Ribeiro Goes, mãe de Naruanna: Se precisar vender a casa e o carro, a gente vende.

Naruanna Cristina Rodrigues: A minha mãe até escreveu umas cartas para o Lula, contando nossas dificuldades.

Maria Cristina Ribeiro Goes, mãe de Naruanna: Aí entrou a Dilma, e eu continuei escrevendo para a Dilma. Expliquei a dificuldade que eles estavam passando lá, que estava sendo muito difícil, o calor que eles estavam enfrentando, o dinheiro, a situação financeira.



“A gente fala 'o Lucas está passando dificuldade, está passando necessidade'. Eu tenho tanta vontade de me formar, de me tornar médico, que eu não vejo por esse lado. O que me deixa mais inseguro é saber: amanhã, se eu formar na Bolívia, qual que vai ser minha aceitação no Brasil?”, comenta Lucas.



Ter um diploma estrangeiro de médico não dá o direito de exercer a profissão no Brasil. Não importa se o curso foi na Bolívia ou na Suíça, é preciso passar por uma revalidação de diploma, um processo longo, difícil e caro.



“Tem prova, viagem, o que eu estou gastando com advogado que está assessorando, que tem um valor, o valor da faculdade, o valor da moradia aqui”, declara André de Almeida, formado no Paraguai. “Eu acho que chegaria em torno de uns R$ 100 mil”, diz Guilherme Junqueira Santos, formado em Cuba. “Já tem quatro anos que eu estou tentando isso”, declara Cíntia Brandão Freire, formada na Argentina.



Em uma faculdade particular, em Caratinga, Minas Gerais, os recém-formados fazem um curso de complementação, de aulas que não tiveram no exterior. Há ainda as provas que, pelas regras atuais, só podem ser dadas por universidades federais. O índice de aprovação costuma ser baixíssimo. Em quatro federais que recentemente receberam entre 200 e 400 inscritos cada, nenhum foi aprovado. Na Federal de Minas Gerais, no ano passado, de 100 inscritos, apenas 11 conseguiram passar na prova.



“Eu já fiz a prova várias vezes. E, muitas vezes, foram injustas as provas”, critica Cintia. “As provas têm um caráter, um nível superior ao de um graduando. São provas para especialistas. Eu acho injusto o processo de revalidação de diploma no Brasil”, aponta Diógenes Freire, formado na Bolívia.



Com o número de formados fora do Brasil aumentando e, junto com ele, as reclamações de que o sistema de revalidação dos diplomas é injusto, o governo decidiu fazer uma prova em Brasília no ano passado. Mas, novamente, houve reprovação em massa: 628 inscritos e apenas dois aprovados.



“O número alto de reprovações se deveu a dois motivos. Em primeiro lugar, candidatos que tinham um preparo inadequado, e em segundo lugar houve um exagero na nota de corte, na nota mínima para a aprovação”, comenta o secretário do Ministério da Saúde, Milton de Arruda Martins.



Para este ano, o governo promete a implantação de um novo sistema: uma prova única, aplicada em vários pontos do Brasil. “Ele vai ter um nível adequado para a avaliação se o médico tem condição de atender à população. Existem médicos que vêm do exterior com uma formação muito boa e médicos com uma formação muito fraca”, afirma o secretário do Ministério da Saúde.



“Tem que ter um critério de avaliação, porque nós fomos lá fora e eles não sabem o que nós demos lá. Eu sei, mas as pessoas não sabem”, diz Lindalva Lacerda Lessa, formada na Bolívia.



O doutor Edson Braga Rodrigues se formou na Bolívia. “Passei dois anos, praticamente dois anos sem CRM, sem poder exercer porque não tinha CRM”, conta.



Ele fez a prova de revalidação em três universidades federais e passou na última. Hoje, é diretor clínico do Hospital de Brasiléia. “Eu acredito que a formação depende de cada um. A oportunidade dos jovens mais carentes terem uma formação em medicina é essa, é procurar as faculdades da América Latina. O meu caso é um. Eu não teria condições de me formar no Brasil”, revela Dr. Edson.



“A gente foi formado para ajudar o próximo. Nós estamos na medicina, que nos fez ir para outro país distante, para ajudar o próximo. A gente quer somente isso, não quer coisa de outro mundo, quer trabalhar”, declara Diógenes.



Só com o diploma revalidado, é possível conseguir o CRM, o registro em um dos conselhos regionais de medicina, que permite o exercício da profissão no Brasil.



“Quando você está estudando, tudo é um sonho, tudo é alegria, tudo é bonito. Você está estudando medicina”, afirma um homem, formado em medicina na Bolívia, que tenta há dois anos revalidar seu diploma. Para pagar os custos das várias tentativas, dá plantões em hospitais no interior da Bahia, clandestinamente.



“Geralmente são plantões de fim de semana. Você vai trabalhar naquela cidade. Amanhã, já vai para outra cidade. O preço é o que eles pagam. Se normalmente é R$ 1 mil de um médico que tem CRM. Para os médicos sem CRM, é em torno de R$ 500”, diz o homem.



Ele trabalha para empresas que se definem como cooperativas e oferecem mão-de-obra médica aos hospitais. “Se der qualquer problema com pacientes, se der qualquer problema jurídico, o que a cooperativa diz é que não sabia que você não tinha CRM. Ou seja, lava as mãos. Mas ela sabe”, afirma.



Para assinar receitas, atestados, o homem usa um CRM falso. “Você entra no site do Conselho Regional de Medicina, você vai procurar um médico que tenha mais ou menos a sua idade. Esse é o grande problema, porque você pode ser preso, primeiro, por ser falso médico, e segundo por falsidade ideológica”, declara.



Nos últimos anos, a polícia prendeu médicos sem CRM nos estados do Pará, Amazonas, Acre, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Sergipe, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.



No início do ano passado, Edilson Bezerra da Silva, de 29 anos, foi preso no pronto-socorro de Ponta Grossa, no Paraná. Com diploma boliviano, ele usava o CRM de um médico de Curitiba. “Ele está respondendo pelo exercício ilegal da medicina e pela falsidade ideológica”, declarou o delegado Jairo Luiz Duarte Camargo.



O dono da empresa que ofereceu o serviço do falso médico para o hospital também foi preso. Hoje, os dois estão soltos, mas respondem a processo na Justiça.



O Brasil tem 347 mil médicos e forma 13 mil novos por ano. “O governo brasileiro considera que o número de médicos existente no Brasil é inadequado. Existe a necessidade de formar mais médicos, só que esses médicos têm que ser formados com qualidade, com responsabilidade”, afirma o secretário do Ministério da Saúde, Milton de Arruda Martins.



O Conselho Federal de Medicina discorda, acha que o Brasil já tem médicos suficientes. “O que nós temos não é falta de médico. Nós entendemos que existe uma distribuição inadequada”, declara o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital Correa Lima.



Enquanto na cidade de São Paulo, existe um médico para cada 240 habitantes, no Acre, há um para cada 980, uma média comparável a países africanos.



Para fazer medicina na Bolívia, Nadjele Ferreira dos Santos e Raíssa Mendes Miranda deixaram as famílias em Nova Mamoré, no interior de Rondônia. O pai de Nadjele é açougueiro, o de Raíssa, taxista.



Foi com muita relutância que Hamilton deixou Raíssa ir para outro país com 17 anos. “Vou completar 18 anos aqui, sozinha, longe de casa. É difícil, mas para realizar um sonho a gente faz qualquer coisa”, diz a estudante acreana.



“Eu tenho que levantar às 5h, saio de carro e não sei que a horas chego, porque eu pago prestação de carro, eu pago a faculdade dela, despesa de casa e não tenho outra renda”, declara Hamilton Mendes, pai de Raíssa.



Quando formadas, as duas amigas querem trabalhar em Nova Mamoré. “todos os pais têm um sonho de ver o filho formado. Meu sonho é fazer pediatria”, revela a estudante Nadjele.



“Aqui não tem esse tipo de médico. Falta tudo. Ontem mesmo, um menino meu ficou meio doente, e nós levamos no pronto-socorro, não tinha nenhum médico ali. Aí eu lembrei, minha menina está no caminho certo”, declara Valdir Santos, pai de Nadjele.



“Eu tenho um sonho de ser geriatra, para trabalhar cuidar de idoso”, afirma Lucas. “No meu consultório, vai ter uma plaquinha: dona Naruanna Cristina Rodrigues e doutor Lucas Rodrigues”, aponta Naruanna. “O Lucas vai ser médico, toda vida eu soube disso”, declara a mãe do estudante.



Para o carioca Anderson, o sonho de ser médico acabou. Há dez dias, ele voltou para o Brasil. “O que mais me fez desistir é que eu sei que quando sair dali a luta vai continuar maior para conseguir exercer no Brasil”, revela.



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Click no link abaixo e veja a reportagem na íntegra
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1664045-15605,00.html






Falso médico atendia em posto de saúde

Alexandre Garcia fala sobre a falta de médicos na rede pública

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Paciente com obesidade mórbida têm dificuldade de tratamento na rede pública

Essas pessoas precisam de aparelhos específicos para os exames. Um senhora morreu há duas semanas sem conseguir fazer uma tomografia. Uma jovem passa pelo mesmo problema. Também não há transporte ou macas adequadas.



http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://g1.globo.com/videos/rio-de-janeiro/v/pacientes-com-obesidade-morbida-tem-dificuldade-de-tratamento-na-rede-publica/1524354/%23/RJTV&t=AHj7KlVsz6LruUYYRtQ7W4uubl4Rz1utLxVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA

O Programa mais você aborda o tema erro médico

Nesta segunda-feira, Enzo, de três anos, morreu após ser submetido a uma cirurgia de fimose e adenóide no Rio de Janeiro. Inconformada, a família do menino se manifestou, dizendo que quer saber a verdade sobre o triste acontecimento. O Mais Você desta quarta-feira, dia 01 de junho, debateu os erros médicos, que geralmente terminam em tragédia. Na casa, Ana Maria Braga recebeu Rosely Viviani, que teve o braço amputado depois da realização de um exame.




Em reportagem, Jaqueline Silva foi até Nilópolis, Rio de Janeiro, para conversar com a família de Enzo. Joana Ribeiro, tia de Enzo relatou como foram os acontecimentos no dia em que o sobrinho faleceu. Márcio Anderson da Silva, pai do menino, também descreveu as atitudes dos profissionais do hospital, que diziam não saber as causas da morte do seu filho. “A gente acredita que algum tipo de descaso aconteceu”, ressaltou Joana. “Agora vamos ter que aprender a conviver sem ele, eu to achando que o culpado disso tudo acaba sendo eu”, desabafou o pai, emocionado.



O programa mostrou outros casos que tiveram erros na medicina e terminaram em fatalidades. “A gente fica se perguntando, o que será que está acontecendo? Será que é a falta de boa formação dos profissionais? Será que é a falta de equipamentos?”, destacou Ana Maria Braga.


http://www.orkut.com.br/Interstitial?u=http://maisvoce.globo.com/MaisVoce/0,,MUL1663617-10344,00-ERROS%2BMEDICOS%2BSAO%2BDEBATIDOS%2BNO%2BMAIS%2BVOCE.html&t=AOMTFzktJthekQJmGVogOvsLE23CTg9y_BVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA

terça-feira, 31 de maio de 2011

Bebê morre em Farroupilha por falta de UTI infantil




Outra criança que precisou ser transferida para Caxias neste final de semana está em estado grave

Babiana Mugnol
babiana.mugnol@pioneiro.com



Das principais cidades da região serrana, apenas Caxias do Sul e Bento Gonçalves têm leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI) pediátrica e neonatal. Das cidades sem estrutura, a maior demanda está em Farroupilha, onde trigêmeos morreram no início do mês passado após a transferência do Hospital São Carlos para o Hospital Pompéia, em Caxias. Nesta segunda-feira, morreu mais um bebê nascido na cidade, que precisou ser levado com urgência ao Hospital Geral.



Davi Gobeti Schleder foi sepultado na tarde de segunda. Ele nasceu na última quinta-feira, no hospital de Farroupilha e recebeu alta no sábado. No domingo, voltou ao São Carlos apresentando febre e dificuldades para respirar. A gravidade do caso exigia UTI e, portanto, ele foi encaminhado ao Hospital Geral, em Caxias. Segundo o tio do bebê, Ronaldo Gobeti, o atestado de óbito informa que a morte ocorreu por infecção neo-hospitalar e arritmia cardíaca.



— Esse é mais um caso para entrar na fila dos que acontecem em Farroupilha. Se tivessem recursos, ele poderia ter sido salvo. Não dá para entender como uma criança que nasceu forte morre desse jeito — lamenta o tio.



Essa não foi a primeira vez que a promotora de Farroupilha, Cláudia Hendler Formolo Balbinot, precisou intervir. No mesmo final de semana, ela já tinha ido ao hospital buscar internação de um bebê prematuro.



— Na realidade, a situação vem se agravando neste ano. Na madrugada de sábado, tive de obter uma internação de uma criança prematura. Não tinha vagas no SUS (Sistema Único de Saúde), só em Alegrete. É bem comum ter lotação. No domingo à noite, fui acionada novamente por causa de um bebê de três dias. Por sorte, enquanto preparava a documentação, surgiu uma vaga no Hospital Geral — relata a promotora.



Em um desses casos, ainda há uma chance de vida para João Gabriel, que nasceu na madrugada de sábado, com 24 semanas e 540 gramas. A mãe, Doraci Aparecida Fernandes dos Santos, 36 anos, sofreu de pré-eclampsia e precisou de um parto de urgência no Hospital São Carlos.



— Não tinha mais o que fazer quando cheguei no hospital. Foi ligado para toda a parte, até a promotora chegar, mas mesmo assim demorou da 1h às 6h para o bebê ser levado para o Hospital do Círculo (em Caxias). A doutora me disse que ele está respirando com muita dificuldade porque ficou muito tempo sem os aparelhos adequados — conta a mãe.



O quadro de João Gabriel era grave na noite desta quarta-feira. Apesar de todas as dificuldades, a mãe não perde as esperanças:



— Eu tenho fé em Deus e ele vai ficar bem.

Menino de 3 anos morre após cirurgia e família acusa clínica



Plantão
Publicada em 31/05/2011 às 03h18m

Athos Moura



Share ....RIO - A família de um menino de 3 anos, que morreu no início da noite desta segunda-feira, acusa uma clínica particular de negligência. Enzo Dellacio Ribeiro da Silva foi internado na Clínica Samci, no Andaraí, por volta das 6h para realizar uma operação de adenóide e fimose. Segundo a família do menino, o procedimento cirúrgico começou às 8h e demorou duas horas e meia. Enzo teria saído bem da operação e passou a tarde dormindo. Às 18h ele teria tido uma parada cardiorrespiratória e faleceu.



A tia da criança, a podóloga Janayna Ribeiro, contou que o atestado de óbito constava que a causa da morte de Enzo teria sido uma broncoaspiração. Porém, ela diz, que assim que a operação terminou, membros da equipe médica alegaram verbalmente que a criança não teria inspirado e nem expirado nenhum tipo de líquido.



A família também protestou contra o fato de a médica responsável pela clínica ter saído do local às 17h e só assinou o atestado de óbito às 23h, após uma ambulância da clínica ter ido ao Hospital Souza Aguiar (HSA), no Centro, onde ela também estava de plantão. Janayna contou que quem ficou responsável pela clínica foi uma enfermeira:



- A médica que fez a operação estava no Souza Aguiar e abandonou o posto. Quem estava responsável pela clínica era uma enfermeira. Em momento nenhum a família conseguiu falar com a médica. Apenas às 23h chegaram com o atestado de óbito assinado e liberaram o corpo.



O pai de Enzo, Márcio Anderson Ribeiro da Silva, esteve na 19ª DP (Tijuca) para registrar um boletim de ocorrência. O delegado de plantão, Leonardo Luís Macharet fez uma diligência até a clínica e conversou por telefone com o diretor da unidade que se prontificou a dar esclarecimentos sobre o episódio. Macharet ordenou que o corpo da criança fosse levado de volta para o Instituto Médico-Legal (IML) para que os legistas determinem a causa da morte e atestem se houve erro médico ou não. O delegado contou ainda que os médicos responsáveis serão chamados para depor.



Por telefone a direção da clínica Samci afirmou que não irá se pronunciar sobre o caso.





Pai reclama de falta de assitência do hospital


O pai da criança, Márcio Anderson, reclamou da falta de assistência do hospital. “Ninguém deu atenção para a gente no hospital. Ninguém falava nada”, disse. Ainda segundo ele, a família chegou a ser chamada por alguns médicos. “Chegou um determinado momento que uma das pessoas que participou da cirurgia do meu filho nos chamou lá em cima para conversar e disseram na nossa cara que não sabiam explicar o que tinha acontecido”, afirmou.



Márcio declarou ainda que, a princípio, os médicos disseram que o menino havia tido uma parada respiratória provocada pela ingestão de uma secreção. Para ele, o acompanhamento médico não foi adequado.



“Ele saiu da cirurgia e dormiu desde então. Não sei se meu filho acordou, não sei nem se ele abriu os olhos”, disse com a voz embargada, acrescentando que a mãe do menino passou o dia inteiro ao lado da criança. “A enfermeira falou para ela que era normal (ele dormir) devido a anestesia e que seria bom por causa das dores”, contou ele.



Médica em outro hospital

Segundo o pai do menino, a médica que participou da cirurgia não estava no hospital na hora do óbito. "A médica que tinha operado tinha saído do plantão para poder cumprir outro plantão em um outro hospital, o Souza Aguiar. Ela saiu com tanta pressa que nem o óbito do meu filho conseguiu aprontar. Tivemos que enviar uma equipe médica até o outro hospital para que ela pudesse assinar o atestado de óbito do menino", reclamou.



Os agentes da 20ª DP (Vila Isabel) foram nesta terça até o hospital Souza Aguiar, para descobrir se a médica realmente estava no local durante o óbito da criança.



Justiça

A família agora analisa a possibilidade de entrar na Justiça contra o hospital. “Meu sentimento é de justiça. Quantas vezes mais vamos ter que perder crianças dessa forma?”, indagou Márcio.

O advogado da família já foi acionado e está estudando o caso.


Veja também a reportagem pela ban no link abaixo

http://videos.band.com.br/Exibir/Menino-de-3-anos-morre-apos-cirurgias-em-hospital-particular/2c9f94b630297d990130480de632112f?channel=592

segunda-feira, 30 de maio de 2011

CONVITE - JULGAMENTO ASSASSINATO "PREFEITO ANASTACIO CASSARO"




ATENÇÃO – CONVITE














Nós do MOVIMENTO JUSTIÇA BRASIL queremos convidar toda a sociedade capixaba a comparecerem ao julgamento do ”CASO ANASTACIO CASSARO”, dia 07 de junho de 2011, com início as 08:30h, no fórum criminal de Vitória-ES, na cidade alta.





Onde serão julgados depois de ¼ de século (25 anos) 4 dos réus acusados como mandantes do brutal e covarde assassinato do SR. PREFEITO ANASTACIO CASSARO O MAIOR ESCÂNDALO DE IMPUNIDADE DO BRASIL.





Réus:

EDVALDO LOPES DE VARGAS FERNANDO DE MARTINS

LUIZ CARLOS DARÓS (ROSQUETE) JORGE ANTÔNIO COSTA





Temos plena convicção que JUSTIÇA SERÁ FEITA, CONDENANDO os réus à penas que deverão chegar a 30 anos de reclusão em regime fechado.





Nossa certeza de condenação deve-se a 3 fatores:





1 – confiança total no sistema judiciário capixaba, Magistrado e Ministério Público;





2 – nosso conjunto probatório não deixa a menor dúvida do real envolvimento dos réus, além do que as evidentes e insistentes manobras para a prescrição do crime, o que denota total culpa;





3 – quem julga é o povo (Conselho de Sentença), e o povo está cansado de tanta impunidade.




Bebê de 2 meses morre por falta de UTI em hospital



Criança com insuficiência respiratória chegou em estado grave e aguardava por uma vaga, em Rondonópolis



Divulgação



Ministério Público chegou a conseguir liminar de internação, mas já era tarde



RAQUEL FERREIRA

A GAZETA



O bebê J. M. B. M., de 2 meses e 27 dias, morreu em Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá) por falta de vaga em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) infantil. A criança deu entrada no Pronto-Atendimento (PA) da cidade com insuficiência respiratória na madrugada de ontem (4), por volta das 2h, e foi a óbito 6 horas depois. O Ministério Público chegou a conseguir liminar de internação, mas já era tarde.



Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed-MT), Edinaldo Lemos, esta é só a primeira morte de criança, de muitas que ocorrerão em Rondonópolis. Ele afirma que o Hospital Regional fazia o atendimento infantil até sexta-feira, mas a Secretaria de Estado de Saúde (SES) acabou com a oferta do serviço.



A diretora técnica do PA, Mariele Lazarin Padula, explica que a menina chegou à unidade de saúde com quadro grave, indicação para entubação com ventilação mecânica e necessidade de uma UTI. Os médicos fizeram solicitação à Central de Regulação e tanto a Santa Casa de Misericórdia, quanto o Hospital Regional afirmaram não ter vaga para internar o bebê.



Na sequência, o PA acionou o MP. Em Rondonópolis, não existe UTI infantil, somente neonatal e adulto. A referência para este tipo de atendimento é Cuiabá, que também não tinha leito disponível.



A médica estava inconformada com a situação e afirmou que o PA tem estrutura para atendimento de baixa complexidade. "É muito difícil aceitar que uma criança morre desse jeito".



O secretário municipal de Saúde, Valdeci Feltrin, afirma que não houve falta de UTI para atender a paciente, garantindo que a Santa Casa de Misericórdia se propôs a receber o bebê, mas o médico de plantão se recusou. "Vamos abrir um procedimento administrativo".



O secretário de Estado, Pedro Henry, conta uma versão semelhante a de Feltrin, afirmando que o médico da Santa Casa não quis receber a criança. Ele desmente o Sindimed e afirma que o Regional tem emergência somente para traumas.



O diretor da Santa Casa, José Spila Neto, desmente a afirmação dos secretários do Estado e Município, garantindo que não há vaga disponível na UTI neonatal, onde a vítima poderia ser internada, mesmo com idade superior a recomendada. "Nossos 10 leitos estão ocupados e ainda temos 2 gestantes na fila aguardando liberação de vagas para dar a luz. Temos vagas na UTI adulto, assim como o Hospital Regional".

desespero na busca pelo atendimento de um motociclista acidentado na Paraíba