quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Médico acusado de mutilar pacientes no AM tem registro cassado pelo CFM

médico Carlos Cury Mansilla, que responde a mais de 15 processos na Justiça por complicações pós-cirúrgicas em pacientes, teve o registro médico cassado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Ele é acusado de causar lesões em, pelo menos, 30 mulheres em Manaus e em Rondônia.
Todos os 27 membros do Conselho votaram a favor da cassação. A decisão ocorreu na sexta-feira (27).
José Hiran Gallo, conselheiro do CFM, disse que o processo em que o médico foi cassado corresponde a dois procedimentos, um referente a uma cirurgia plástica do abdômen e uma bariátrica para correção de obesidade.

Gallo afirmou que Carlos Cury atuava como falso cirurgião plástico.
"Nessa paciente, ele retirou cerca de 6 kg de gordura e é óbvio que esta paciente veio a óbito. O mais grave da situação toda é que o doutor Carlos Cury se intitulava especialista e, na verdade, ele não é. Portanto, ele foi enquadrado como imperito. Ele não tinha a qualificação para fazer esse tipo de procedimento. Ele foi enquadrado como imprudente, negligente quando fez um procedimento sem menores condições ambientais. Portanto, ele foi cassado do exercício profissional da medicina", disse o conselheiro.
A defesa de Carlos Cury, o advogado Christhian Naranjo, informou ao G1 que ainda não foi comunicado oficialmente do caso.
Os processos contra o médico apuraram casos diferentes. Os mais comuns são de cirurgias plásticas como lipoescultura, mamoplastia, abdominoplastia e cirurgia no nariz. Segundo a denúncia do Ministério Público, são 16 vítimas lesionadas e uma vítima fatal. Ele foi indiciado em 2013, ano em que foi selecionado pelo programa Mais Médicos, do governo federal, para atuar em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.
De acordo com o presidente em exercício do Conselho Regional de Medicina do Amazonas, Antônio Medeiros, 20 processos contra Cury tramitam no Conselho. Destes, dois foram julgados e resultaram na cassação do médico na esfera regional. Um segue em fase de revisão processual.

Na Justiça do Amazonas, ele responde a 27 processos. A maioria por lesão corporal e erro médico.
Cury trabalha há cerca de 20 anos no hospital regional de Guajará Mirim, em Rondônia. O secretário de Saúde da cidade informou, por telefone à Rede Amazônica, que ainda não tem conhecimento da decisão do Conselho Federal de Medicina.

O caso
Os casos começaram a ser denunciados em 2013. Uma das vítimas, uma empresária, iniciou uma campanha em uma rede social para tentar localizar outras vítimas do médico.
Na época, a polícia informou que o médico sempre alegou inocência e dizia ter realizado as cirurgias com sucesso. A versão é a mesma sustentada pela defesa desde o último depoimento, prestado em fevereiro daquele ano. Na ocasião, a defesa do médico disse que o corpo das vítimas reagiu de forma adversa às cirurgias, mas que não é culpa do médico.

Fonte G1
LINK: http://glo.bo/2kFrc6P

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Erro médico mata mais que câncer no Brasil

A cada três minutos, cerca de dois brasileiros morrem em um hospital por consequência de um erro que poderia ser evitado. A conclusão é de um estudo apresentado nesta quarta-feira no Seminário Internacional “Indicadores de qualidade e segurança do paciente na prestação de serviços na saúde”, realizado em São Paulo.
Essas falhas, chamadas de “eventos adversos”, representam problemas como que vão desde erro de dosagem ou de aplicação de medicamentos até uso incorreto de equipamentos e infecção hospitalar. A pesquisa, realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (Iess), estima que, em 2015, essas falhas acarretaram em 434.000 óbitos, o equivalente a 1.000 mortes por dia.
Isso significa que esses “incidentes” –  erros, negligência ou baixa qualidade do serviço – podem ser uma das principais causas de morte dos brasileiros. De acordo com esse cenário, essas mortes seriam a primeira ou segunda causa de óbitos no país, à frente de doenças cardiovasculares e câncer que em 2013 mataram 339.672 e 196.954 pessoas respectivamente.
Além da morte, os eventos adversos também podem gerar sequelas com comprometimento do exercício das atividades da vida do paciente.
“Não existe sistema de saúde que seja infalível. Mesmo os mais avançados também sofrem com eventos adversos. O que acontece no Brasil está inserido em um contexto global de falhas da assistência à saúde nos diversos processos hospitalares. A diferença é que, no caso brasileiro, apesar dos esforços, há pouca transparência sobre essas informações e, sem termos clareza sobre o tamanho do problema, fica muito difícil começar a enfrenta-lo”, afirma Renato Couto, professor da UFMG e um dos autores do estudo.

Problema de saúde pública

No mundo, segundo o estudo, ocorrem anualmente 421 milhões de internações hospitalares anuais e 42,7 milhões de eventos adversos, um problema de saúde pública reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nos Estados Unidos, país com população de quase 325 milhões de pessoas, são registrados cerca de 400 mil óbitos por ano provocados por eventos adversos, sendo a terceira principal causa de mortes no país, depois de doenças cardiovasculares e câncer.

O estudo

O estudo apresenta um conjunto de cenários para projetar a incidência de mortes provocadas pelos eventos adversos nos hospitais brasileiros. No mais conservador, a projeção é de cerca de 104.000 casos por ano, se toda a rede hospitalar brasileira fosse parametrizada por padrões de excelência, como certificações internacionais no nível mais elevado. Entretanto, como a maioria dos hospitais brasileiros públicos e particulares não cumpre esses requisitos, a base mais realista do estudo é a que aponta até 434.000 mortes em 2015.
Além das vidas perdidas, o estudo projeta que, em 2015, os eventos adversos consumiram entre 5,19 e 15,57 bilhões de reais de recursos da saúde privada brasileira. Não foi possível estimar as perdas para o Sistema Único de Saúde (SUS) porque os valores pagos aos hospitais se originam das Autorizações de Internações Hospitalares (AIHs) e são fixados nas contratualizações, existindo outras fontes de receita não operacionais, com enorme variação em todo o Brasil.
“Hoje, quando alguém escolhe um determinado hospital para se internar, é uma decisão que se baseia na sua percepção de qualidade, na recomendação de um médico ou na opinião de conhecidos. Mas ninguém tem condições de garantir que aquele prestador realmente é qualificado, simplesmente porque se desconhece seus indicadores de qualidade. Não há como saber quantas infecções hospitalares foram registradas no último ano, qual é a média de óbitos por diagnóstico, qual é a média de reinternações e por aí afora. Será que o paciente não quer saber essas informações antes de decidir quem vai cuidar da sua vida?”, indagaLuiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do Iess.
Segundo Carneiro, o objetivo do estudo é justamente abrir um debate sobre a qualidade dos serviços prestados na saúde, a partir da mensuração de desempenho dos prestadores e, assim, prover o paciente do máximo possível de informações para escolher a quem ele vai destinar seus cuidados.

Causas brasileiras

Segundo o estudo, no Brasil, a estrutura física, os equipamentos disponíveis para a assistência, a qualidade e o controle de processos assistenciais, o correto dimensionamento do quadro assistencial, as características e dimensão do hospital e o atendimento à legislação sanitária brasileira de grande parte da rede hospitalar não atende aos requisitos mínimos necessários para a segurança assistencial.
Além disso, o modelo de compra de serviços hospitalares pela saúde suplementar remunera o procedimento e os insumos e não o resultado assistencial. O atual modelo prevalente no país, de “conta aberta” (do inglês fee for service) não contempla estímulos econômicos que privilegiam a eficiência. “Nosso padrão de remuneração premia o desperdício e a ineficiência. Quanto mais insumos são consumidos numa internação hospitalar, maior é a remuneração do prestador”, observa Carneiro.
O trabalho concluiu que a construção de um sistema de saúde mais rigoroso no Brasil envolve um importante conjunto de ações, passando por uma nova forma de prestação de serviços, centrado no paciente, qualificação da rede assistencial e dos profissionais, alterações de modelos de pagamento dos serviços e mudanças legislativas. Mas, sobretudo, deve haver a implementação de mecanismos de transparência que empoderem o cliente (usuários, operadoras, beneficiários e contratantes de planos de saúde) para uma escolha mais consciente dos serviços, considerando qualidade, custos e desempenhos assistenciais.

fonte : veja

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Filho acusa médicos de erro após mãe morrer com meningite em Ribeirão


A família de uma mulher de 51 anos acusa médicos da Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) Central em Ribeirão Preto (SP) de erro no diagnóstico. A administradora de empresas Márcia Orlandi Passos morreu na quinta-feira (3), após ser encaminhada para a Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE), onde foi descoberta uma meningite. Segundo o filho, nas duas vezes em que passou pelo pronto-socorro municipal, Márcia foi tratada por doenças diferentes - sinusite e infecção no ouvido. Um boletim de ocorrência contra o atendimento prestado no pronto-socorro foi registrado pela família. Procurada, a prefeitura informou que a reavaliação feita no segundo atendimento apontou a urgência no caso, e que por isso o médico responsável requisitou a regulação. Segundo o HC-UE, a paciente chegou em estado grave à unidade, mas não teve evolução favorável após aplicação das medidas necessárias. Duas vezes no pronto-socorro O estudante Thiago Orlandi Tosta conta que a mãe procurou atendimento na UBDS Central no dia 31 de outubro, após sentir fortes dores de cabeça e no ouvido. Segundo o filho, o plantonista receitou um analgésico, um antialérgico e um anti-inflamatório, e orientou que ela voltasse para casa. Márcia Orlandi Passos, de 51 anos, morreu com meningite em Ribeirão Preto, SP (Foto: Reprodução/EPTV) Márcia Orlandi Passos, de 51 anos, morreu com meningite em Ribeirão (Foto: Reprodução/EPTV) No dia seguinte, Thiago recebeu um telefonema de uma amiga da mãe, avisando que ela não estava bem. “Ela não conseguia ficar em pé, não conseguia falar porque ela gritava de tanta dor na cabeça. Ela sentia a cabeça pulsando, com muita dor, e ela vomitava de dor”, afirma. Pela segunda vez, os dois procuraram atendimento na UBDS Central. Thiago afirma que um médico residente examinou o ouvido da mãe no corredor da unidade e disse que ela poderia ter uma infecção. “Receitou amoxicilina e disse que ela iria tomar dipirona na veia e que, assim que ela fosse liberada, pra tomar amoxicilina e voltar pra casa. Mas, ela não conseguiu voltar.” Segundo o jovem, a unidade solicitou um encaminhamento, sem urgência, para que Márcia fosse atendida por um otorrinolaringologista e por um neurologista no Hospital das Clínicas. O filho conta que a mãe ficou na UBDS do meio-dia às 20h, sem qualquer exame, até ser levada ao centro médico. Caso grave de meningite De acordo com Thiago, a mãe passou pelo neurologista uma hora e meia após dar entrada no hospital e o médico suspeitou da meningite. “Foi quando eles resolveram fazer o exame do líquido da espinha, que deu positivo. Pelo o que o médico disse, já estava bem agravado.” Após o diagnóstico, Márcia passou a receber a medicamentação para a doença, foi isolada e mantida em observação, mas não reagiu ao tratamento. No dia 2 de novembro, a administradora sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e o quadro de saúde foi agravado por uma infecção generalizada. A mulher sofreu outras quatro paradas cardiorrespiratórias e morreu na madrugada de 3 de novembro. Segundo Thiago, o médico que atendeu Márcia no HC afirmou que a demora no encaminhamento para o hospital agravou seu estado de saúde. O corpo passou por necropsia e na certidão de óbito constam disfunção múltipla dos órgãos, sepse grave, meningite e otite média aguda como causas da morte. Thiago levou o caso à polícia e solicitou à Prefeitura os prontuários dos atendimentos prestados à mãe. “Me deram um prazo de 30 dias. A gente espera que os órgãos competentes tomem as devidas providências, investiguem o caso para que a gente possa, pelo menos, mudar o quadro da saúde pública no geral”, diz o estudante. Atendimento adequado Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a paciente não apresentava alterações sugestivas para diagnóstico de meningite. Segundo a secretaria, o diagnóstico de otite (infecção no ouvido) foi feito na UBDS Central e o atendimento prestado à paciente foi dentro dos parâmetros adequados de assistência. Não foi informado se Márcia passou por algum exame enquanto esteve no pronto-socorro. O laudo que vai atestar a causa da meningite deve ser divulgado em 30 dias. Thiago Orlandi Passos acredita que mãe poderia estar viva se tivesse sido tratada da forma adequada (Foto: Alexandre Sá/EPTV) Thiago acredita que mãe poderia estar viva se tivesse sido tratada da forma adequada (Foto: Alexandre Sá/EPTV) Fonte: G1

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Jornal da Record aborda erros médicos em nova série de reportagens

Série Paciente em Risco, que vai mostrar casos de erros médicos e o que tem sido feito para combater esse problema. Para quem não viu a reportagem link para visualização http://r7.com/IHjh

Médico denunciado por morte de menina é solto pela Justiça, em Goiás

O médico cardiologista Fernando Haddad foi solto nesta sexta-feira (5), após decisão da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), em Goiânia. Ele foi preso há cerca de um mês por formação de quadrilha no caso que levou à morte de uma criança de 5 anos, em 2008, segundo assessoria de imprensa do TJ-GO. O médico foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) pela morte de Eduarda Lia Barbosa Martins. Ele também é investigado pela operação SOS Samu, que apura fraudes no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). saiba mais Justiça manda soltar médico denunciado por morte de menina MP denuncia médicos e atendentes de hospital por morte de menina Esposa de secretário é sócia em empresa suspeita de fraude no Samu MP apura se fraude no Samu causou a morte de pacientes, em Goiânia MP faz ação para combater fraude no Samu para encaminhamento de UTI O MP-GO já havia apurado que a menina foi a óbito em um hospital particular de Goiânia em virtude de uma "sequência de erros de encaminhamento, diagnósticos e terapias médicas adotados pelos denunciados". Ainda conforme o órgão, ela teria sido encaminhada à unidade de saúde por dois atendentes do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) que, sem fazer qualquer tipo de avaliação, "ofereciam" doentes particulares ou com planos de saúde para receber atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Centro de Vida, de propriedade de Rafael e que funcionava no Hospital e Maternidade São Lucas. O advogado de Rafael Haddad, Márcio Cunha, informou ao G1 por meio de nota que o médico “foi detido sem que ao menos houvesse denúncia contra ele, conforme expresso na decisão que determinou sua saída” O Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) informou à TV Anhanguera que os funcionários que foram denunciados no esquema não trabalham mais no hospital, inclusive o médico Rafael Haddad, exonerado em 2011. Caso Segundo as investigações do MP-GO, por cada transferência, cada um dos funcionários ganhava entre R$ 100 e R$ 150. Foi o caso de Eduarda. A garota deu entrada no Hugo no dia 5 de julho de 2008 após sofrer um mal súbito. Diante do quadro grave, os atendentes direcionaram a criança à UTI de Rafael, mesmo sabendo que o local não contava com pediatra naquele momento tampouco tinha aparelhos adequados para o tratamento da paciente. Na unidade, ela foi atendida por uma médica, cuja especialidade é geriatria. A denúncia relata que a médica deixou a UTI no momento de receber a menina, "ignorou por completo a gravidade do quadro clínico da criança e demonstrou descaso com a paciente". Diante da situação, a criança acabou morrendo após ter uma insuficiência respiratória e edema agudo pulmonar menos de duas horas após dar entrada na unidade. O promotor destacou ainda que Rafael, e os atendentes já foram denunciados pelo MP-GO em junho de 2009. O primeiro por oferecer vantagens indevidas a funcionários públicos e os outros dois por receber vantagem indevida infringindo seu dever funcional. Fonte:G1