sábado, 8 de setembro de 2012

Mulher obesa morre à espera de atendimento médico na zona norte do Rio

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Bebê tem a perna queimada ao fazer

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Falta de leitos na rede estadual é reconhecida por autoridade

A criação de um plantão médico no Tribunal de Justiça, em 2009 — o Núcleo de Assessoria Técnica em Ações de Saúde (NAT) — não evitou que o número de liminares para conseguir remédios, internações e cirurgias aumentasse este ano em relação a 2011. Na Assessoria de Mandados (que só é intimada em ações já deferidas pela Justiça) da Secretaria estadual de Saúde (SES), o volume de intimações recebidas cresceu 11,8% desde o ano passado. Entre janeiro e julho deste ano, foram 2.787, uma média mensal de 399 mandados. Desses, afirma a SES, 80% foram cumpridos. No mesmo período de 2011, o órgão contabilizou 2.492 intimações, com 60% cumpridas. — As liminares com pedidos de medicamentos são as que causam maior impacto financeiro — disse o subsecretário jurídico da SES, Pedro Dimasi. Segundo ele, as liminares para internação em UTI criam duas filas na Central de Regulação de Vagas: — Os médicos reclamam muito porque sabem que nem sempre o paciente que mais precisa será o primeiro a ir para a UTI. O subsecretário, no entanto, não nega que se há fila e liminares é porque faltam leitos de UTI no estado. A Secretaria estadual de Saúde afirma que vem trabalhando para aumentar a oferta de leitos nas unidades da rede pública. Em nota, a secretaria informou que, desde 2007, a oferta de leitos de UTI cresceu 233% no estado. “Em 2006, havia apenas 269 leitos de UTI geridos pela Secretaria de Estado de Saúde. Atualmente, são 897”, diz a nota da secretaria. Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/falta-de-leitos-na-rede-estadual-reconhecida-por-autoridade-5981106.html#ixzz25Y8lzjfo Fonte :Jornal extra

Estado recebe 160 liminares ao mês com pedido de transferência de pacientes

A busca por uma chance de sobrevivência gera uma média de 228 liminares por mês. Setenta porcento dessas decisões de urgência têm endereço certo, a Central Estadual de Regulação, responsável pela fila de pacientes que precisam ser transferidos para uma UTI. De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, o setor recebe em média 160 mandados ao mês. No entanto, de acordo com a própria secretaria, de janeiro a julho deste ano, apenas 254 foram cumpridos, uma média de 36 ao mês, 22,5% de todas as decisões. A liminar obtida na madrugada do dia 28 de julho pela família de Oscar Clementino da Silva entrou nesse percentual. Mas tarde demais. Aos 78 anos, o aposentado sofreu seu segundo enfarte, na madrugada do dia 26 de julho, e foi socorrido na UPA da Vila Kennedy. Sedado e entubado, precisava de uma vaga numa Unidade Coronariana. Às 2h30m do dia 28 de julho, a liminar foi concedida. Passaram-se 24 horas, e ela não foi cumprida. A filha do aposentado retornou ao Plantão Judiciário às 6h30m do dia 29, e obteve a segunda liminar, que dava ao Estado prazo de uma hora para a transferência do paciente. — Mas isso só aconteceu no domingo, às 17h30m. Mas 50 minutos depois, no Hospital de Acari, ele morreu. Nos avisaram na segunda, às 7h30m — diz Valéria. Demora Para o aposentado Dario Pacheco, de 73 anos, a demora na transferência também foi um fator que se somou à gravidade do seu estado de saúde. Internado no dia 2 na UPA da Penha após cinco paradas cardiorrespiratórias, ele aguardava, na sala vermelha, a Central de Regulação localizar um leito de UTI. Segundo o laudo dado pelo médico, a causa era uma infecção generalizada, "com provável origem urinária". — Saí do Plantão Judiciário à 1h do domingo, dia 5 de agosto, com a liminar, que dava prazo de 24h para a transferência. Na segunda, por volta das 19h, ele foi levado à UTI do Hospital Alberto Torres, em São Gonçalo. Mas não resistiu e morreu dois dias depois — disse a nora de Dario, Rosângela Pacheco, de 52 anos. Fonte :Jornal extra

domingo, 2 de setembro de 2012

Plantão Judiciário: metade das liminares é para garantir internação

No Plantão Judiciário, que funciona nos fundos do Tribunal de Justiça do Rio, metade das liminares (decisões de urgência) concedidas pelos juízes este ano buscava garantir tratamento ou internação. Com um laudo médico explicitando o risco de morte em mãos, familiares conseguem no plantão uma liminar, e o doente sobe muitas posições na fila de espera por uma vaga na Central de Regulação. Com a canetada do juiz, ele é alçado a uma categoria em que o prazo dado na decisão para a internação conta mais do que a gravidade do doente. Surgem, então, duas categorias de pacientes: os “com liminar” e os “sem liminar”. Ter uma posição melhor na fila, porém, está longe de garantir a solução de todos os problemas. Durante dois plantões noturnos - 27 de julho e 4 de agosto - e um diurno - 4 de agosto - o EXTRA acompanhou 17 casos de pessoas que procuraram o setor porque seus familiares ou clientes necessitavam com urgência de internação, ou que o plano de saúde autorizasse cirurgias ou próteses. Desses, 12 precisavam de UTI. Nesse período, foram concedidas 14 liminares. Dessas, três foram cumpridas em 24 horas, como determinava o juiz, nove foram acatadas depois do prazo, sendo que um paciente morreu 50 minutos após a transferência. Duas liminares não foram cumpridas e os doentes morreram. Cerca de um mês depois, oito não haviam resistido. Os casos acima são apenas uma amostra dos 1.235 pedidos apreciados por mês, em média, no Plantão Judiciário. Desses, 300 se referem a questões de saúde, uma média de dez casos por dia. Todo esse movimento gerou, de janeiro a julho deste ano, 3.190 decisões. Metade delas (1.597) buscava garantir tratamentos ou internações. - Casos que envolvem saúde correspondem a 60% dos atendimentos do Núcleo de Fazenda da Defensoria. Após as 18h, quando apenas casos de risco de morte são apreciados no plantão, quase todos se referem a pedidos de leito em UTI - disse o coordenador do núcleo, Fabrício El-Jaick. O defensor lembra, no entanto, que o problema da falta de UTI não é uma questão de Justiça, mas de administração pública: - O juiz dá a canetada, mas daí ao gestor cumprir é o problema. Há limitação de espaço na UTI. O que fazer? Foi o que se perguntou o caldeireiro de navio Jorge Luiz da Silva, de 53 anos, ao ver a mulher, de 46, vítima de um derrame, con- tinuar internada na sala de estabilização do Hospital Paulino Werneck, na Ilha do Governador, sem ter como realizar uma tomografia, ao fim do prazo de 24 horas dado pelo juiz para a transferência da paciente para a UTI de uma unidade que tivesse tomógrafo. - A ordem do juiz não vale de nada para eles. Os funcionários do Paulino Werneck só diziam que ainda não tinham a vaga e que estavam esperando a resposta para a transferência. A resposta foi que minha esposa está morta. A liminar foi dada às 18h de sábado e ela morreu às 19h de domingo, uma hora depois de o prazo dado pelo juiz ter acabado. Minha mulher não morreu por causa do derrame. Ela morreu devido à falta de um socorro adequado - disse Jorge, com a voz embargada. fonte jornal extra: